Com menos polícia e mais crítica a Bolsonaro, Datena cresce e incomoda Record e SBT

Por Maurício Stycer

Quem acompanha o “Brasil Urgente” notou como a pauta do programa comandado por José Luiz Datena mudou. O jornalismo policial, marca principal por anos, ainda está presente, mas perdeu espaço para reportagens sobre os impactos da pandemia de coronovaírus e a crise econômica.

O apresentador, que detém o recorde de entrevistas exclusivas com Jair Bolsonaro, mantém uma relação cordial com o presidente, mas subiu o tom das suas críticas.

Os números de audiência da Kantar Ibope em São Paulo indicam que o público aprovou a guinada. O melhor desempenho da Band ocorre na disputa com o bloco nacional do “Cidade Alerta”, da Record, das 16h40 às 18h.

De janeiro até o último dia 18 de março, de segunda a sexta, a Band venceu 31 dos 55 confrontos. Em março, nesta faixa, a Band registra média de 5,8 pontos contra 5,5 da Record e 4,9 do SBT.

Na faixa local do “Cidade Alerta, das 18h às 19h55, a situação muda totalmente. Em março, a Band acumula média de 6,4 pontos contra 8,4 da Record e 7,2 do SBT.

O “Brasil Urgente” nacional, das 16h às 18h50, cresceu de uma média de 4,8 pontos em fevereiro para 5,7 em março (até o dia 18). Segue atrás da Record (6,2), mas à frente do SBT (5,4) nesta primeira metade do mês. A versão local do programa (18h50-19h20) também cresceu, de 5,3 pontos para 6,5 e o “Jornal da Band”, igualmente, registra uma melhora significativa neste período, de 4,7 para 5,2.

Considerando a faixa completa de jornalismo (“Brasil Urgente” + “Jornal da Band”), das 16h às 20h25, a emissora registra média de 5,6 pontos em março (até o dia 18), contra 4,8 em fevereiro, um crescimento de 17%. Em março, nesta faixa, a Globo registrou média de 20,4 pontos, seguida pela Record, com 7; o SBT marcou 5,5.

“Não sei se é para sempre, mas deu muito certo”, diz Datena. “As pessoas no Brasil sempre estiveram preocupadas com a questão social”, diz o apresentador, que divide com Fernando Mitre, diretor de jornalismo, e Rodolfo Schneider, diretor executivo, a decisão de mudar o rumo do “Brasil Urgente”.

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