Nesta sexta-feira, 30, o ex-ministro Ciro Gomes e o líder nacional do PSOL, Guilherme Boulos, almoçaram em São Paulo para debateram sobre a disputa ao governo estadual em 2022.
Também estavam presentes os presidentes de ambos os partidos, Juliano Medeiros (PSOL) e Carlos Lupi (PDT).
O evento foi organizado pelo próprio PSOL que lançou a pré-candidatura de Boulos ao Palácio dos Bandeirantes. A cúpula do partido já havia se reunido com o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). Nos planos dos psolistas, também estão encontros com lideranças do PT e Rede.
Pelo lado dos petistas, Fernando Haddad é o nome cotado para concorrer ao executivo paulista após o retorno do ex-presidente Lula ao cenário político nacional.
(Com Leonardo Sakamoto – UOL)
Alexandre Neres
01/05/2021 - 19h12
Meu caro Gabriel, não estou querendo empurrar Ciro para a direita. Compartilho da opinião do Glenn Greenwald no artigo que vou trazer à colação abaixo.
As situações de Lula e Ciro são diferentes pela trajetória política e histórica de cada um. Houve uma tentativa de excluir Lula e o PT do jogo político, de invisibilizá-los com o apoio da mídia corporativa, na maior farsa judicial contemporânea. Se pretendem governar o país, terão que retomar o diálogo com outros segmentos, muitos dos quais os golpearam.
Já Ciro, com a volta de Lula que chacoalhou o cenário político, a ponto de fazer Bolsonaro usar máscara, teve que se aproximar do “centro”, pois o espaço da centro-esquerda ficou congestionado. O nicho que sobrou para Ciro foi o da centro-direita, considerando que a extrema-direita é de Bolsonaro. Ciro logo se deu conta disso e inteligentemente sinalizou nesse sentido. Para vicejar nesse terreno, tem que carregar a bandeira do antipetismo, o que acho uma pena. Por isso, assinou o manifesto junto com o quinteto ex-bolsonarista. Ciro tá jjogando direitinho seu jogo sem muita margem para manobra.
Se dependesse de mim, a chapa de Lula deveria ser uma frente de esquerda, como pensa Boulos. Só PT, PSOL, PC do B, PDT, PSB e Rede. Além desses, apenas coligações estaduais com conservadores, como Renan Calheiros. Em termos de realpolitik, acho isso pouco factível.
Concordo com a análise de que o povão está pouco se importando se fulano é de esquerda ou de direita. Porém, não dá para implementar um projeto desenvolvimentista celebrando uma aliança estratégica com a nata do neoliberalismo. Por sua vez, discordo do amigo sobre Boulos e Haddad. Acho que Haddad não se compara com Tatto, até porque boa parte do PT, inclusive Lula, apoiou Boulos desde o primeiro turno. Lógico que por questões partidárias não se manifestaram abertamente, mas pra bom entendedor pingo é letra. Se o eleitorado paulistano tem boa parcela progressista, o paulista é eminentemente conservador. Por isso, acho a candidatura do Haddad mais consistente. Mas cá entre nós, me identifico mais, votaria em Boulos se fosse eleitor de lá. Um abraço
https://www.cartacapital.com.br/glenn-greenwald/por-que-ciro-gomes-aposta-no-antipetismo/amp/&ved=2ahUKEwiLhubJpanwAhUZqZUCHd9pA94QFjAFegQIEBAC&usg=AOvVaw1I0N9MDuMCJSFpUSZbW6-Z&cf=1
Oblivion
01/05/2021 - 15h26
Que tal eles cobrarem do poste e do lula uma carta aos brasileiros (desta vez brasileiros, não para o mercado financeiro) se comprometendo com políticas progressistas (por exemplo impostos sobre grandes fortunas, sobre lucros e dividendos, sobre heranças milionárias, etc…). O poste, pelo q me lembro, era a favor de manter o teto de gastos, e o lula? Será q tb é favor do q o amiguinho temer fez? Tb fico com a curiosidade se o ciro mantém essas promessas progressistas… Afinal, considerando o naipe de algumas pessoas q ele anda se encontrando (iniciando pelo ex marqueteiro da dilma) talvez ele já mudou de ideia. Já o boulos eu acho q mantém as ideias progressistas. Mas e a carta do poste e o lula, será q tem uma chance?
