Por Gabriel Barbosa
O vácuo deixado por Jair Bolsonaro no mercado financeiro acabou gerando uma oportunidade para que o ex-presidente Lula tente reconstruir uma ponte com esse setor visando a disputa de 2022.
Para que isso seja possível, não bastará apenas que o líder petista construa um arco de alianças políticas para sua possível candidatura. Por ter sido presidente duas vezes, Lula se inteirou do jogo e sabe que será necessário fechar compromissos com a Faria Lima.
Atualmente, o cenário encontrado pelo petista é muito diferente de 2002, quando se sentiu autorizado a formular a Carta aos Brasileiros, que foi prejudicial para sua base de esquerda e benéfica para o conservadorismo econômico.
Com a crise aprofundada pela pandemia e o fracasso de Paulo Guedes em aplicar uma parte considerável da sua agenda liberal, o mercado vai querer de Lula um compromisso inicial e público com as tais reformas, privatizações, autonomia do Banco Central e até mesmo com o Teto de Gastos, aprovado no governo Michel Temer (MDB).
Logicamente que esse possível compromisso terá que ter contrapartidas e a principal delas será a diminuição da desigualdade social. Esse abismo se aprofundou na pandemia e o impacto social e econômico do auxílio emergencial de apenas R$600 foi a prova cabal disso.
O investimento público também se tornou um fator determinante na pandemia e claramente será necessário no pós-Covid. Desta forma, a velha combinação de equilíbrio fiscal e investimento público poderá voltar a tona.
Essa é a fórmula básica e já conhecida por Lula para selar uma possível reconciliação com aqueles que até outrora eram considerados “golpistas”. Caso não adote essa postura, o petista pode até sair vencedor na disputa presidencial, mas dificilmente terá estabilidade na sua terceira gestão a frente do país.
Um adendo
Essa fórmula está aberta para outros postulantes que estão no xadrez eleitoral de 2022.
Wilton Cardoso
29/03/2021 - 17h56
Mas há uma contradição em termos aí, meu caro: se o Lula preservar o teto de gastos, reformas e as demais agendas do mercado especulativo, a consequência lógica será o aumento da desigualdade. Como o tal mercado (banca e empresas) poderão prometer redução das desigualdades se os seus interesses SÃO A CAUSA do aprofundamento do abismo social?
Se Lula fecha com o mercado nestes termos que vc colocou, seu governo vai ser um mero administrador da crise social: o máximo queno mercado permite é aumentar o número de beneficiados do bolsa família. E, desta vez, o PT iria administrar a crise sem a bonança dos anos 2000.
Edibar
29/03/2021 - 20h41
Esse papinho de desigualdade é pura inveja!
https://www.infomoney.com.br/colunistas/felippe-hermes/as-instituicoes-brasileiras-estao-funcionando-e-esse-e-o-problema/
Uganda
28/03/2021 - 15h13
Perguntaram a esse tal de mercado se ele quer saber de Lula…?
Ronei
28/03/2021 - 15h43
Os olhinhos dos banqueiros até brilha.
Ronei
28/03/2021 - 14h57
O que Lula tem a ver com a política hoje ?
Camundongo
28/03/2021 - 15h44
Tudo
Willy
28/03/2021 - 15h50
Nada, zero.
Tony
28/03/2021 - 22h12
Tudo!
nelson
28/03/2021 - 23h08
Nós POVO BRASILEIRO amamos LULA isso BASTA.
Zé Povinho
29/03/2021 - 11h42
Eu ODEIO o Lula.
Valeriana
29/03/2021 - 00h20
Absolutamente tudo
Edgard
29/03/2021 - 07h55
Se vc não sabe devia se atualizar.
Batista
28/03/2021 - 14h17
Para quem lacrava-o, ‘Finado’, nada mais esclarecedor, quanto a ‘ressureição’ e a tomada na ponta para 2022, a classe dominante, através de seus braços midiáticos, admitir que Lula está apto a 2022, com a barreira da farsa jurídica deixada para trás, ao passarem ao estágio de tentativa de desconstrução, forçando-o a definir posições que possam deixa-lo mal com o ‘Mercado’ da Casa Grande, com o ‘Povo’ da Senzala e com ambos.
Interessante o Cafezinho entrar açodado nessa nova fase do jogo, já no lançamento pela Folha de São Paulo, que deverá espalhar-se pela mídia golpista nos próximos dias.
Mas a diversão maior será o momento em que a classe dominante terá que correr atrás para obtenção de um pacto que possa chamar de seu, com o ‘cooptador e fofo’ slogan:
‘PT Nunca é Demais!’
Isso enquanto o Mundo gira, a Lusitana roda e o PT dando a volta.
Batista
28/03/2021 - 14h20
Ressurreição, ao invés de ressureição.
carlos
28/03/2021 - 14h09
O mercado não côr partidária eles são movidos pelos lucros aquele que souber melhor negociar e freiar a ganância deles pode conquistar essa fatia do bolo, não vamos nos enganar ninguém governa sem eles, o presidente atual já tachar a energia solar e a eólica.
Alan C
28/03/2021 - 14h04
Ué?! Mas o PT esteve fechado com o mercado durante 14 anos…
Vasconcelos
28/03/2021 - 14h03
E quem ainda acredita em Lula?
Willy
28/03/2021 - 15h47
Nem a Odebrecht quer saber mais de Lula, imagine o resto do Mundo.
Tony
28/03/2021 - 22h14
A odebrecht nem existe mais, o que sobrou dela tá pagando a empresa que contratou o marreco, aquele merda que ajudou a eleger o outro merda.
