Uma pesquisa divulgada pela Exame/Ideia nesta sexta-feira, 7, mostra que apesar do pagamento do auxílio emergencial (com valores irrisórios) o Governo Bolsonaro continua sendo corroído pela alta desaprovação.
De acordo com o levantamento, a desaprovação está em 52%, um índice no mínimo ruim para quem se projeta como um candidato a reeleição.
Contudo e apesar da maior crise sanitária e econômica da história brasileira, Bolsonaro se mostra resiliente com seus 25% de aprovação.
Não é crível afirmar que destes, todos são bolsonaristas convictos, mas não deixa de ser um vetor a ser observado, pois sua aprovação em janeiro era de 31% nesta pesquisa. Já no grupo do “nem nem”, cobiçado pela terceira via para chegar competitiva em 2022, o índice é de 22% de quem nem aprova ou desaprova a gestão Bolsonaro.
Apesar da queda na aprovação de seis pontos acumulados desde janeiro, os índices estão dentro da margem de erro da pesquisa e alguns dados interessante precisam ser acrescentados.
Bolsonaro ainda mantém sua força eleitoral no Centro-Oeste (41%) e chegou a recuperar sua aprovação no Norte (36%) em função do auxílio emergencial.
Já cerca de 40% dos evangélicos apoiam Bolsonaro, isso mostra que será muito difícil o esforço dos dois principais candidatos de oposição, Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), adentrarem nesse segmento importante e que deve ser respeitado.
É sempre importante lembrar que antes das eleições de 2018, parte considerável desse eleitorado foi “reprimido” com algumas narrativas da esquerda e que teve como resultado o refúgio político dos evangélicos na figura de Bolsonaro.
Sendo assim, será muito trabalhoso o processo de descolamento desse eleitorado ao chamado bolsonarismo, ainda mais com o investimento cada vez mais pesado do Planalto junto a bancada evangélica (concentrados em parte no DEM e majoritário no Republicanos) e nas pautas de costumes.
No quesito avaliação do Governo Bolsonaro, o índice de ruim/péssimo foi a 50% ante os 24% de ótimo/bom e 23,8%. O que chama atenção é a proximidade nos índices de ótimo/bom e regular, sinalizando que Bolsonaro ainda tem boa margem para melhorar a avaliação do seu governo.
Ainda segundo o levantamento, Bolsonaro tem perdido apoio maciço entre eleitores com ensino superior. Cerca de 64% dessa fatia do eleitorado considera o Governo Federal ruim/péssimo. Em 2018, o ex-capitão teve votos consideráveis nesse segmento em parte pela defesa da agenda liberal representada por Paulo Guedes e também pela bandeira anticorrupção liderada pelo simbolismo que a Operação Lava Jato ainda representava naquele momento.
A Exame realizou 1.230 entrevistas entre os dias 4 e 5 de maio com margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.