A entrevista do ex-presidente Lula ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Bandenws, traz um indivíduo ainda em estado de graça pela decisão judicial que anulou todos seus processos judiciais, tornando-o novamente um cidadão livre, em plena posse de seus direitos políticos.
Em alguns momentos da entrevista, todavia, Lula demonstrou nervosismo, como quando lembrou reações crueis de seus adversários políticos durante a morte de seus entes queridos, como no caso do falecimento de dona Marisa.
Lula também se alterou um pouco quando Reinaldo abordou os problemas de corrupção na Petrobras, respondendo que a Lava Jato acabou por beneficiar corruptos e prejudicar empresas estratégicas para a economia brasileira.
Uma das oportunidades perdidas de Reinaldo Azevedo, de provocar o ex-presidente, foi quando Lula menciona o papel de Palocci na corrupção da Petrobras. Lula havia defendido que nenhum petista participou ativamente dos desvios, e que os diretores da estatal mais envolvidos eram funcionários de carreira, com décadas de serviço. Mas e o Palocci?
A corrupção na Petrobras ainda precisa ser melhor explicada pelo ex-presidente em futuras entrevistas.
Em seu livro, a jornalista Malu Gaspar traz denúncias muito graves contra o PT, que também precisariam ser respondidas com mais assertividade.
É inegável constatar, porém, que o momento político atual pertence a Lula.
Admiradores e adversários observam o ex-presidente com um misto de fascínio e perplexidade, porque assim como ninguém imaginava que Bolsonaro se tornasse presidente da república, igualmente poucos previam que o ex-presidente voltaria ao cenário com tanta força.
Aliás, o próprio fato de Lula reaparecer na grande imprensa, num programa de entrevista de Reinaldo Azevedo – que durante anos foi um dos críticos mais ferozes do PT – é outra dessas surpresas da política nacional que ninguém poderia prever.
Lembro-me, por exemplo, de Reinaldo defendendo o impeachment de Lula com tanta raiva e amargor, que ele repetia o termo impeachment como um cônsul romano defendendo a destruição de Cartago.
Se esse “momento Lula” vai durar e prosperar, apenas o tempo vai dizer. O famigerado antipetismo vai se diluir, ou vai experimentar um “revival” com esse retorno triunfal do ex-presidente à arena política?
Depois de tantas reviravoltas, é temerário fazer qualquer previsão daqui para frente.
Na parte econômica, Lula arriscou uma tímida autocrítica a Dilma, dizendo que ela cometeu exageros nas isenções fiscais que concedeu aos empresários, mas que já tinha dado sinais de que os rumos seriam corrigidos.
Essa é a parte que mereceria uma crítica mais detalhada em nossa análise, mas deixemos para outro post.
Ao final da entrevista, Reinaldo mencionou o manifesto assinado por alguns presidenciáveis de centro, direita e centro-esquerda, e admitiu que seria um “sonho” que se oferecesse uma alternativa à polarização.
Lula reagiu com visível desprezo, dizendo que não se “pesca em terra seca”, e afirmando que todos tinham votado em Bolsonaro. Foi corrigido por Reinaldo sobre Ciro, ao que Lula rebateu que o pedetista não tinha votado, pois estaria em Paris.
O jogo político de 2022 ainda não está claro. A reentrada de Lula embaralhou tudo. O centro começa a se reorganizar e agora tudo indica que o bolsonarismo pode, de fato, entrar em colapso, com seus eleitores migrando massivamente para outro candidato.
Por outro lado, a missão do “centro” – alguns se irritam com essa denominação, pois vêem nisso um eufemismo para o que seriam forças de direita, mas é fato que, diante de Bolsonaro, temos um centro político cuja principal característica é o esforço para se afastar do atual presidente, mas também se manter distante da esquerda identificada com Lula e o PT – a missão do centro é complicada, porque o seu candidato mais forte, Ciro Gomes, tem propostas e ideias que dificilmente serão aceitas pelos outros partidos, de perfil mais liberal. E vice-versa.
