Um orçamento paralelo em emendas no valor de R$3 bilhões foi criado por Jair Bolsonaro para manter o aluguel de sua base no Congresso.
De acordo com o Estadão, parte considerável desse montante foi usado para compra superfaturada de equipamentos agrícolas e tratores com preços de até 259% acima do valor de mercado.
Ao todo, foram 101 ofícios enviados por deputados e senadores ao Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, e outros órgãos ligados a pasta para indicar como eles desejavam usar os recursos públicos.
Por exemplo, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), solicitou a aplicação de R$ 277 milhões da pasta, passando por cima do próprio Marinho.
Em outro momento, o demista destinou outros R$ 81 milhões apenas à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que controla e mantém aliados políticos.
Noutro caso, o governo Bolsonaro aceitou desembolsar R$ 359 mil num trator que custaria apenas R$ 100 mil aos cofres públicos. No total, o deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO) direcionou R$ 8 milhões.
Já os deputados do Solidariedade Ottaci Nascimento (RR) e Bosco Saraiva (AM) direcionaram R$ 4 milhões para Padre Bernardo (GO), cidade a mais de dois mil quilômetros dos seus redutos eleitorais. Se a tabela do Planalto fosse obedecida, a compra sairia por R$ 2,8 milhões.
Em outro ofício, a deputada federal e atual ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL-DF), foi à Codevasf para ditar o destino de R$ 5 milhões em emendas. Ao jornal, Arruda diz não lembrar do ocorrido.