Com a volta do ex-presidente Lula ao xadrez eleitoral de 2022, a cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores busca abrir dialogo com legendas que até outrora eram adversários após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Partidos como MDB, PP, PL e PSD entraram no radar e o partido vai tentar pelo menos esvaziar – caso não consiga formar alianças regionais – o apoio dessas legendas a reeleição de Bolsonaro ou uma candidatura de terceira via.
De acordo com O Globo, algumas lideranças do MDB como o ex-ministro de Michel Temer, Moreira Franco, enxergam com bons olhos a candidatura de Lula. Contudo, o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), já declarou publicamente que o seu partido não deve embarcar na candidatura de Lula ou Bolsonaro.
Em alguns estados como Minas Gerais, o PT vai buscar aproximação com Alexandre Kalil (PSD), possível candidato ao governo estadual, através do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Agostinho Patrus (PV).
A reconciliação entre PT e MDB em Minas Gerais já existe e provavelmente os emedebistas devem indicar um vice para Kalil ou uma candidatura ao Senado.
Em outros estados como no Amazonas, o PT aposta na reaproximação com o senador Eduardo Braga (MDB) que foi ministro de Minas e Energia do governo Dilma e votou favorável ao impeachment da petista.
O atual vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), também é outro parlamentar que o partido de Lula tenta aprofundar o diálogo. Ramos compõe a base de Bolsonaro, mas ocupou cargo no governo petista.
Já no Ceará, o ex-senador Eunicio Oliveira (MDB) é um dos entusiastas da candidatura de Lula e planeja voltar ao Congresso Nacional com o apoio do líder petista. Oliveira foi presidente do Senado no governo de Michel Temer e foi um dos líderes do MDB que votou favorável a derrubada do PT em 2016.
No estado vizinho, Paraíba, o ex-ministro do governo Dilma, Aguinaldo Ribeiro (PP), também é cogitado pelos petistas. Contudo, para que a costura tenha sucesso, será necessário uma reaproximação com o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), rompido com o PT e com o governador João Azevedo (Cidadania).