Por Gabriel Barbosa
Faltando 18 meses para a eleição já existe um determinado ufanismo por parte da esquerda a respeito de uma suposta vitória em 1° turno do ex-presidente Lula que está de volta ao xadrez político após a decisão correta do ministro Edson Fachin (STF) que anulou as condenações da Lava Jato contra o líder petista.
Em discurso histórico, Lula voltou ao jogo em grande estilo e deixou claro que não sente mágoas mas que está disposto a tomar posições radicais e pediu para que “não tenham medo de mim”. Essa última mensagem foi uma sinalização clara e evidente ao centro político.
Já o vice-presidente Nacional do PDT, Ciro Gomes, partiu para a ofensiva ao falar sobre os esquemas e escândalos ocorridos durante os governos petistas e tem ganhado, até o momento, espaço na mídia tradicional e canais na internet como do historiador Marco Antonio Villa.
É bom lembrar que o pedetista já mantém diálogo com o centro, mas devido a volta de Lula, teve que “engrossar o caldo” contra os esquemas para tentar afastar esse segmento do petismo.
Até o momento, o pedetista mantém conversas com o PSD de Gilberto Kassab (ex-ministro de Dilma e Temer) e o DEM de ACM Neto (ex-prefeito de Salvador e presidente Nacional da legenda). Se o deputado federal Rodrigo Maia embarcar no MDB, o partido presidido por Baleia Rossi também pode entrar no rol de conversas.
Do ponto de partida, Lula e Ciro estão corretos ao desejarem o centro. Mas embora o ‘timing’ de Ciro seja um pouco mais vantajoso nos bastidores, Lula tem um peso político-eleitoral muito relevante. Apesar de todo o desgaste, o petista ainda é o maior líder popular do Brasil.
Todo esse movimento é realmente necessário, pois o centro político sempre foi um fator decisivo numa disputa eleitoral, seja local ou nacional.
Esse segmento envolve uma série de categorias na sociedade, desde os mais vulneráveis nos rincões do Brasil, profissionais liberais, o médio e pequeno empresário e a classe média. São recortes da sociedade que estão sofrendo como nunca com a pandemia e a falta de sensibilidade por parte do Governo Bolsonaro.
Tratá-los como inimigos ou “fascistas” é apenas ‘peleguismo’ de quem vive na sua fantasia ideológica.
Mas felizmente, tanto Ciro Gomes quanto o ex-presidente Lula não cometem esse erro. Vale lembrar que o próprio petista só chegou ao poder em 2003 graças ao apoio do centro representado pelo empresário mineiro José Alencar que foi vice de Lula pelo PL.
A grande questão é que tanto PT quanto PDT estão buscando o mesmo objetivo político, trazer o centro para seus palanques.
Mas o que Ciro tem a oferecer além do seu Projeto Nacional de Desenvolvimento?
Seus 13 milhões de votos conquistados em 2018 sem ter uma estrutura de campanha sofisticada, e os 38% que não querem nem Lula e nem Bolsonaro comandando o país a partir de 2023, segundo a pesquisa Exame/Idea.
Esses dois primeiros fatores deixa Ciro numa posição que o centro não vai jogar fora.
Além disso, o seu distanciamento cada vez mais evidente do PT também agrada uma parcela do centro ligada ao agronegócio e a mídia.
E Lula? O que tem a colocar na mesa além do passado de glória dos seus dois mandatos na presidência?
O seu poder de voto, estrutura partidária, sua arte de conciliar interesses tanto do dito mercado quanto dos trabalhadores, propondo assim uma espécie de grande pacto nacional e carregando como portfólio os seus dois governos, pois é evidente que Lula passou a borracha no Governo Dilma Rousseff (2011-2016), isso ficou claro no seu discurso no Sindicatos dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP).
