Para quem ainda aposta no retorno do voto impresso ou “impressão do voto” como forma de auditar o pleito, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, vai desconstruindo a narrativa da suposta fraude e mostra que não há motivos para se desconfiar do atual sistema eletrônico de votação.
Primeiramente, Barroso reforça a tese de que a urna eletrônica, mesmo sendo de primeira geração, é auditável, segura e que o TSE está fazendo seu papel de explicar isso para a população.
“Acho que a principal razão da desconfiança é o desconhecimento de como o sistema é seguro, transparente e auditável. Por isso, estamos tomando uma série de providências para deixar isso claro, com vídeos explicativos e criando uma comissão de observadores externos, que acompanharão cada passo do processo, desde o desenvolvimento do programa até a divulgação dos resultados”.
Em outro momento, Barroso desmente a tese de que não é possível fazer a recontagem dos votos na urna eletrônica.
“Não, é um engano. Há dois mecanismos de conferência dos votos. O primeiro é o boletim de urna, impresso ao final da votação, em diversas vias, que é afixado na seção eleitoral e distribuído a todos os partidos. O boletim de urna traz o nome de cada candidato e a quantidade de votos que recebeu. O segundo mecanismo é o Registro Digital do Voto. A urna eletrônica possui um arquivo que funciona como a velha urna de lona, armazenando todos os votos, sem a identificação do eleitor, naturalmente. Esse registro possibilita a recuperação dos votos para sua recontagem eletrônica”.
Sobre a possível volta da impressão do voto, Barroso rechaça a tese e que isso ficou no passado.
“Já passou o tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional. Ganhou, leva. Perdeu, vai embora. (Donald) Trump, nos Estados Unidos, esperneou muito, mas está na Flórida, não em Washington”, disse em entrevista ao O Globo.
Sobre a narrativa imposta nos últimos dias sobre possível fraude no sistema eletrônico, o ministro lembrou que o TSE trabalha com provas e que desde 1996 não houve denúncia de fraude.
“Eu sou juiz, e o TSE é um tribunal. Lidamos com fatos e provas, não com retórica política. Nunca, desde a introdução das urnas em 1996, houve qualquer denúncia de fraude documentada e comprovada. Se alguém tiver qualquer prova nesse sentido, tem o dever cívico de apresentá-la”, apontou.