Apesar da maior crise sanitária, social e econômica da história do Brasil, Jair Bolsonaro ainda mantém forte apoio entre empresários gaúchos. O Rio Grande do Sul foi um dos estados onde Bolsonaro registrou vitória majoritária em 2018, venceu em 407 das 497 cidades.
De acordo com a Folha, os empresários gaúchos enxergam Bolsonaro como “mais uma vítima do coronavírus” e que o seu governo faz o possível pelo Rio Grande do Sul. Ainda na visão deles, governadores e prefeitos são os grandes responsáveis pela crise vivenciada no país.
“O governo federal foi o único que teve ação positiva e pró-ativa em relação aos empresários e a população. Fez o Pronampe, por exemplo”, diz o empresário e presidente da Associação Comercial de Porto Alegre, Paulo Afonso Pereira.
Já o presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), Gilberto Petry, faz crítica a quem cobra vacina ao governo federal.
“Na questão da vacina, não adianta ficar falando ‘tem que ter’. Nem todos os laboratórios têm produto disponível. Até o Canadá se queixou disso. Muita gente fica dando palpite no que não sabe”, afirmou.
Petry ainda ressalta que Bolsonaro vai continuar tendo o apoio dos empresários numa possível polarização com o PT.
“Os empresários sempre vão ser a favor de um presidente que entrou para combater a corrupção e acabar com aquilo que havia antes”, completa.
Essa tese é compartilhada pelo presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, Marcelo Lauxen Kehl.
“Os empresários defendem o que é melhor para os negócios. Apoiaram Bolsonaro porque achavam que ele era ‘menos ruim’, e para evitar o retorno do PT”, ressaltou.
Já o pecuarista e presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, José Roberto Pires Weber, é um crítico da polarização.
“Prevalece aquele discurso: se o Bolsonaro é a favor, eu sou contra, e vice-versa. Mas não é assim que a vida funciona, não é nessa dicotomia absurda. Ficamos preocupados com a briga e não cuidamos do Brasil.”
Porém, o pecuarista ressalta que o agronegócio continuará com Bolsonaro caso aconteça um novo 2° turno entre Bolsonaro e PT em 2022.
“O agro está ao lado do Bolsonaro. A Tereza Cristina tem sido uma excelente ministra (da Agricultura), e tudo isso faz com que o agro se fortaleça no lado que escolheu. O agro não olha com bons olhos para o STF e o Congresso. Não é tanto pelas decisões, mas pela falta de convicção e de manutenção das decisões.”