O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), suspendeu a sessão após o ex-secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, irritar tanto Aziz quanto o relator Renan Calheiros (MDB-AL) por não ser objetivo nas respostas.
Em um dado momento, Calheiros questionou Wajngarten sobre o impacto na comunicação do governo após as declarações classificadas como “estapafúrdias” de Bolsonaro sobre as vacinas contra o novo coronavírus.
Após ser perguntado, o ex-secretário se evadiu da resposta e formulou especulações sobre os motivos de Bolsonaro.
O emedebista insistiu no questionamento durante alguns minutos até que Aziz teve que intervir para tentar arrancar uma resposta objetiva de Wajngarten. Sem sucesso, o presidente da CPI suspendeu a sessão por cinco minutos.
Mas o auge da irritação aconteceu após Renan ter perguntado sobre quem orientava Bolsonaro a fazer as declarações negacionistas a população.
“Eu acho que o senhor tem que perguntar pra ele, senador… eu não conversava”.
Após essa resposta, Renan lembrou que estava inquirindo ele e estava obrigado a responder por lei. Por sua vez, Omar Aziz afirmou que Wajngarten não podia tomar aquela atitude e o ex-secretário pediu desculpas sucessivamente.
Antes de suspender a sessão, o presidente da CPI disse que Wajngarten estava mentindo e que o seu depoimento só está acontecendo por causa da entrevista na revista Veja.
“Senhor Fábio, o senhor só está aqui por causa da entrevista da revista Veja. Se não a gente nem lembraria que o senhor existia, o senhor está me entendendo? É só por causa disso, não tem outra razão para você está aqui”, lembrou.
“Não faça isso com a gente, todo mundo aqui está aqui por uma qualidade, a única qualidade que não chega aqui é menosprezar a minha inteligência pelo menos nas suas respostas, então, o senador Renan está demorando demais porque vossa excelência não está respondendo. O senhor está mentindo aqui para todos nós”, ressaltou.
“E aí ele está aqui tangenciando sobre as perguntas, depois a gente toma uma medida mais radical e aí vão dizer que nós somos isso e aquilo, por favor, não menospreze a nossa inteligência, ninguém é imbecil aqui”, completou.
No retorno da sessão, Aziz advertiu que o ex-secretário teria que ser objetivo nas respostas, caso contrário, seria dispensado e deixaria de ser testemunha para ser investigado.
“Com todo o respeito que o senhor merece, se Vossa Excelência não for objetivo nas suas respostas, nós iremos dispensá-lo dessa comissão, pediremos a revista Veja que mande a gravação e o chamaremos de novo, não como testemunha, mas como investigado”.