Embora o cenário ainda não esteja claro, todavia, já é possível prever que teremos três ou quatro forças importantes disputando as eleições presidenciais em 2022: Lula ou outro candidato do PT, Bolsonaro, o “centro”, e Ciro. As chances de Ciro, diminuídas dramaticamente com a volta de Lula ao jogo, poderiam aumentar caso ele fosse o candidato escolhido por este centro, assim como um outro candidato do centro, se viesse a receber o apoio de Ciro, poderia quebrar resistências junto a alguns setores mais ligados ao trabalho.
De qualquer forma, a volta de Lula foi fundamental para tirar o Brasil do marasmo e da depressão política. Ele é um personagem de importância histórica, cuja presença pode ajudar na grande luta que temos nos próximos meses, que é asfixiar o fascismo tupiniquim representado por Bolsonaro, empurrando-o de volta ao buraco do qual ele nunca deveria ter saído. Essa é um luta de todas as forças democráticas, e todos sairemos ganhando diante de uma derrota clara sobre o bolsonarismo.
Caso Bolsonaro não venha a disputar o segundo turno em 2022, e agora existe a chance disso acontecer, teremos oportunidade de experimentar uma campanha menos emocional, baseada em projetos, em críticas construtivas ao passado, em anseios genuínos por mudanças estruturais em nossa economia política!
Cuban crafter
03/04/2021 - 11h07
Tà em boa forma mesmo…mente que é uma beleza !!
Tony
03/04/2021 - 11h06
Quem ainda acredita nesse pilantra…? Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Realmente vcs acham que os brasileiros sao idiotas isso tudo…?
Tony
03/04/2021 - 12h33
O gado tá nem dormindo! Kkkkkk
Luan
03/04/2021 - 11h05
Fora as mentiras de sempre…Lula parou no tempo.
Alexandre Neres
02/04/2021 - 17h19
Prezados, tirando no bolsonarismo em que nada de bom floresce, nos demais segmentos políticos encontram-se pessoas de todo tipo, boas e más, com suas contradições, como todo ser humano. Até no lavajatismo que para mim é o mal maior, tenho simpatia pelo Paulo. O que eu notei ultimamente, como no manifesto do sexteto, é que os ciristas progressistas, como o Alan C e o Oblivion, entre outros, estão debatendo e dando a cara a tapa, enquanto os ratos estão abandonando o barco, justo os moralistas que se identificam com o discurso dos direitistas golpistas e bolsonaristas.
Alan C
02/04/2021 - 21h38
Esses nunca existiram.
Simples assim.
Plinio
02/04/2021 - 16h28
“É inegável constatar, porém, que o momento político atual pertence a Lula.” – Essa sua frase é o resumo da sua análise… Desgosto seu, é o que no mínimo se depreende de toda ela.
Carlos Valentin
02/04/2021 - 15h26
“”Em alguns momentos da entrevista, todavia, Lula demonstrou nervosismo, como quando lembrou reações cruéis de seus adversários políticos durante a morte de seus entes queridos, como no caso do falecimento de dona Marisa”” Nervosismo? Não, seria raiva mesmo, raiva desta gente maldosa, você queria o que? A passividade de certa parte da esquerda?
Dilmar Santos de
02/04/2021 - 12h34
É impressionante a torcida do cafezinho, ao contrário de todos os outros blogs progressistas que fizeram uma avaliação totalmente diferente do M. Rosário. O venenozinho na cauda da serpente em certas passagens do seu texto, criticando Lula e o PT, para ser inoculado no “subconsciente” dos incautos, e deixar a mensagem da alternativa do ciro, o coroné fujão covarde. Não tem jeito.
Tays Melo
03/04/2021 - 18h33
Lula é político, é ser humano. Não é Deus. Ele também falha, mas é gostoso apontar os erros dele, não é? Quantos políticos mais tiveram que suportar o povo, a imprensa, a justiça, colegas que cuspiram no prato de que comeram como Lula suportou? Será Lula menos inocentes que eles? Não. Ele apenas é o alvo.
Com tudo isso, ainda pôde governar o Brasil de maneira que nenhum outro o fez.