Um adendo
Se ao longo desse período de pré-eleição houver um diálogo profundo entre forças de esquerda, incluindo logicamente Lula e Ciro, o primeiro passo para que esse campo comece a renascer é assumir as derrotas consecutivas desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e a partir disso patrocinar um rearranjo de forças na sociedade, de baixo para cima e junto com o centro para reconstruir o Brasil da tragédia Bolsonaro.
Francisco*
14/03/2021 - 15h46
Quem diria, o dado como ‘morto’ balançou tanto o bambuzal da política que fez Bolsonaro botar máscara e dizer-se pró-vacina desde os tempos de quartel onde tomava todas, conforme exigido, e os de sempre fazerem desaparecer do cenário político as até então múltiplas ‘Frentes’ e fazerem surgir o ‘Centro’, em menos de 48 horas.
Pois é, o ‘Centro’, que rápido faz lembrar, Lampedusa, Machiavel e Genoíno que nos permite filtrar com sua lupa o olhar futuro à velha conhecida novidade: “Lula viabilizou o desejo de um País inclusivo, democrático e soberano. Quando essas três coisas se juntam na história do Brasil, a classe dominante dá um golpe”
Enquanto o autor vende agora o ‘Centro’ junto e misturado com Ciro, aos próprios donos do dito cujo, ao mesmo tempo formula que Ciro disputa com Lula esse ‘Centro’, que na realidade estabelecida, é complementar para Lula/Esquerda e base para Ciro a quem só resta representar esse ‘Centro’, a depender dos donos considerarem-no confiável, conveniente e capaz de enfrentar e vencer Bolsonaro no primeiro turno. Enfim, não dá para misturar, uma coisa é Concertação, outra coisa é Representação.
Com Lula candidato da Esquerda, dificilmente ela deixará de estar no segundo turno e Ciro que pleiteia ser draftado representante do ‘Centro’ da Direita da classe dominante, se escolhido, terá que disputar com a extrema direita de Bolsonaro quem irá ao segundo turno enfrentar a Esquerda, bem provavelmente concertada com parte da Direita, que não é tola de colocar todos os ovos num só balaio.
Quanto ao ‘Centro Político’, sabemos ser totalmente desnecessário para se reconectar com o Brasil, para tanto basta deixar de ser golpista e não mais desconecta-lo.
Para isso, pelo menos Bolsonaro serviu ao apartar a Direita da classe dominante de forma que os xucros fossem com ele compor a Extrema Direita, dando uma chance do Brasil sair do passado e passar a ter futuro, pois basta o tal ‘Centro Político’ mantê-los isolados na Extrema Direita e concertar com a Esquerda um pacto, para finalmente construirmos a nação brasileira, inclusiva, democrática e soberana, que todos nós civilizados brasileiros de fato, queremos e merecemos.
Restou o dispensável, mas com Ciro, só para não variar, torna-se indispensável abordar:
“Ciro Gomes, partiu para a ofensiva ao falar sobre os esquemas e escândalos ocorridos durante os governos petistas…” Em entrevista a Villa afirma: “Lula não foi absolvido”.
E o próprio autor cirista, esclarece:
“Lula que está de volta ao xadrez político após a decisão correta do ministro Edson Fachin (STF) que anulou as condenações da Lava Jato contra o líder petista”, ou seja, anuladas as condenações, deixa de ser CULPADO e passa a INOCENTE, obviamente não ABSOLVIDO, pela simples razão de não estar CONDENADO.
Alexandre Neres
14/03/2021 - 15h12
Meu caro Gabriel, ontem estava numa manguaça danada, mas hoje irei comentar o texto do amigo.
