O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que o depoimento do ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, é o primeiro que incrimina Jair Bolsonaro.
“É a primeira pessoa que incrimina o presidente da República”, disse o relator.
Renan se refere ao fato de Wajngarten ter relatado na CPI que se envolveu diretamente em diálogos com representantes da Pfizer interessados em vender vacinas contra a Covid-19 ao Brasil.
“Esse depoimento tem se encaminhado para um terreno muito ruim. Aqui, estiveram dois ex-ministros que confirmaram a existência de uma consultoria paralela. Feita a pergunta ao depoente, ele disse desconhecer a existência, mas é o contrário. Vossa senhoria é a prova da existência dessa consultoria. É a primeira pessoa que incrimina o presidente da República, porque iniciou uma negociação, em nome do Ministério da Saúde, como secretário de Comunicação, e se dizendo em nome do presidente. É a prova da existência disso”, ressaltou.
Nas primeiras horas do depoimento, houve muita irritação e bate boca entre os membros da CPI após sucessivas tentativas de Wajngarten em não responder de forma objetiva as perguntas do relator. Em um determinado momento, Calheiros lembrou ao ex-secretário de que ele poderia ser preso caso não falasse a verdade ao colegiado.
As falas de Wajngarten estavam contraditórias as suas próprias afirmações em entrevista na revista Veja e por isso o presidente Omar Aziz (PSD-AM) solicitou o áudio bruto da entrevista a revista.
“Eu queria, presidente (senador Omar Aziz (PSD-AM), solicitar à Vossa Excelência, requisitar o áudio da revista Veja para nós verificarmos se o secretário mentiu ou não mentiu. Se ele não mentiu, a revista Veja vai ter que pedir desculpas a ele. Se ele mentiu, ele terá desprestigiado e mentido ao Congresso Nacional, o que é um péssimo exemplo. Eu queria dizer que vou pedir à revista Veja que, se ela mentiu, se retrate a ele. E que, se ele mentiu à revista Veja e à comissão, eu vou requerer à Vossa Excelência, na forma da legislação processual, a prisão do depoente. Apenas para não dizerem que a gente está tratando as coisas com a seriedade que essa investigação requer”, pediu Renan.
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