Tony
01/05/2021 - 15h08
Em 2022 não tem nada de interessante nem para um e nem para o outro.
Luan
01/05/2021 - 13h27
Enquanto isso no Brasil todo ha manifestaçoes a favor do Governo.
Valeriana
01/05/2021 - 15h54
Fracassadas, diga-se de passagem.
Alexandre Neres
01/05/2021 - 13h19
Questões conjunturais da política empurraram Ciro Gomes para a direita. O espaço da centro-esquerda está ocupado. Vejo com bons olhos Boulos conversar com Ciro, ainda que para tratar de questões regionais. Como diria Brizola, infelizmente Ciro Gomes costeou o alambrado. Isso não é bom para o campo progressista. Redunda que para governar, além do centrão, faz-se mister o apoio da centro-direita minimamente democrática, o que é difícil de encontrar por essas plagas. Nesse contexto, mesmo assim preferiria uma chapa puro-sangue. Na minha opinião, a melhor seria Lula-Dino, especialmente se o governador do MA fosse pro PSB, como andam dizendo por aí.
Gabriel Barbosa
01/05/2021 - 14h38
Difícil a tarefa dupla do amigo de tentar jogar uma figura claramente progressista como Ciro Gomes para a tal direita e ao mesmo tempo especular uma aliança seja de Lula ou Boulos com a “centro-direita minimamente democrática”. No Brasil, a dualidade esquerda x direita cabe somente a nós do mundo letrado, diferenciar. O povão em si, não analisa isso com tal profundidade e nem deseja, tanto é que muitos eleitores que votaram em Lula/Dilma votaram no inominável que nos governa. Nada está ocupado meu amigo, o mundo político nos bastidores nunca esteve tão movimentado, um está tentando costurar acordos de forma sorrateira, já o outro está levando portada de setores importantes pelo antagonismo que carrega. Inclusive, estou até hoje esperando um deles se manifestar sobre a revogação do Teto de Gastos e explicar melhor como é essa história de sugerir que o único banco público do país seja de “economia mista”, meus amigos do ‘mercado’ também estão curiosos para saber mais detalhes sobre Furnas. No mundo da política, peguei experiência suficiente para saber que a eleição se aclara nas duas últimas semanas da campanha, até lá muita água e cabeças vão rolar. No caso de São Paulo, creio na viabilidade eleitoral de Boulos na sua candidatura ao governo estadual, com chance de ter uma frente progressista ao seu favor. Haddad tem tudo para ser o Jilmar Tatto de 2022, com todo respeito ao Jilmar. Já sobre o inominável, será marcado na nossa história como um pesadelo que durou 4 anos.
Batista
01/05/2021 - 18h07
Muita hora nessa calma, jornalista Gabiciro, pois os fatos não escancaram estarem a “tentar jogar uma figura claramente progressista como Narciro Gomes para a tal direita”, conforme vosso desejo, mas sim a revelar Narciro, há pouco mais de ano anunciando o lançamento de frente de partidos, isolando o PT, para liderar a esquerda no país, agora a bater à porta da direita da classe dominante golpista, para unir-se aos partidos que a representam, pleiteando ser escolhido representante da fantasia make-marqueteira da ‘terceira via’, na eleição de 2022.
Não precisa se desesperar pelo triplo twist carpado não voluntário, executado em tão reduzido espaço de tempo, e menos ainda passá-lo em narrativas ainda mais inverossímeis que ‘tratamento precoce’ do doutor Messias e ‘feijões do doutor Valdemiro’, para cura da covid, pois como mesmo diz, experiente suficiente, sabe “que a eleição se aclara nas duas últimas semanas da campanha, até lá muita água e cabeças vão rolar”, uma por sinal de tão carimbada, desconfiada anunciou que ressurgirá flutuando e rolando à margem direita do Sena, só para não variar.