As críticas sempre são bem vindas. No entanto, é notória a forma como os críticos se deliciam a apontar recortes vulneráveis em sua fala.
Quem chama de mentiroso, não sabe sobre o que ele mente. Só repete que nem papagaio o que escuta por aí.
Lula não é só uma opção, mas sempre foi a melhor.
Stalingrado
02/04/2021 - 12h04
A grande luta não é contra o miliciano, é contra as FFAA.
Em 2016 um oficial do exército, capitão Willian Pina Botelho, o Balta, foi detido durante manifestação pró Dilma, ele agia infiltrado em movimentos populares. Posteriormente foi promovido a major por mérito.
As FFAA promovem a Guerra Híbrida contra o povo brasileiro. Esperar algo diferente das FFAA é imbecilidade ou cumplicidade. Para mais detalhes, sugiro a leitura do livro O Brasil no espectro de um Guerra Híbrida do Prof. Piero Leirner, da UFSCAR.
No retorno do PT ao governo, será vital reestruturar a formação das FFAA e acabar com a lei que prevê o uso das FFAA na GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
Stalingrado
02/04/2021 - 12h01
Será Lula no primeiro turno!
Lula está livre, BABACA!!!
Alan C
02/04/2021 - 11h14
Curioso o trechos da entrevista onde José Inácio falou que não se pesca peixe em terra seca, que não se pode inventar candidato.
Quem foi que pescou peixe em terra seca em 2010 inventando uma candidata destrambelhada?????
Ciro? Huck? Amoedo???
Isso engana só os petistóides….
Abelardo
02/04/2021 - 08h42
Acho que o Ciro ao assinar um manifesto junto com ex eleitores e ex apoiadores de Bolsonaro e ate 01 ex ministro de seu governo (seriam 2 se Moro tivesse assinado), chuta uma boa parte de sua base eleitoral, que fundamentalmente é de centro esquerda. O centro, centro direita, liberais e conservadores, dificilmente votarão em Ciro no primeiro turno. Para mim Ciro erra ao tentar se aproximar desse grupo que o rejeita. Erra ao chutar sua base. Ciro deveria sim se aproximar e lutar por uma frente ampla de centro esquerda e deixar seu ódio e rancor de lado. Para sua estrategia dar certo todo esse grupo do manifesto teria que abrir mão de candidatura própria e apoia-lo, e ele por sua vez teria que abrir mão de boa parte de seu projeto e de suas convicções. Acho isso bem improvável. O que esta se desenhando para as eleições são quatro blocos, Bolsonaro, Lula, Ciro e um grupo de Centro direita englobando os tais do manifesto.
Alan C
02/04/2021 - 11h18
Vc deixou de ser Lula quando ele se aliou a Temer, Cunha, Collor, Sarney, Calheiros, Geddel, Jucá, entre outros?
Então?…
Abelardo
02/04/2021 - 19h28
Ciro teve pouco menos de 13% de votos na eleição passada. Haddad quase 30%. Esses 43% de votos são na maioria de Centro esquerda e esquerda. Não acho que esta proporção de votos entre o PT e Ciro vai mudar, ainda mais com Lula de volta ao jogo. Ciro sabe disso e tenta se aproximar do centro direita e da direita, só que esse eleitor dificilmente votará em Ciro em um primeiro turno, pois tem enorme rejeição a ele. Eu acho Ciro um ótimo candidato e tem um bom projeto, mas na minha opinião ele errou feio em bater tanto no PT e em Lula. Trasparece um sentimento de rancor e até mesmo oportunismo. Afinal participou 8 anos como ministro do governo Lula e apoiou Dilma nas duas eleições. Acho que se ele tivesse manerado em suas duras críticas hoje poderia estar encabeçando uma chapa de uma frente ampla de centro esquerda. Esse era meu desejo e acho que uma chapa Ciro/Lula seria imbatível. Mas isso infelizmente hoje é pura utopia.
Alan C
02/04/2021 - 21h41
Uhum, tá, mas vc não respondeu a minha pergunta.