Preliminarmente, tenho que fazer um preâmbulo. Temos nossas divergências, mas sempre nos tratamos com respeito. Às vezes, sou duro na defesa dos meus pontos de vista, mas faço o embate com argumentos, os quais não raro não são contestados, não uso argumento ad hominem. Quando tento profligar as ideias de outro comentarista, defendo minhas posições com veemência, mas faço na frente e não pelas costas. Não sou leviano. Faço questão de me posicionar como sendo de esquerda, se o termo petista estiver sendo tachado de criminoso, faço questão de abraçar, me torno petista, pois o que mais me incomoda pessoalmente é a injustiça. Portanto, sou e serei sempre de esquerda, a dicotomia direita-esquerda está mais vida do que nunca como bem disse Norberto Bobbio e Boaventura de Sousa Santos, entre outros. Quem é a favor da igualdade e da justiça social, quanto mais em um país onde falta o básico e impera uma desigualdade social abissal, será indubitavelmente de esquerda. Pessoas da terceira via que se dizem nem de esquerda nem de direita, que estão à frente, que negam a dicotomia, podem nem saber disso, mas são de direita. Toda essa baboseira começou com a volta com força do neoliberalismo nos anos 80 com Reagan e Thatcher, para quem não havia alternativa. O pior foi que o Partido Democrata americano e o Trabalhista inglês acolheram tais teses. Clinton, Blair e Obama acataram a falácia meritocrática, as teses neoliberais de que o que é público não presta, que o mercado é bom e todos devemos nos reger pelas leis de tal mercado. O resultado é o cenário de destruição que vemos hoje. Esses neoliberais de esquerda (lógico que para nós de esquerda eles não são de esquerda) destruíram o Estado de Bem-Estar Social, deixaram os trabalhadores à míngua e todo o bolo passou a ser direcionado sobretudo para os 1%, para o andar de cima. Tais neoliberais de esquerda aceitaram as premissas de Reagan/Thatcher, apenas tentaram atenuar um pouco os efeitos abusivos de tal mercado desregulado, mas dentro da mesma lógica. Ninguém foi punido nos escândalos do subprime em 2008, Obama permitiu que os executivos continuassem com seus ganhos estratosféricos, enquanto o grosso da classe média americana ficou com os salários praticamente congelados desde os anos 70. O mal maior que tais pessoas fizeram foi a população ter se dado conta de que eleger um governo de esquerda para usar os mesmos métodos de direita, com os trabalhadores sendo prejudicados por anos a fio, tudo isso fez com que os governos de esquerda caíram em descrédito. Nos EUA e nas Europa, juntamente com as pautas identitárias, tais medidas geraram extrema insatisfação para o trabalhador branco. Dessa forma, não conseguiram enxergar que abriram as portas para o populismo de Trump, do Brexit, de muitos outros por aquelas bandas e também no sul.
Algumas pessoas nada mais fazem do que reproduzir acriticamente as teses da Globo. Inventaram uma tal tese da polaridade simétrica, como se Bolsonaro e o PT fossem equidistantes em seus espectros, como se se equivalessem. Bolsonaro é de extrema-direita, o PT governou 13 anos e fez um governo de centro-esquerda. O jornalismo feito no Brasil é de péssima qualidade e os incautos que não conseguem processar as informações que recebem passivamente, acabam replicando o discurso do patrão, do dono da empresa. Hoje, o grande jornalista do Globo Bernardo Mello Franco disse o óbvio: “A equivalência entre PT e Bolsonaro sempre foi conversa fiada.” Na grande imprensa, se garimparmos, iremos encontrar grandes jornalistas, como Patrícia Campos Mello, Rubens Valente, Jânio de Freitas, Chico Otávio, Cristina Serra, José Roberto de Toledo e muitos outros. Agora a indigência de alguns saltam os olhos. Míriam Leitão foi lembrada esta semana por à época ter dito que a descoberta do pré-sal não iria redundar em nada, que não adiantava ter petróleo naquela profundidade, que os custos tornariam inviáveis a exploração. Até hoje a comentarista de economia, especialista na área, não fez uma autocrítica sobre opiniões que atendiam ao interesse de alguns, mas tem a pachorra de cobrar autocrítica