Os líderes da oposição na Câmara se reuniram na tarde desta terça-feira, 27, para traçarem estratégia com intuito de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a gestão de Ricardo Salles a frente do Ministério do Meio Ambiente. O texto para coletar as assinaturas ainda está sendo elaborado.
Os líderes calculam que é necessário cerca de 171 votos para que a investigação seja aberta na Câmara dos Deputados. Como a bancada de esquerda no Parlamento tem 130 parlamentares, ainda faltam 40 deputados para fechar a conta. Para isso, os líderes Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ) devem buscar colegas independentes que estão no DEM, PSDB e Cidadania.
Na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa da Câmara, o delegado da PF Alexandre Saraiva, afirmou que Salles tentou “legitimar” a ação de criminosos que atuam no mercado ilegal de madeiras extraídas na floresta Amazônica.
“O ministro tornou legítima a ação dos criminosos. Temos mais de 70% da madeira apreendida em que não apareceu nenhum dono. Se ninguém reivindicou, como é que ele pode falar que aquilo está legal? Não apareceu dono”.
Responsável pela Operação Handroanthus, o delegado apreendeu a maior quantidade de toras do Brasil, mais de 214 mil metros cúbicos de madeira ilegal. Recentemente, Saraiva foi exonerado do cargo de superintendente da PF do Amazonas por decisão do Governo Bolsonaro.