O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), afirmou que o centro político está aberto para dialogar com o vice-presidente Nacional do PDT, Ciro Gomes, sobre 2022.
O demista ressaltou que observa o pedetista “há muitos anos” e que seria interessante uma sinalização para que se possa viabilizar, junto ao centro, uma postulação que esteja distante da polarização entre PT e Bolsonaro.
“Observo o Ciro há muitos anos na vida pública. É um homem que defende suas opiniões com veemência, mas não sei se ele tem esse desprendimento para enxergar o todo que está no entorno. Não sei se ele tem o primeiro pré-requisito, que é se despir das suas certezas e vaidades pessoais. Estamos na expectativa para que ele sinalize algo nesse sentido”
Na entrevista concedida a Veja, Mandetta falou sobre a volta de Lula e reiterou que não “trabalho com pesadelos”.
“Não trabalho com pesadelos. Lula não pediu desculpas, não fez nada. Vamos ter de indenizá-lo também? Quer dizer que não existiu um cartel de empreiteiras? Em 2018, o que estava em discussão era perdoar o PT, a cleptocracia e o circo de horrores que foi feito. Era basicamente um voto de caráter. Eu estava tão desiludido com a classe política que nem tentei a reeleição para a Câmara. Eu estava tão desiludido com a classe política que nem tentei a reeleição para a Câmara. Eu não quero pensar agora que vai ter Fernando Haddad ou Lula. Vou lutar para que isso não aconteça de novo”
Mandetta também falou sobre o risco iminente do Brasil desenvolver novas cepas do coronavírus e a ineficiência do governo Bolsonaro.
“Eu estudei o vírus e fiz projeções para a realidade do nosso país, mas o presidente preferiu ouvir os palpiteiros. Com a transferência de doentes de Manaus, implantou-se agora uma nova cepa em todos os entes federados do país. Se o Brasil continuar errando, vai parir uma terceira e uma quarta cepas. Uma delas pode vir resistente às vacinas, e aí os números serão incalculáveis. Estamos jogando uma biológica perversa. Para a frente, temos um ponto de interrogação. Para trás, o cheiro é de terra de cemitério”.