dos outros. Esta semana elogiou o discurso de estadista de Lula. Por sua vez, nesta mesma semana seu filho Vladimir Netto também caiu na boca do povo. O autor de um livro bajulador a Moro teve seu nome citado no voto histórico e antológico do Ministro Gilmar Mendes para caracterizar as relações espúrias entre a mídia e a Lava Jato, com o Vladimir aconselhando Deltan Dallagnol como agir, descumprindo os preceitos mais básicos constante em todos os manuais de jornalismo que se prezem. O tal jornalista fez questão de entregar em mãos em Curitiba uma pacoteira de apoio às dez medidas fascistas propostas pelos gângsteres de Curitiba. Apesar de a mídia querer transformar os anos FHC em um idílio, fazendo um revisionismo histórico, o que acaba repercutindo perante os ingênuos de sempre, porém quem se lembra do que ocorreu à época sabe que foi bem diferente do quadro hoje pintado. O jornalismo da Globonews é uma vergonha, não representa a diversidade da sociedade brasileira, só mostra determinado segmento do espectro, são todos tucanos, uns mais, outros menos, mas ali não há nenhuma pluralidade. O segundo governo FHC foi uma catástrofe. Começou com o estelionato cambial de 1998 do sr. Gustavo Franco, pois o primeiro mandato foi mantido irrealmente com um real sobrevalorizado. No segundo mandato, foi crise em cima de crise, inflação acima e distante da meta, quase nunca foi cumprido o tripé macroeconômico, teve que recorrer ao FMI diversas vezes, um país à beira do precipício sem reservas para salvaguardá-lo. Culminou com um apagão que retrata bem o que foi o governo FHC 2. Bem, teria muito mais pra falar, mas vou parando por aqui, tenho que comentar o texto do amigo.
Gabriel, acho que seu texto tem um ponto bem feliz, que você demonstrou grande acuidade ao percebê-lo. Aproveite, porque na maior parte dos casos eu concordo com o comentarista Tiago Silva, mas neste caso vou discordar dele, o que não sói acontecer com frequência. A suposta elegibilidade de Lula abriu uma oportunidade para Ciro e você se deu conta dela. Foi sintomático o que aconteceu com o discurso histórico de Lula que foi reproduzido como nunca, toda a imprensa reverberou, o que é bastante incomum tratando de quem se trata. Por que a Globo depois de tanto tempo mantendo Lula invisível de forma deliberada agiu assim? Isso não é normal.Óbvio que tem caroço nesse angu. A minha interpretação é que a Globo se deu conta de que a candidatura de Lula e do PT é muito forte, que seria perda de tempo querer atacá-la neste momento, mas que na candidatura Bolsonero é possível causar um forte abalo e abrir um espaço para uma candidatura de “centro”. Já de há muito a Globo quer refundar um centro imaginário que não existe mais. Quando na imprensa hoje em dia fala-se em centro, leia-se direita. Moro está morto e sepultado politicamente, já era. Creio que Huck deve ter percebido que o jogo não é para principiantes, que a briga é de cachorro grande, não tem espaço para ele. Provavelmente, sua veleidade política irá mais uma vez ser adiada, seu sonho infantil de menino rico de ser presidente, e vai ganhar uma bolada ao substituir o Faustão no programa de domingo. Dória já sinalizou que com a candidatura de Lula está retirando o time de campo. Acho que tem um espaço para uma candidatura mais ao centro/centro-direita,já que teremos um candidato forte da extrema-direita e um da centro-esquerda/esquerda. Se Ciro tiver habilidade política, o que ao meu ver não demonstrou em 2018, pois poderia ter sido o candidato da esquerda e do PT e ser hoje o presidente, já que Lula comprovou que agiu corretamente ao ser candidato e enfrentar todo o aparato político/jurídico para ser candidato em busca da sua dignidade e de justiça, o que está agora começando a colher os frutos por ter sido incansável na defesa dos direitos fundamentais e por ter sido vítima de um odioso lawfare, pelo fato de o sistema de justiça ter sido corrompido, aparelhado e instrumentalizado para impedi-lo de concorrer às eleições de 2018, processo coroado com o Moro sendo empossado ministro da justiça do desgoverno que ajudou a eleger.
