Por Gabriel Barbosa
Desde meados de abril do ano passado que tenho dito para colegas jornalistas e amigos pessoais que o Governo Bolsonaro não chegará ao seu prazo final, dezembro de 2022. Naturalmente, esse prognóstico foi recebido com ceticismo devido as variáveis pró-Bolsonaro que se encontravam naquele momento, mesmo diante da pandemia.
Com a eleição para presidência da Câmara e a vitória de Arthur Lira (PP-AL), líder do Centrão, o nível de descrédito com a queda de Bolsonaro ficou quase generalizado na sociedade. Contudo, toda lua de mel tem seu fim!
Logo após a vitória de Lira, cheguei a dizer que aquilo não significava a blindagem automática de Bolsonaro, apesar dos 302 votos e o festival de emendas para deputados das bancadas temáticas que compoem o tal Centrão. O acordo de ‘aluguel’ entre Bolsonaro e a bancada tem prazo de validade: abril de 2022.
Porém, após 52 dias no cargo que almejou nos últimos anos, Lira vai no Plenário e manda o seguinte recado ao presidente:
“Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e todos amargos”
Sim, amargo!
Mas nada pode ser tão amargo quanto os 300 mil mortos pela pandemia, dor das famílias e a quebra iminente da economia brasileira. Nada é tão amargo para um país continental como o Brasil ter um elemento Grosseiro, Enganador, Nocivo, Obscuro, Corrupto, Incompetente, Desalmado e Assassino como Jair Bolsonaro ocupando a cadeira da presidência da República.
Em breve, parte considerável do Centrão vai perceber que manter a base eleitoral para 2022 será mais vantajoso do que continuar recebendo as gordas emendas e compor a tropa de choque de um governo em ruínas.
Em outras palavras, haverá fuga em massa dos parlamentares e o derretimento da base (alugada) governista no Congresso. Emendas serão rejeitadas e cargos serão entregues, incluindo de primeiro escalão. O resto dessa história, nós sabemos!
Além do mundo político, a erosão desse terrorista também tem acontecido entre aqueles que até outrora estavam crentes nas promessas do primário Paulo Guedes a frente do Ministério da Economia.
O momento do tal ‘Posto Ipiranga’ é o pior desde que assumiu a pasta e não existe perspectiva de melhora na economia e muito menos com o sucesso da sua agenda na prática.
Sua especialidade nesse (des) governo são as negociatas na calada da noite e a destruição de parte do tecido nacional. Como ministro, Guedes é tão confiável quanto um carro sem freio e descendo ladeira a baixo.
Alguns representantes do agronegócio, mídia e da Faria Lima já começam a mexer os seus ‘pauzinhos’ dentro e fora da política e sinalizam claramente que a separação com o Governo Bolsonaro é oficial. Nesse momento, as energias estão sendo reservadas para amenizar os efeitos desastrosos da pandemia e um nome que possa representá-los ou que pelo menos feche alguns compromissos na disputa em 2022.