Paraná Pesquisas: Lula e Bolsonaro empatados

Pesquisa divulgada hoje pela Veja, encomendada ao Paraná Pesquisas, mostra que o cenário eleitoral para 2022 começa a se clarear.

Bolsonaro e Lula seguem empatados, polarizando a liderança, com 32,7% e 29,3%, respectivamente.

Correndo por fora, ainda muito distantes, estão os candidatos da chamada “terceira via”: Ciro (6,2%) , Huck (5,8%), Moro (5,8%) e Doria (3,6%).

Há notícias de que Huck já teria desistido, em virtude de sua carreira profissional, pois deverá substituir o Faustão no horário que este ocupava, aos domingos. E hoje a Veja publicou que Sergio Moro teria comunicado a seus empregadores que decidiu, em caráter definitivo, não disputar as eleições presidenciais de 2022. As duas decisões podem favorecer Ciro e Doria, que podem se fortalecer como candidatos alternativos a polarização.

A pesquisa também traz cenários de segundo turno, nos quais Bolsonaro ainda vence de todos seus concorrentes, com margens que variam de 3 a 11 pontos: de Lula (42,5% x 39,8%, 3 pontos de vantagem), Ciro (43,4% X 35%, 8 pontos de vantagem) e João Doria (42,6% X 31,3%, 11 pontos de vantagem).

A avaliação de Bolsonaro, por sua vez, continua se deteriorando com bastante velocidade. Segundo o Paraná Pesquisas, 52% dos brasileiros desaprovam Bolsonaro, recorde de rejeição no histórico do mesmo instituto. O percentual de ruim/péssimo, por sua vez, subiu para 43%, igualmente um recorde.

Análise: o cenário mostra uma polarização muito cristalizada entre Bolsonaro e Lula, com margem estreita para a emergência de uma terceira via. Bolsonaro ainda é um candidato competitivo, mas a sua rejeição tem aumentado, ele agora tem um imenso teto de vidro, uma CPI em que, em apenas alguns dias, já produziu bastante estrago em sua imagem, e ele tem hoje pouquíssimos, se é que tem algum, apoio institucional de peso.

Na terceira via, com Huck e Moro fora do jogo, a disputa se transfere para Ciro e Doria. Bolsonaro e Lula absorvem, ao menos nessa pesquisa, cerca de 60% dos votos. Dos 40% que sobram, é preciso descontar uns 15% que sempre anulam ou se abstém. Há um universo, portanto, de 25% de eleitores a ser disputado pela terceira via, mas com a dificuldade desses eleitores se dividirem entre ao menos dois ou três candidatos: Ciro, Doria e Amoedo. A única maneira da terceira via se viabilizar seria um esvaziamento dos candidatos que lideram a pesquisa. Com o aumento da rejeição a Bolsonaro, não seria impossível vê-lo cair mais alguns pontos ao longo das próximas semanas.

Ciro Gomes tem uma posição bastante firme na terceira via. E agora seu principal desafio será herdar o voto órfão de Sergio Moro e Luciano Huck, o que, no primeiro caso, será difícil. É mais fácil que o voto de Moro migre para João Dória, em virtude das críticas pesadíssimas que Ciro sempre fez ao ex-juiz que condenou Lula. Por outro lado, é Ciro quem lidera a terceira via, e talvez consiga reunir em torno de si o voto “útil” do eleitor que não deseja votar em nenhum dos candidatos que lideram. Há um espaço para crescer alguns pontos em cima do chamado “voto crítico”, ou de “protesto”, que parece ter sido importante para Bolsonaro em 2018. Se o pedetista furar o que tem sido o seu teto atual e chegar a uns 15%, ele

Para ver Bolsonaro perder uns 10 ou 15 pontos, no entanto,  temos de aguardar o desenrolar da CPI da Pandemia, além, naturalmente, do processo social como um todo.

Quanto a Lula, o ex-presidente parece muito firme em sua posição, pois vem aumentando, e não diminuindo, e apenas começou as suas movimentações. Ainda pode crescer bastante nas próximas semanas. Mas também deverá começa a enfrentar, em algum momento, um contra-ataque, seguramente com base nas denúncias de corrupção que ainda existem contra ele e os governos dos quais participou, o que talvez cause algum impacto em sua rejeição.

molon e dilma cotrin

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