Uma pesquisa encomendada pelo Valor ao instituto Atlas, divulgada hoje, mostra que o presidente Bolsonaro não vai tão bem assim no estado em que ele vinha apresentando, até então, os seus melhores números de aprovação, o Rio Grande do Sul.
Feita entre os dias 30 de abril e 3 de maio, com 785 eleitores abordados online, a pesquisa estima que 62% dos gaúchos desaprovam o presidente Bolsonaro, contra 36% que o aprovam.
Já o governador Eduardo Leite é desaprovado por 44%, e aprovado por 47%.
A rejeição de Bolsonaro já pode ser vista nas intenções de voto do presidente, que começaram a cair tanto no primeiro turno quanto no segundo.
São apresentados quatro cenários de primeiro turno, sendo um “ampliado”, ou seja, com a presença de todos os presidenciáveis mais conhecidos, e os outros “reduzidos”, constando apenas quatro presidenciáveis (Lula e Bolsonaro, mais outros dois).
Reiterando: é uma pesquisa feita apenas com eleitores do Rio Grande do Sul.
Bolsonaro empata com Lula no cenário ampliado, e fica atrás em todos os cenários reduzidos.
Lula pontua 32% no cenário ampliado a 35%-40% nos diferentes cenários reduzidos.
Bolsonaro tem entre 32,5% no cenário ampliado e não passa de 33% nos cenários reduzidos.
A chamada “terceira via” ainda enfrenta muita dificuldade para se viabilizar no Rio Grande do Sul. Mas alguns nomes apresentam potencial.
Ciro Gomes pontua 6,4% no cenário ampliado; num dos cenários reduzidos, porém, chega a 14,5%.
O atual governador do estado, Eduardo Leite, que é do PSDB, chega a 19,5% dos votos, num dos cenários reduzidos.
O Valor menciona três cenários de segundo turno, entre Eduardo Leite e Bolsonaro, no qual o tucano venceria o presidente por 48% X 34%.
Lula e Mandetta também venceriam Bolsonaro num eventual segundo turno, mas o Valor não dá os números exatos. Não é mencionado um segundo turno entre Ciro e Bolsonaro.
A pesquisa traz ainda um gráfico com a imagem dos presidenciáveis. Aqueles que tem melhor avaliação positiva, por ordem, são: Eduardo Leite (46%), Hamilton Mourão (41%), Mandetta (37%), Lula (35%) e Bolsonaro (33%).
Entre os que tem pior avaliação negativa no estado gaúcho, segundo essa pesquisa, estão: Ciro Gomes (65%), Bolsonaro (64%), Haddad (62%), Moro (61%) e Lula (59%).
Análise: como sempre digo, é preciso olhar com ceticismo e cuidado para pesquisas eleitorais realizadas online, com número relativamente pequeno de pessoas, num ambiente ainda de pouca politização na sociedade. Entretanto, se Bolsonaro realmente tem rejeição de 62% no Rio Grande do Sul, isso seria a prova de que o esvaziamento político do presidente é uma tendência consolidada, e um fenômeno nacional. Ele ainda tem mais de 30% nas pesquisas, mas isso parece ser antes um teto de votos do que um chão. Ou seja, a depender da dinâmica política dos próximos meses, e sob pressão de números cada vez maiores de rejeição, não seria surpresa se a sua candidatura perdesse cada vez mais apoio, colocando em risco, inclusive, o seu lugar no segundo turno.