Abelardo
04/04/2021 - 07h45
Eu nao sou Lula, Ciro ou quem quer que seja na política. Voto no projeto que mais se aproxima do que penso ser melhor para o país. Na política infelizmente essas alianças contraditórias são necessárias para governar e nao deixaria de votar em alguem por causa disso. Seja quem for o presidente eleito, este terá que fazer alianças para colocar seu projeto em prática. Mas isso é pós eleições. Não estou condenando Ciro por tentar uma aliança com a centro direita, apenas nao concordo. Acho uma decisao equivocada e uma estratégia arriscada pois pode fazê-lo perder votos de sua base e ainda nao garantir os votos dos eleitores de centro direita que o rejeitam. Se no auge da rejeição ao PT o Haddad teve o dobro dos votos de Ciro, o que dirá agora com Lula na jogada. Como disse gostaria de ver Ciro numa chapa formada por uma frente ampla de centro esquerda mas parece que ele ja decidiu seu caminho por outra direção.
dcruz
02/04/2021 - 08h04
Tudo que Lula fala é inteligente, típico discurso de um grande estadista e ponto final. Admira que ainda cause espanto. A fala é fácil, direta, sem subterfúgios. Amedronta uns, alegra o povo,dá esperança ao pobre. Os bovídeos, talvez, algum dia, livres dessa hipnose maligna, voltem a compreendê-lo. A imagem que me vem a cabeça é aquela que quando vemos um craque no trato da bola, tudo que ele faz parece fácil, mesmo as ditas jogadas de gênio. Lula é assim, tudo que ele fala nos faz interrogar-nos: como é que eu não pensei nisso antes? Se houver um confronto entre ele e o bozo, o bozo será irremediavelmente massacrado, se não inventarem outra facada ou coisa do gênero para evitar o confronto.E ainda existe gente que tem dúvidas qual foi o maior presidente do Brasil em todos os tempos.
Manoel
02/04/2021 - 08h02
Lembrando ; 3°possibilidade real e provável , palpável , Lula leva no 1° Turno!!!
SANDRO
02/04/2021 - 07h59
Percebe-se claramente a ruptura com a ala progressista, estamos nos encaminhando para caminhos obscuros. Lula não foi preso pelos seus erros, mas pelos acertos. A história política tem demonstrado que o centro direita não é o caminho.
SANDRO
02/04/2021 - 07h50
Fica claro a ruptura com a ala progressista, estamos nos encaminhando para caminhos obscuros. O Lula não foi preso pelos seus erros e sim, pelos acertos. Não creio que o centro direita vai mudar o destino do País, a história é a prova disso.
Alan C
02/04/2021 - 11h24
Na história consta o nome de Dilma Rousseff e seu governo MEDONHO.
Ah, mas houve pautas bomba do (outrora aliado) Eduardo Cunha.
A NOMEAÇÃO DO LEVY BRADESCO FOI PAUTA BOMBA??
Concordo com vc, a história já foi escrita e nada vai muda-la.
