A cúpula do Partido dos Trabalhadores deve aprofundar suas tratativas com os partidos do centro na tentativa de atraí-los para a candidatura do ex-presidente Lula em 2022. Estão na mira partidos como o MDB e o próprio PSD que atualmente faz parte da base governista de Jair Bolsonaro.
Antes considerados ‘golpistas’ por terem apoiado o impeachment de Dilma Rousseff (PT), esses partidos agora podem ter o apoio do PT nas candidaturas de oposição nos estados em prol da adesão a candidatura de Lula em nível nacional.
“Está claro nas últimas intervenções de Lula que a melhor estratégia é repetir o perfil da candidatura de 2002, abrindo espaço para partidos do centro democrático”, disse na Folha o senador Paulo Rocha (PT-PA).
No Pará, existe a possibilidade da dobradinha PT-MDB se repetir como em 2018. Naquele ano, os dois partidos se uniram no 2° turno em apoio ao então candidato Helder Barbalho (MDB) que foi eleito para o governo do estado.
Em Minas, após a derrota dupla de Fernando Pimentel na campanha de reeleição ao governo e Dilma Rousseff para o Senado em 2018, o partido tenta se aproximar de Alexandre Kalil (PSD), possível candidato ao executivo mineiro.
Para 2022, Kalil pretende manter sua base formada pelo próprio PSD, MDB, DC, PP, PV, REDE, AVANTE e PDT. Esse blocão apoiou sua reeleição a prefeito de BH em 2020 e a aliança saiu vitoriosa com 63,3% dos votos válidos.
No Acre, o nome do senador Sérgio Petecão (PSD) entrou no radar para ser candidato a governador e provavelmente o PT poderá apoiar o congressista. A ideia é fazer uma dobradinha com Jorge Viana (PT) para o Senado.
No Mato Grosso do Sul, o partido cogita aprofundar o diálogo com o senador Nelsinho Trad, atual líder do PSD no Senado e da base do governo Bolsonaro, e setores do PSDB do governador Reinaldo Azambuja que cogita lançar o secretário Eduardo Riedel para o governo do estado.