Para finalizar, o PT tem apoios bem importantes como do Dino, creio que também do Psol, do Freixo e do Boulos, mesmo alguns do centrão devem apoiá-lo devido à força e à atração que Lula exerce, os oportunistas devem estar fazendo os seus cálculos. Mas creio que surgiu um espaço para uma candidatura mais ao centro, Ciro pode ser beneficiado e herdar esse lugar. A grande mídia tem interesse nesse perfil. Reinaldo Azevedo, Aécio Neves, Merval Pereira, entre outros, fizeram menção ao nome de Ciro. Acho que Bolsonero, embora tenha uma boa base de apoio, sofrerá muito desgaste daqui até a eleição em decorrência de sua inapetência e ele vai apanhar demais dos jornalões nesse meio-tempo, creio que isso pode vir a beneficiar Ciro. Entretanto, creio que Ciro deve tentar conter sua verborragia e seus ataques desnecessários, muita vez parece que o maior inimigo de Ciro Gomes é ele próprio.
Gabriel Barbosa
14/03/2021 - 20h31
Amigo Alexandre, primeiramente agradeço pela qualidade do seu comentário, sempre me faz refletir sobre a situação do país. Com Lula de volta, tudo muda e faz o jogo ficar mais interessante. Se eu na minha insignificância pudesse aconselhar Lula e Ciro ao mesmo tempo diria para os dois trabalharem, cada um no seu trato político, para tirar Bolsonaro logo no 1° turno, pois já existe no andar de cima um clima de fritar o ex-capitão terrorista. De fato é uma tarefa difícil, mas Lula com seu peso político pode adiantar e muito a erosão de Bolsonaro. Como o diálogo entre PT e PDT tá ficando cada dia mais difícil, creio que seria muito bom para o país um 2° turno entre Lula e Ciro Gomes. Na minha visão, esses dois são os únicos que podem realmente discutir o país, sem falar que seria um fator positivo para fortalecer nossa tão frágil democracia.
Sebastião
14/03/2021 - 11h41
Gabriel, existem comentários ofensivos aceitos no blog, enquanto o meu, não.
O centrão pode ir até pro lado de Ciro, mas faz parte do ofício, pra se cacifarem no caso de Lula ser eleito. Quando existe um apoio na campanha, os acordos já são feitos antes. Após a eleição, eles refazem o jogo, pra pressionar o executivo.
Ninguém do PT foi eleito em primeiro turno, e acreditar nisso, é colocar os carros na frente do boi. Marina em 2014, teve muito mais votos do que Ciro em 2018, e isso não foi o suficiente pra ela manter esse eleitorado na última eleição. Alckmin chegou a ir pro segundo turno em 2006, e teve uma votação pífia em 2018. Isso mostra que não convém apontar esse eleitorado fiel, a quem nunca foi presidente.
Há uma margem a favor de Lula é Bolsonaro, e tudo leva a crer, que Lula iria reverter os números, e ultrapassar Bolsonaro. Com isso, o centrão poderá ir direto pra Lula. Com Lula jogando as cartas, embora o pra o centrão seja viável apoiar Lula após o segundo turno. Se assim ocorrer, Ciro será somente o candidato da direita(PSDB e DEM). Até porque, ele já está aceitando pautas da direita como o Teto de gastos e a independência do BC. Quando eleitores do PSDB – como Villas e Reinaldo, sugestionam Ciro como opção, mostra o quanto o medo deles, é o PT. Fizeram isso com Boulos em detrimento de Tatto. Só que Boulos não tinha legado, como Lula.
