O pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, Ciro Gomes (PDT), convidou o ex-presidente do BNDES no Governo Temer, Paulo Rabello de Castro (PSD-RJ), para fazer parte de sua equipe de pré-campanha. Economista de formação, Rabello tem mestrado e doutorado na Universidade de Chicago (EUA), polo do liberalismo econômico.
De acordo com a Folha, Ciro e Rabello conversaram por telefone há 20 dias. A iniciativa de colaborar com a equipe do pedetista partiu do próprio Rabello, que se comprometeu a auxiliar o presidenciável na parte econômica. Os dois devem se encontrar pessoalmente assim que a pandemia amenizar.
“Ele (Rabello) me ligou e me deu uma grande alegria, dizendo que estava vendo a minha luta e que tinha a vontade de ajudar”, afirmou Ciro.
No seu rol de conversas, o ex-ministro já mantém diálogo com outros economistas liberais como Persio Arida e André Lara Resende que lideraram a formulação do Plano Real quando Ciro era Ministro da Fazenda do Governo de Itamar Franco em 1994.
Já na esfera desenvolvimentista, o líder pedetista também conversa com Delfim Netto, Luiz Carlos Bresser Pereira e o professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, todos defensores do papel do Estado na economia.
Apesar de ter estudado na mesma Universidade do atual ministro da Economia, Paulo Guedes, Rabello afirma que não existe nenhuma afinidade com as falácias e práticas defendidas pelo ‘Posto Ipiranga’.
“O Brasil precisa de um liberalismo popular, não do liberalismo financista do ministro Paulo Guedes”, deixou claro.
Sobre a possível narrativa que deve ser criado de que o economista seria uma espécie de ‘Posto Ipiranga’, Rabello adverte:
“Falar em posto Ipiranga é repetir uma babaquice que não se aplica ao candidato Ciro Gomes, que já tem a economia na cabeça, foi até ministro da área. O governo do Ciro terá como presidente um individuo de personalidade fortíssima”, adiantou.
Sobre as privatizações, o economista disse que é favorável, mas não do jeito que governos anteriores e o de Bolsonaro promovem e citou o exemplo mais recente, o da Eletrobras.
“Os financistas do governo querem pegar a Eletrobras e passar a ferro. A empresa está muito subavaliada”, disse.
“Distribuir o capital estatal ao povo é essencial”, completou.
O foco de Rabello será de aproximar Ciro dos agentes do mercado financeiro que querem distância do pedetista pelo seu perfil de estadista e seu discurso nacional-desenvolvimentista.