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Jango tinha 70% de aprovação às vésperas do golpe de 64, aponta pesquisa

Pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe de 31 de março de 1964 mostram que o então presidente da República, João Goulart, deposto pelos militares, tinha amplo apoio popular. Doadas à Universidade de Campinhas (Unicamp) em 2003, as sondagens não foram reveladas à época. Pelos números levantados, Jango, como Goulart também era conhecido, ganharia […]

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Pesquisas feitas pelo Ibope às vésperas do golpe de 31 de março de 1964 mostram que o então presidente da República, João Goulart, deposto pelos militares, tinha amplo apoio popular. Doadas à Universidade de Campinhas (Unicamp) em 2003, as sondagens não foram reveladas à época.

Pelos números levantados, Jango, como Goulart também era conhecido, ganharia as eleições do ano seguinte se elas tivessem ocorrido. Entrevistas realizadas na cidade de São Paulo na semana anterior ao golpe mostravam que quase 70% da população aprovavam as medidas do governo.

Em alusão aos 50 anos do golpe de 1964, a Câmara dos Deputados promoverá uma sessão solene nesta terça-feira (1º)  para homenagear a resistência à ditadura militar.

Pesquisa contradiz militares

O professor Luiz Antônio Dias, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirma que uma das pesquisas do Ibope, desconhecida durante 40 anos, havia sido encomendada pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), que fazia oposição a Jango. Ele participou do programa Ponto de Vista, da TV Câmara. O especialista destaca que o levantamento derruba uma das justificativas dos militares para tomarem o poder em 1964: a de que o governo de João Goulart era frágil e impopular.

“Muitos historiadores, até dez anos atrás, ainda tinham essa ideia de que Goulart caiu porque era frágil, não tinha o apoio dos partidos e, sobretudo, da população”, comenta Dias.

Radicalização ideológica

Historiador da Universidade de Brasília (UnB), Antonio Barbosa ressalta o clima de polarização ideológica que o País vivia. Para os opositores, Jango representava uma “ameaça comunista”. “A partir de 1963, cria-se um quadro de crescente radicalização: a Igreja Católica, o empresariado, as Forças Armadas e a imprensa vão assumir uma posição contrária às reformas defendidas por Jango, identificadas como a ‘comunização’, a ‘esquerdização’, a ‘bolchevização’ do Brasil”, explica.

Mas para o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), o perigo comunista era real: “Estávamos à beira de ser implantada aqui a ditadura do proletariado. Os empresários e a igreja queriam que os militares assumissem o poder. Ou seja, toda sociedade queria afastar o fantasma da ditadura do proletariado que estava presente em nosso país.”

Já o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) acredita que a população foi manipulada: “Criou-se a ideia de que o Brasil estava em um caos total, que Jango queria implantar o comunismo. Era a época da ‘guerra fria’, da forte polarização entre União Soviética e Estados Unidos, e acabaram fazendo uma manipulação grosseira para influenciar a opinião pública.”

Imprensa

O professor Luiz Antônio Dias vai além e diz que a grande imprensa participou da articulação do golpe militar. Segundo ele, esse movimento inclui todos os maiores jornais da época, como: Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.

“Eram recorrentes matérias ou editorais vinculando o governo aos comunistas. Não me lembro de ter visto nenhuma afirmação direta de que Goulart fosse comunista, mas era muito comum, por exemplo, atribuir ao Ministério da Educação, um programa comunista, como a criação de cartilhas para doutrinar nossos jovens”, informa. “Outra situação relativamente comum, tanto na Folha quanto no Estadão, era a preocupação com a possibilidade de Goulart dar um golpe para se manter no poder”, completa.

Dias lembra que o jornal A Última Hora, que apoiava o governo Jango, sofreu boicote de anunciantes e foi à falência, até ser comprado pela Folha de S.Paulo.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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Comentários

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Professor Antonio Roberto Moraes

01/04/2021 - 19h58

Deve ser por isso que 1 milhão foram às ruas pedir pra ele e seus comunistas saírem contra 100.000 de seus apoiadores, devidamente pagos, claro.

Quem acredita em pesquisa é chimpanzé de realejo.

dcruz

01/04/2021 - 17h10

Quando a gente não entende por que o bozo foi eleito é só ler esses comentários que grassam por aqui, as mesmas sandices que o bozo diz diuturnamente esses bovídeos mugem, será que não aprenderam outro tipo de mugir, além do “são todos comunistas” e “Lula é ladrão?”.

    Kleiton

    01/04/2021 - 22h00

    Será que não está na hora de aceitar a democracia ?

Fanta

01/04/2021 - 14h52

Não interessa qual era a aprovação do Presidente da Republica, isso nada tem a ver com o que estava aconteçendo naquele momento.

Uma coisa nada tem a ver com a outra.

Lula também tinha aprovaçào recorde mas o mensalão, a robalheira, a desgraça estavam rolando soltas…

Ronei

01/04/2021 - 14h47

Quem levou o golpe foram os bandos de porcos de esquerda…e foi bem certeiro bem no meio nas nadegas !!

Valeriana

01/04/2021 - 14h44

Brizola recebia dinheiro e armas de Cuba para que…?

Luan

01/04/2021 - 14h42

Sim…e segundo as pesquisas Bolsonaro em 2018 perdia para qualquer candidato no segundo turno….kkkkkkkkkkkkkkk

Tony

01/04/2021 - 14h41

O perigo era real, Brizola recebia dinheiro de Cuba para que…?


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