O depoimento da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, foi marcado pela defesa enfática da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. O medicamento não tem comprovação científica.
A “capitã cloroquina” também apresentou versões que comprometem as alegações feitas na semana passada pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em especial sobre a crise em Manaus e o aplicativo TrateCov.
Durante a sessão, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), leu o trecho de um ofício encaminhado ao estado do Amazonas que estimulava também a Prefeitura de Manaus a usar as drogas orientadas pelo Ministério da Saúde no comando de Pazuello. Após isso, Mayra fez a defesa das drogas.
“Aproveitamos a oportunidade para ressaltar a comprovação científica sobre o papel das medicações antivirais orientadas pelo Ministério da Saúde, tornando dessa forma inadmissível, diante da gravidade da situação de saúde em Manaus, a não adoção da referida orientação”, disse.
Na sequência, a médica ainda teve a audácia de dizer à CPI que a diretriz da pasta não era apenas para os médicos amazonenses. “A orientação para tratamento precoce é para todos os médicos brasileiros, não só para Manaus”, disparou.
Na sua defesa da cloroquina, Mayra usou como justificativa a tese de que “a gente possa usar todos os recursos possíveis para salvar vidas”.
Ainda segundo, a cloroquina foi “criminalizada” no Brasil. “A gente teve um grande prejuízo à humanidade de pessoas que poderiam não ter sido hospitalizadas e não terem ido a óbito se a gente não tivesse criminalizado duas medicações antigas, seguras e baratas, que poderiam ter sido disponibilizadas e prescritas pelo médico”, finalizou.