Nos últimos dias, voltou ao debate o sistema de voto impresso no Brasil já visando as eleições de 2022. Na Câmara dos Deputados, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pela deputada ultra bolsonarista Bia Kicis (PSL-DF), está debatendo o assunto.
Além de Jair Bolsonaro, na última sexta-feira, 29, o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, divulgou um vídeo nas redes sociais defendendo a “impressão de voto” como forma de auditar a urna eletrônica, ressaltou que “sem a impressão do voto, não há possibilidade de recontagem” e afirmou, sem provas, que “sem a recontagem, fraude impera”.
Um dos principais argumentos de quem faz a defesa do voto impresso ou “impressão do voto” é que os brasileiros não apoiam ou não confiam no atual sistema eletrônico de votação. Contudo, a última pesquisa divulgada pelo Datafolha em dezembro de 2020 sobre o tema revela que três a cada quatro eleitores no Brasil afirmam que a urna eletrônica deve ser mantida. Em porcentagem, o dado representa 73% dos brasileiros.
Outro fator relevante é que a maioria absoluta (69%) dos eleitores confia no sistema eletrônico e por isso, não mostra disposição em apoiar uma mudança radical ou um complemento de auditagem como a impressão do voto. Vale lembrar que a urna eletrônica já é auditável e uma recontagem foi autorizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições de 2014, a pedido do PSDB, e foi constatada a lisura do pleito.
Já no que diz respeito ao voto em papel, que tem Bolsonaro como principal “garoto propaganda”, apenas 23% apoia a volta do uso desse sistema primário que era vigente no Brasil até 1996 e com fortes indícios de fraude. Outros 73% apoia que deve o país deve seguir usando somente as urnas eletrônicas.
O apoio majoritário da urna eletrônica é entre quem possui Ensino Superior (81%), entre quem ganha mais de dez salários mínimos (84%), entre moradores do Nordeste (76%), entre funcionários públicos (86%), entre quem reprova o Governo Bolsonaro (83%) e entre quem nunca confia em Bolsonaro (81%).
Vale ressaltar que a pesquisa do Datafolha foi realizada entre 8 e 10 de dezembro, com 2.016 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todas as regiões e estados do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos o nível de confiança do levantamento é de 95%.
Confira a íntegra da pesquisa aqui.