Edgard
29/03/2021 - 07h57
Muita gente, muito mais do que vc imagina.
Batista
29/03/2021 - 20h21
Não viaja, Edigar
Netho
28/03/2021 - 13h39
Lembrai-vos do 18 de Brumário. “A história se repete duas vezes; a primeira como tragédia, a segunda como farsa”.
Não há saída dentro da bipolarização tóxica entre os antípodas.
Entre a República das Milícias e a República das Propinarias só há um grande salto para trás rumo ao buraco sem fundo, com cada vez mais concessões à Casa Grande.
A Argentina começará a cobrar 1% do PIB em impostos sobre as Grandes Fortunas a partir de maio/2021 em cinco cotas até setembro/21. Treze mil super-ricos pagarão alíquotas de 2% a 3,5%.
No Brasil o tributo existe há 32 anos desde 1988. Jamais foi regulamentado. É o único tributo do sistema tributário nacional jamais cobrado. Já teria arrecadado mais de UM TRILHÃO DE REAIS nas últimas três décadas. Aplicado no combate à pobreza, o Brasil já teria erradicado todos os miseráveis do território nacional.
Agora é a Terceira-Via.
Agora é um Tertius!
Alexandre Neres
28/03/2021 - 15h32
Muito boa a referência ao excelente livro de Marx., é um clássico. Porém, no caso brasileiro a História se repete de outra forma. Lula é o herdeiro politico do trabalhismo de Vargas. Como naquela época, é hora de botar o retrato do velho outra vez.
A terceira via, que foi esposada recentemente por Marina e não deu muito certo, foi a de Clinton-Blair-Obama que optou por adotar a “Tina” (there is no alternative) de Margaret Thatcher e apostar no deus-mercado, largando o estado social e abraçando o neoliberalismo, a qual, diga-se de passagem, nos trouxe de brinde o populismo de Trump e quejandos. É esta a solução que propõe, ou seja, o neoliberalismo de esquerda? Se for, passo a entender melhor o movimento de Ciro Gomes em busca do DEM de ACM Netho. Com o bolsonarismo, com tudo.
De modo geral, seus textos são bem fundamentados. A única falha conceitual que vi foi no seguinte trecho: “Não há saída dentro da bipolarização tóxica entre os antípodas.” Poderia explicar melhor o que está chamando de “antípodas”?
Para elucidar meu ponto de vista, vou colar uma parte do artigo do excelente jornalista d’O Globo Bernardo de Mello Franco, publicado em 14/03/2021, que tangencia a questão: “A equivalência entre PT e Bolsonaro sempre foi conversa fiada. O partido de Lula tem muitos defeitos, mas nasceu na luta contra a ditadura e governou pelas regras da democracia. Quando Dilma Rousseff sofreu o impeachment, os petistas entregaram as chaves do palácio e foram para a oposição”. “Bolsonaro é um antigo defensor do autoritarismo, da tortura e das milícias. Não moderou o discurso na campanha nem no governo, onde passou a flertar abertamente com um autogolpe.”
Um abraço
Tony
28/03/2021 - 13h23
12% de juro lá do tesouro direto…os juros mais altos do mundo a risco zero pagos por quem acorda as 5 da manhã.
Essa é a esquerda… nenhuma novidade.
Kleiton
28/03/2021 - 14h07
Exatamente como faz o posto ipiranga. Viva o BTG Pactual.
Kleiton
28/03/2021 - 13h22
Falar de Lula no ano de 2021..!?!?
Vivem em museu ?
Tony
28/03/2021 - 14h05
é que o bozo já era, então a sucessão vai ser o tema principal até 2022.
Edgard
29/03/2021 - 07h59
Vc deve viver em um mundo paralelo, vai se informar.
Vinícius
28/03/2021 - 12h58
Importante fazer separar a entidade “mercado” em deu a diferentes extratos ou componentess. Tambem considerar atores externos e internos.
Sem a devida segmentação é cedo para fazer afirmações.
Mas uma coisa parece certa, é fundamental debater o papel do “mercado” no atual cenário político brasileiro.
Vinícius
28/03/2021 - 15h04
Corrigindo….
Importante separar a entidade “mercado” em seus estratos ou componentes.
Também considerar atores externos e internos.
Sem a devida segmentação e análises mais detalhadas ainda é cedo para fazer afirmações.
Mas uma coisa parece certa, é fundamental debater o papel do “mercado” no atual cenário político brasileiro.
Paulo
28/03/2021 - 12h03
Um dos primeiros atos de Lula, em 2003, foi tirar o crédito privilegiado dos ex-empregados, em casos de falência, e transferi-lo aos banqueiros…É triste ver que a agenda liberal vai-se impor a quem quer que seja, menos, talvez, Ciro…Eu acho que qualquer compromisso nesse sentido tem que resguardar CEF, BB, Petrobrás e serviço público…Do contrário tanto faz ser Juca ou Manduca…
Paulo
28/03/2021 - 12h32
Esqueci da Eletrobrás e todo parque energético existente. Não se privatiza energia…
Renato
28/03/2021 - 17h11
A pelegada também dizia isso a respeito da tetelefonia ! kkkkkkkk
Ronei
28/03/2021 - 22h15
Coisa da direitosca corrupta
Sebastião
28/03/2021 - 13h37
“Menos Ciro”? Reinaldo falou que ele negocia com o centrão e a direita, pontos como o Teto de gastos e a independência do BC. Pra ter condições de ser aceito por eles.
Bruno Wagner
28/03/2021 - 11h30
Qualquer um que desafie o Deus Mercado vai encontrar armadilhas, até mesmo Ciro.
Ciro errou na mão.