Alexandre Neres
02/04/2021 - 02h03
“Não existe terceira via possível para 2022 e quem não enxerga isso está completamente alucinado. E quanto mais se perde tempo debatendo isso, mais força vai pro Satanás 17”. (Felipe Neto, youtuber)
“Esta ênfase na defesa da democracia nos desperta questões, pois invocaram a campanha das Diretas Já, quando nenhum deles participou das diretas. Mandetta e Ciro estavam no PDS (novo nome da ARENA, de apoio ao regime militar) na época das diretas, e o PDS não veio pra rua, claro; o banqueiro Amoedo certamente era de apoio aos militares; Huck não estava em lugar nenhum; Dória e Leite, não se sabe onde estavam, mas nas ruas nunca vieram.”… “O PDT e Ciro já estão do outro lado. Não são mais trabalhistas e brizolistas. Me faz lembrar um verso de Drummond: apenas um quadro na parede, e como dói.” (Vivaldo Barbosa, trabalhista histórico e brizolista)
“Ciro Gomes, João Doria, Eduardo Leite, João Amoedo, Luciano Huck e Luiz Henrique Mandetta fecharam nas coxas a minuta que lhes foi passada pela assessoria certificando-se de que não havia o nome ‘Jair Bolsonaro’ no corpo do que passaram a chamar de “Manifesto Pela Consciência Democrática”. Depois, modificaram o último parágrafo e mandaram ver na caixa alta – ou seja, nas palavras com todas as letras escritas de forma maiúscula como se gritassem para o leitor: ‘Homens e mulheres desse país que apreciam a LIBERDADE, sejam civis ou militares, independentemente de filiação partidária, cor, religião, gênero e origem, devem estar unidos pela defesa da CONSCIÊNCIA DEMOCRÁTICA. Vamos defender o Brasil.'”…”Daí, condoídos com o autoexílio ao qual se impôs o ex-juiz Sérgio Moro desde quando foi defenestrado do governo que ajudou ilegitimamente e fraudulentamente a eleger, acionaram-no nos Estados Unidos. Queriam a participação dele. Moro pediu escusas, mas disse que não podia juntar-se ao grupo no parquinho virtual, pois isso poderia pegar mal para seu empregador – a empresa de gestão de ativos podres e recuperações judiciais Álvares & Marsal.” (Luís Costa Pinto, jornalista)
“Saiu um manifesto de seis presidenciáveis em favor da democracia. Eu soube até que convidaram o Moro. Nem sabia que o Moro era de centro, porque quem defende excludente de ilicitude pode ser qualquer coisa menos de centro. Eu atribuí essa junção que ocorreu aí a sua entrada no jogo eleitoral de novo, presidente.” (Reinaldo Azevedo, jornalista)
“Sou favorável e aplaudo qualquer manifesto que defenda a democracia, agora todos esses tiveram a chance de garantir a democracia votando no Haddad. Essa gente preferiu votar no Bolsonaro. Ou seja, você faz um manifesto e sequer reconhece o erro? O Ciro só foi para Paris, não votou” (Lula, torneiro mecânico)
“Eu acredito que ainda vão ocorrer muitas tentativas de impedir que Lula concorra nas próximas eleições, esforços sérios nesse sentido, em parte por causa do intenso ódio de classes que existe no Brasil, que é muito chocante. Alguns setores não querem saber de ter uma pessoa que nem fala português direito assumir uma posição de poder, esse não é o lugar para um trabalhador. Além disso, claro, eles não gostaram das políticas de Lula.
É interessante ver o que aconteceu no mercado financeiro, assim que saiu a decisão sobre Lula, apesar de ele ter, em seu governo, favorecido o mercado –um pouco demais para o meu gosto. Ele ofereceu tudo que eles queriam, mas não foi o suficiente, nunca é o suficiente.
A pessoa que eles amam é Paulo Guedes, com sua política de privatizar tudo, dar tudo para os investidores estrangeiros. Isso é perfeito!
O que os mercados financeiros temem é que, com Lula, seja abandonado o que eles chamam de reforma financeira, reforma econômica, uma expressão que significa dar tudo para os ricos, incluindo investidores estrangeiros que podem comprar o país. Isso é o que eles chamam de responsabilidade econômica, política responsável.
Lula tem conquistas muito notáveis. E isso não é a minha opinião, mas sim a do Banco Mundial. Em 2016, o Banco Mundial, que não é exatamente uma instituição de esquerda, fez uma análise aprofundada da economia brasileira classificou os anos Lula como “década de ouro”: enorme redução da pobreza, aumento da inclusão social. Mas os ricos do Brasil não querem isso, eles querem políticas como a da privatização total.
De qualquer forma, Lula é hoje um grande e poderoso estadista. Acho que, se ele conseguir driblar as forças que tentam bloqueá-lo, é uma saída para o Brasil. É uma esperança.
