A pesquisa Exame/Ideia mostra uma população apavorada com a evolução da pandemia no Brasil, com 91% dos entrevistados considerando que o sistema nacional de saúde em colapso.
O que é, aliás, um fato. Os monitoramentos diversos mostram que todos os estados brasileiros sofrem de falta de leitos de emergência.
A mesma pesquisa informa que a maioria absoluta da população, ou 77% dos entrevistados, concordam com a instauração de uma CPI para investigar a gestão da Saúde durante a pandemia.
A avaliação do governo Bolsonaro atingiu o pico de ruim/péssimo, nível também observado em meados de abril.
Interessante ainda observar que Bolsonaro realmente perdeu o prestígio entre os eleitores mais instruídos. Entre aqueles com ensino superior, 63% desaprovam o governo Bolsonaro.
O governo Bolsonaro ainda tem aprovação razoável, 36% de ótimo/bom, entre evangélicos. Mas 36% não é também uma aprovação espetacular, e significa que temos 64% dos evangélicos que NÃO acham o governo ótimo/bom. Ou seja, o centro gravitacional de rejeição, entre evangélicos, já não está entre os que o aprovam. E, diferentemente do que ocorria no início do mandato, Bolsonaro já não é novidade.
Uma estratificação entre apoiadores e não-apoiadores do governo, mostra que a propaganda do presidente contra as medidas de restrição teve um efeito expressivo.
Entre não-apoiadores do governo, 70% apoiam as medidas de restrição, percentual que cai para 44% entre apoiadores.
No geral, no entanto, as medidas restritivas de prevenção à Covid-19 tem sido aprovadas por uma maioria de 56% da população; apenas 16% discordam; e 21% disseram não concordar nem discordar.
A maioria absoluta da população, quase 80%, considera que a vacinação segue atrasada.
O trabalho do ex-ministro da Saúde Pazuello foi visto como ruim por 62% dos que ganham mais de 5 salários, ou seja, pela maior parte da classe média.
A avaliação pessoal do presidente é igual a do governo: negativa em 49%. Ainda não bateu o pico de meados de abril, mas está quase lá. Segundo a pesquisa, 25% deram nota ótimo/bom ao trabalho de Jair Bolsonaro.