Na manhã desta quinta-feira, 13, o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, se reuniu com outras lideranças do partido, como o secretário-geral Manoel Dias, para oficializar a criação do movimento Cristãos Trabalhistas.
De acordo com o manifesto do movimento, a criação dos Cristãos Trabalhistas acontece no momento “que o nosso país vive um momento singular em sua história, onde a religião, especialmente as religiões cristãs, estão sendo usadas como instrumento de poder político através do “voto de cajado”, ou seja, o voto conduzido pelos líderes religiosos”.
Ao todo, o CT já conta com 700 filiados em 21 estados brasileiros e terá como liderança nacional o pastor e sindicalista da Polícia Rodoviária Federal, Alexandre Gonçalves.
“Somos um movimento de diálogo. A gente quer dialogar tanto com os cristãos, quanto com os colegas do campo progressista. Um diálogo que tem que ser feito via de mão-dupla”, disse Gonçalves.
Na avaliação de Gonçalves, é necessário auxiliar o campo progressista a respeitar a fé cristã e que a generalização é um dos percalços de entrada da esquerda nesse segmento da sociedade que atualmente está mais alinhada a direita.
“Por um lado, a gente precisa ajudar os nossos colegas do campo progressista a não fazerem generalizações, a tratar com respeito a fé cristã, pra que a gente rompa esse ciclo de ódio que existe. Por outro lado também, com relação aos cristãos, ajudá-los a entenderem que o Evangelho não interrompe, não cria qualquer obstáculo a uma pauta que seja progressista, no sentido de todas as necessidades que o país tem de desenvolvimento”, ressaltou.
O pastor também ponderou que os Cristãos Trabalhistas devem atuar na defesa da família mas sem deixar de lado as pautas historicamente defendidas pelo campo progressista brasileiro.
“Enquanto esse pessoal fala sobre defesa da família apenas como uma questão moral, nós queremos falar de defesa da família defendendo os direitos dos trabalhadores. Um trabalhador que tem uma jornada de trabalho bem remunerada, com a folga semanal remunerada, com férias remuneradas, com condições boas de trabalho, ele tem mais tempo para ficar com a sua família. Um trabalhador que tem um transporte público digno, que ele não fique 3 horas dentro de um ônibus, tem mais tempo para estar com seus filhos, com suas filhas, ter tempo de qualidade, e isso sim é defesa da família. Nós vamos disputar essa pauta mostrando que a defesa da família do Evangelho na verdade é essa e não uma defesa hipócrita, exterior, que não é o que o Evangelho diz”, concluiu.
Já o secretário-geral dos Cristãos Trabalhistas, Anderson Rosa, afirma que “não se trata de um movimento para reivindicação ou afirmação de direitos para cristãos e sim a criação de uma instância para diálogo fraterno e respeitoso com 87% do povo brasileiro, os cristãos. Defender a democracia, o estado laico e a agenda dos direitos trabalhistas, sociais, econômicos, culturais e ambientais é um compromisso deste movimento.”
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