Veja o Brasil no cenário mundial. Durante os anos Lula, o Brasil era o país mais respeitado do mundo, literalmente, honrado em toda a parte. Também a voz do Sul global, unificando o hemisfério sul. E veja a atitude em relação ao Brasil de hoje: um país patético, do qual as pessoas riem. É uma enorme diferença, e isso pode ser atribuído largamente à diferença entre Lula e Bolsonaro.” (Noam Chomsky, filósofo e linguista)
Alexandre Neres
02/04/2021 - 10h26
BERNARDO MELLO FRANCO – Consciência tardia
COLUNISTAS
O Globo / Opinião
Seis presidenciáveis divulgaram um manifesto ”pela consciência democrática”. O texto não cita Jair Bolsonaro, mas afirma que a democracia está “ameaçada” em seu governo. “Cabe a cada um de nós defendê-la e lutar por seus princípios e valores”, conclama.
A carta exalta o movimento das Diretas, que “uniu diferentes forças políticas no mesmo palanque”. “O autoritarismo pode emergir das sombras, sempre que as sociedades se descuidam”, alerta. Curiosamente, os signatários se descuidaram quando o país elegeu um candidato que exaltava a ditadura e ameaçava “fuzilar” adversários.
Dos seis autores do manifesto, cinco pediram voto para Bolsonaro em 2018. Em São Paulo, João Doria chegou a mudar o próprio nome: passou a se vender como “Bolsodoria”. Seu padrinho político, Geraldo Alckmin, definiu a metamorfose como atitude de “traidor”.
O tucano Eduardo Leite também surfou a onda de extrema direita para se eleger no Rio Grande do Sul. Há oito meses, ele disse não sentir remorso pelo apoio ao capitão. “Não tenho arrependimento porque, dadas aquelas circunstâncias, acho que seria muito ruim o retomo do PT ao poder”, justificou.
O discurso é idêntico ao de João Amoêdo. “Não me arrependí porque não tinha opção. Achava pior votar nulo ou no PT”, disse no ano passado o ex-candidato do Novo. Não foi a única declaração que envelheceu mal.
As vésperas do segundo turno, o apresentador Luciano Huck informou, em vídeo: “No PT, eu jamais votei e jamais vou votar. Isso é fato”. Em defesa de Bolsonaro, ele disse que “as pessoas podem amadurecer”. “Tem uma chance de ouro, né? De ressignificar a política no Brasil”, empolgou-se.
Henrique Mandetta não se limitou a fazer campanha: virou ministro de Bolsonaro. Ciro Gomes viu seu partido apoiar Fernando Haddad no segundo turno, mas preferiu voar para Paris. Depois do passeio, disse que o capitão não oferecia nenhum risco à democracia.
Nos últimos tempos, cobrou-se que o PT fizesse uma autocrítica dos escândalos de corrupção. E justo, mas também seria bom pedir aos signatários do manifesto que expliquem por que ajudaram o atual presidente a chegar lá.
O sexteto também deveria informar o que fará num possível duelo entre Bolsonaro e a esquerda em 2022. Sem isso, o apelo à “consciência democrática” pode soar como marketing de ocasião.
Sebastião
02/04/2021 - 01h34
O ápice da fala de Lula, é quando ele se dirige a Bolsonaro sobre a pandemia. Reinaldo inclusive, mostra-se bem em estado de êxtase, pois é uma briga de perfis parecidos – no que concerne ao populismo.
Tem alguns pontos que Lula estará mais preparado pra responder, e evitar confusões como dos ex presidentes do EUA, na próxima entrevista. Que lógico, nota-se sem má fé, que foi uma atrapalhação, somente.
Esperar, que Reinaldo agende uma outra, que cause impacto e chame a atenção como esta de hoje. De preferência daqui a um mês. Agora, quando no passado, imaginaríamos Reinaldo e Lula frente a frente?
Eu particularmente, acredito que Bolsonaro ainda sobreviva na casa dos 25%, assim como Lula na casa dos 30%, o que indica que haverá polarizacao entre os dois. A pandemia começará a recuar com as vacinas, e o Auxílio ainda que menos, irá dar uma pequena aliviada na imagem de Bolsonaro. E Lula, ironicamente, se tornará opção de alguns da classe média.
Reinaldo ainda, deu uma força a Lula, pra que tirasse o temor em relação a ele, num eventual terceiro mandato. Ele falou de empresas de capital mista, sem haver a necessidade de privatização.