Gabriel Barbosa
14/03/2021 - 12h41
Sebastião, não tinha visto seu comentário, então peço perdão pela demora. Sua análise está correta, mas com um detalhe. No momento existe uma movimentação de parte da elite em adiantar a erosão do Bolsonaro, e Lula tem o melhor perfil para essa tarefa. Não vai me parecer coisa de outro mundo se em breve Bolsonaro cair para 20% de aprovação, o que vai deixá-lo no fio da navalha e cada vez mais nas mãos do Centrão. Sobre resultado eleitoral, é muito cedo para falar disso, muita água e cabeças também vão rolar no meio desse caminho. Sobre Ciro Gomes, a curto prazo ele é de fato o mais prejudicado. Porém, ele vai disputar justamente com Lula-PT o apoio da centro direita até pelo menos abril de 2022. Se eu tivesse que aconselhar um deles, diria que o melhor caminho seria eliminar Bolsonaro logo no 1° turno.
Batista
14/03/2021 - 14h33
“Sobre Ciro Gomes, a curto prazo ele é de fato o mais prejudicado. Porém, ele vai disputar justamente com Lula-PT o apoio da centro direita até pelo menos abril de 2022.”
Uai!
Não passaram nem mesmo dez dias desde que Narciro anunciou que teria que derrotar o PT no primeiro turno, justificando os ataques a esse partido e de repente, não mais que de repente, o candidato a ser derrotado no primeiro turno passou a ser Bolsonaro, em razão de considerarem que o representante da esquerda estará no segundo turno, restando derrotar agora Bolsonaro, na contenda Direita Classe Dominante X Extrema Direita Bolsonaro.
Será o Benedito ou o ‘efeito Lula’?
PS: E por falar em ‘efeito Lula’, não parou no botar a máscara em Bolsonaro, pois acaba de botar Pazuello pra fora do Quartel da Saúde.
Alan C
14/03/2021 - 10h10
Interessante este trecho: “pois é evidente que Lula passou a borracha no Governo Dilma Rousseff”
JAMAIS CONSEGUIRÁ!!! A petezada fingir que o aborto – DO GOVERNO – Dilma não existiu, não o faz sumir da história.
Enquanto São Luis Inácio não entubar essa, o povo não esquecerá. Se assumir, quem sabe, futuramente, o povo poderá perdoar aquela gestão trágica e dar outra chance ao PT.
O PT é como os nazistas pegos por Brad Pitt no filme “Bastardos Inglórios”, tem a suástica tatuada na testa à faca. No caso do PT, tem Dilma na testa, e onde o PT estiver, a derrota tb estará.
Alan C
14/03/2021 - 10h11
O POVO NÃO ESQUECEU!
Marcus
14/03/2021 - 10h05
Cirou virou pó. É melhor ele tomar cuidado com o Aécio!
Getúlio
13/03/2021 - 23h31
Quanta Baboseira! E o cidadão fica perdido… Pega o Ciro põe no colo embala e penso até votar nele. No Ciro economista, de visão ampla, moderna, progressista, mas aí vem o Ciro político, Coronel abrutalhado, com rompantes e momentos bolsonáricos e mete o pé na bunda do Ciro Economista e inviabiliza, recolocando -o nos seus 10%. Se não houver um equilíbrio vai perder até a condição de ser um bom Ministro. E o que a gente sente é que ele poderia ser um grande Presidente ! Não tem jeito sem o PT com seus 30%.
Tiago Silva
13/03/2021 - 21h15
Comentar o quê para quem busca mascarar a realidade?
O DEM foi “centro” quando?
O PSDB principalmente depois de FHC, Serra, Aécio, Tasso, Dória, etc é “centro” onde?
O MDB que hoje está mais como agrupamento de herdeiros da UDN e ARENA é centro sob qual fundamento (histórico de votações dos parlamentares, programa partidário – lembro do “ponto para o futuro/desastre/golpe” -, etc) é centro de qual parâmetro ou estaria onde no diagrama de Nolan???
Sinceramente, esse post não merece nem uma crítica efusiva, pois parece que foi feito para dar legitimidade ao Tasso Jereissate e contribuir com essa busca de reposicionamento da marca do PSDB após buscar liderar o golpe e o Parlamentarismo pós-golpe.
Brizola se revira do túmulo…
EdsonLuiz.
