Por Gabriel Barbosa
Quem apressadamente aposta num 2° turno entre Bolsonaro e Lula nas eleições de 2022 corre o imenso risco de atirar no escuro!
É sabido nos corredores do Congresso Nacional, principalmente entre os mais “rodados” que a CPI da Covid-19, instalada com forte investida (fracassada) de interdição do Planalto, pode ser o ponto “x” para que Jair Bolsonaro não chegue ao 2° turno do próximo ano (caso ele termine o mandato).
Naturalmente, a CPI sob as lideranças de Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e a relatoria de Renan Calheiros (MDB-AL) vai causar choque na sociedade brasileira diante dos erros, omissões e responsabilidades do Governo Bolsonaro na pandemia e que serão ‘publicizados’ dentro e fora do país através da mídia internacional.
Junta-se a isso o cenário de destruição na economia, inflação galopante e o desemprego em massa e teremos o resultado de um cálculo devastador para qualquer presidente da República.
Enquanto isso, o ex-presidente Lula vai continuar orbitando nos seus 30% de base eleitoral e investindo na tentativa de atrair o centro político e até mesmo setores da centro-direita.
É sempre bom lembrar, quem espera um Lula altamente defensor de uma revolução esquerdista no pós-Bolsonaro, vai se frustrar profundamente, vide o seu silêncio sobre alguns pontos como a revogação do Teto de Gastos, autonomia do Banco Central e a sugestão de tornar estatais como a Caixa Econômica e Furnas de economia mista. São sinalizações silenciosas e ao mesmo tempo claras aos setores do mercado.
Já os setores ligados ao centro avaliam que Bolsonaro continuará em queda livre motivado pelas suas próprias irresponsabilidades e que será difícil alavancar sua popularidade faltando menos de dois anos para o pleito presidencial.
Sendo assim, é muito provável que essas forças comecem a nutrir gosto por uma candidatura de terceira via. É certo que o principal requisito na definição do nome que representará esse segmento será a baixa rejeição e outros pontos exigentes pelo eleitorado como honestidade e propostas em áreas sensíveis do cotidiano como Saúde, Segurança Pública e Emprego.
No momento, as movimentações em torno desse propósito ainda estão tímidas, mas não é remota a probabilidade de partidos como PSDB e DEM, mesmo a contragosto, não lançarem candidatos ao Palácio do Planalto e embarcarem numa candidatura que mostra capilaridade para chegar ao 2° turno e enfrentar o ex-presidente Lula. A conferir!