Francisco*
02/04/2021 - 01h26
Miguel relata que, “Ao final da entrevista, Reinaldo mencionou o manifesto assinado por alguns presidenciáveis de centro, direita e centro-esquerda, e admitiu que seria um “sonho” que se oferecesse uma alternativa à polarização”.
Quando de fato na entrevista se ouve não uma alternativa a polarização e sim, outra “polarização que hoje nem está no radar, em 2022”:
“(R) Presidente, saiu um manifesto de seis pré-candidatos a presidente da república… e o senhor não tá lá, que eu saiba não foi convidado, eu soube que até convidaram o Moro, eu não sabia que Moro era de centro… mas de qualquer modo ele não assinou… O senhor acha possível até ter uma eventual polarização que hoje nem está no radar, em 2022, de ter o candidato do PT, então o senhor ou outro, e o outro polo ter um nome desse que vai da direita democrática a centro esquerda, o que pra mim seria um sonho, que seria fugir da terra dos mortos?”
E completa o relato sobre o manifesto:
“Lula reagiu com visível desprezo, dizendo que não se “pesca em terra seca”, e afirmando que todos tinham votado em Bolsonaro. Foi corrigido por Reinaldo sobre Ciro, ao que Lula rebateu que o pedetista não tinha votado, pois estaria em Paris”
Quando de fato na entrevista, Lula fixa-se em responder sobre a escancarada tentativa da direita, da golpista classe dominante, em criar um candidato via Huck, Moro, Mandetta e mais quem encaixe-se no figurino de Cinderelo, quando Reinaldo, lembra-lhe de Doria e Ciro ‘já prontos’ e Lula aproveita para descortinar o que andaram fazendo na primavera de 2018:
“(L) Todo mundo sabe, toda vez que você fica tentando pescar em terra seca, não tem peixe, você pode pescar qualquer coisa. E num país desse tamanho você não inventa candidato, e se você inventar o resultado é nefasto.
(R) Mas alguém daí presidente…, o Doria é governador, o Ciro foi governador…
(L) Veja uma coisa, esse manifesto, pelo que soube, sou favorável e aprovo pois defende a democracia, agora essa gente, todos eles, tiveram a chance, em 2018, de deixar a democracia garantida votando no Haddad, mas votaram no Bolsonaro.
(R) O Ciro não.
(L) O Ciro só foi para Paris, não votou…”
E com tudo que se sabe hoje, fazer uso das exceções, Palocci, sabidamente com profundas relações junto ao mundo financeiro, o qual tentou desesperadamente delatar, mas que não interessou ao juiz ‘tarado em Lula’, e Delcídio, ambos fazendo uso de delações contra Lula para safarem-se dos ilícitos praticados e manterem parte do butim amealhado, delações essas que sequer mereceram crédito até mesmo dos lavajateiros em função do enredo ser frágil, ainda mais tentando comparar Palocci com os citados por Lula com atuação direta na alta direção da Petrobras, sem acusações de corrupção ou qualquer outros ilícitos, Dutra, Gabrielli e Guilherme Estrella, é por demais rasteiro, mais próprio à mídia de acusação, sócia parceira da lava jato.
Sem esquecer que Lula NÃO menciona na entrevista o papel de Palocci na corrupção da Petrobras e sim categoriza-o como um dos ‘bandidos beneficiados pela lava jato, com a oficialização do roubo através da delação premiada [sem prova].
E enquanto 270.000 acompanhavam a entrevista de Lula a Reinaldo, pelo You Tube, ao mesmo tempo, a live das quintas do desgovernante, na mesma plataforma, era acompanhada por pouco mais de 13.000 interessados.
Francisco, o outro
02/04/2021 - 12h47
Excelente e lúcido comentário.
O articulista aqui tenta distorcer algumas palavras de Lula, falando em “desprezo”, quando na verdade as declarações têm um profundo significado político.
Morvan Deon
01/04/2021 - 22h52
Isso foi apenas jogada de mestre do jornalista. Congresso Nacional e MPF prevaricam em não tomarem providências diante de tantos crimes de responsabilidade e provavelmente até de crimes comuns do nosso comandante Sr. Jair Bolsonaro. Esta entrevista dá dinâmica à Politica verdadeira, e que nestes tempos de agora, é de extrema urgência para o bem do Brasil e do mundo. Gostem de quem quiserem gostar, agora, que o ex-presidente vai mudar consideravelmente os caminhos e pensamentos dos políticos, de muitos membros da justiça em que seguir leis dá doença brava e dessa política recheada e suja atual, isso é certeza absoluta. A tendência, assim se espera, é que seja o princípio de um efeito benéfico para que País tenha ordem, com o povo tendo saúde, trabalho e dignidade. Que nossa Nação volte a ser Grande e respeitada, como sempre foi, por nós e por todos os países do mundo.
Paulo
01/04/2021 - 22h22
Tudo por que torço é que Bolsonaro não vá ao 2º turno. É a 1ª torcida. Que Lula e o PT não cheguem ao 2º turno, é a outra torcida. Mas esse cenário ideal (dependendo de quem passe, obviamente), é extremamente difícil. Que Deus nos ajude e comprove que não deixou de ser brasileiro!
Edgard
01/04/2021 - 23h49
Profundo, fiquei impressionado com o raciocínio.
Washingto F OLIVEIRA
02/04/2021 - 00h11
No segundo turno vai ser Lula x Ciro Gomes , Bolsonaro corre risco de ficar fora do segundo turno, mesmo que chega no segundo turno ,ele perde para o Lula e também para Ciro Gomes , Bolsonaro nunc afez nada na presidência nem vai fazer , na pandemia seu governo foi péssimo , na economia os preços da gasolina mais caro de R$ 6,00 , gás de cozinha hoje é mais de R$ 100, 00 ,os preços dos alimentos mais caros ,Bolsonaro é contra a vacina ,é contra pessoas que usam máscaras , ele é contra lockdown .ele quer sem lockdown para pessoas voltar normal sem máscaras ,sem vacinas e sem lockdown para o povo contaminar com vírus trabalhar com aglomeração depois se contaminar com virus e as pessoas se internar com os hospitais cheio sem a vaga de UTI e morrer ,o presidente quer todo mundo morrer de covid para se manter no poder , Bolsonaro perdeu oportunidade de presidir o Brasil.
Paulo
02/04/2021 - 11h20
Não há chances de dois candidatos à esquerda passarem ao 2° turno…
Batista
02/04/2021 - 14h03
É mais fácil surgir uma cáfila nas areias de Copacabana, que Narciro vir a disputar o segundo turno representando a direita da classe dominante, pela elementar razão que a Casa Grande não confia em Narciro, quanto mais após a terceirização Bolsonaro que lhe custou as falanges ruidosas da extrema direita.
Narciro, na ‘vigésima quinta hora’, bufando, terá que lançar-se acompanhado apenas de Marina, isso se Lupi não puxar-lhe o tapete partidário, pensando no amanhã, e de qualquer forma, terá que fazer do coração tripas para manter os tradicionais 12% e continuar fora do segundo turno.
jacson oliveira
02/04/2021 - 14h24
Sonha… Vocês ainda não entenderam que o bolsonarismo veio pra ficar. Se hoje tem 30%, quiçá em outubro de 22, capaz fazer 40%no I turno. Só Lula pode nos salvar. Não vai ser fácil. Mas vejo o início de uma mobilização.
Luis Antônio Braga
02/04/2021 - 14h23
Não sou petista, acho até que já fui antipático à sigla, mas ao ver questionamentos, especificamente, ao PT enquanto agremiação partidária, normalmente pergunto a quem o faz: e qual, dentre os partidos existente no espectro partidário brasileiro, você confia (deve haver pelo menos um melhor que o PT) ou indica!?
Paulo
02/04/2021 - 19h24
Nenhum. Por isso, voto nulo há mais de 20 anos, sistematicamente…
O Demolidor
02/04/2021 - 23h54
Esse tipo de voto elegeu o Dória…..tem imbecil matuto achando que voto nulo não elege ninguém….
Tony
01/04/2021 - 21h44
Só no dia 1 de abril mesmo…kkkkkkk