13/03/2021 - 21h06
O Brasil tem que se modernizar, tem que ultrapassar esse crivo esquerda/direita. O mundo não é definido nesta concepção, tanto que forças políticas que se vendem como de esquerda buscam sempre as forças que dizem contrastar. E não só isso: quando governam, seu período de governo bem sucedido se dá aplicando políticas que dizem ser de direita na economia, para assim ter dinheiro para as políticas sociais.
O PT foi o que mais fez isso. Herdando as políticas de Fernando Henrique, que dizia ser de direita, o Lula assinou um documento se comprometendo em manter as políticas (sim, um documento, e assinado) e quando assumiu ainda aprofundou essas políticas. E quem do Fernando Henrique ficou lá para ajudar assim que o Lula assumiu a presidência? Eu falo: todo mundo! Mas eu vou destacar o Marcos Lisboa, um dos melhores formuladores de economia entre nós.
Bem, eu vou até fazer um intervalozinho aqui para a parte do PT que xinga, xingar, que é a especialidade deles.
Xingaram os fatos, porque o formulador do Ministério da Fazenda do primeiro mandato de Lula foi mesmo o economista Marcos Lisboa. E um imenso número de economistas do PSDB ficou ali ajudando (para depois serem xingados, e são xingados até hoje. No entanto não só deixaram uma herança relativamente muito boa como ainda ficaram para ajudar)
E o que dos governos do PT prestou de forma sustentável? Enquanto deu certo, o que prestou foi exatamente a manutenção do governo Fernando Henrique, que se estendeu até aproximadamente 2007/2008, quando então o PT começou a desmontar e expandir gastos sem se importar nem com o que estavam fazendo, certamente pensando que dar um caminhão de dinheiro para Ike Batista, Léo Pinheiro, Norberto Odebrecht e o pai (“amigo do meu pai”, segundo o então juiz Sérgio Moro), Joeslei Batista, etc, iria trazer desenvolvimento.
Gastar sem critério trás crescimento imediato, é claro que trás, mas é artificial e depois desaba. Comece a gastar um caminhão de dinheiro por dia de qualquer jeito no seu bairro e você vai ver que vão abrir um monte de portinhas para vender bugigangas e você vai ser lembrado para toda a vida. Você vai “ficar na história” e vai até pensar que estão com inveja de você. Mas se quem você pensa que o inveja for alguém equilibrado, diferente do seu desequilíbrio permanente, e principalmente se for alguém que de fato fez as coisas que você aproveitou como glória e depois destruiu, fazendo um enorme mal a seu bairro, essa pessoa, a que realmente fez, só vai lamentar pelas consequências da sua destruição, que vai levar a faltar por muito tempo ainda mais dinheiro para o hospital do bairro, faltar ainda mais dinheiro para a escola. E você vai culpar a todos, menos a você mesmo, e mandar fazer um monte de análises fajutas que incautos sem condições de avaliar esses temas, que são mesmo bem complexos, aceitarão não só como verdade como vão tentar desfilar esses documentos fajutos de economia para outros, eventualmente até para economistas.
Só que se você for desonesto, e quem é desonesto é desonesto sempre e com tudo, vai ficar desfrutando da glória artificial comprada com o dinheiro de todo o bairro e que foi conquistado com as medidas tomadas por aqueles que você xinga.
Mas se o que deu mais ou menos certo no Brasil dos últimos tempos foi a era Fernando Henrique, que se estendeu aproximadamente de 1993 a 2008, isso foi muito pouco. O Brasil precisa de mais. O Brasil precisa se voltar totalmente para ter o miserável e o pobre como prioridade, o que os limites ideológicos do PSDB não priorizam e com populistas não adianta contar. Populistas, no perfil latino americano do personagem, só fazem usar a população pobre e os ignorantes e precisam ser evitados.
O Brasil precisa de uma frente política de gente séria e com um projeto de desenvolvimento sustentável, e com prioridade total para os menos favorecidos. Só ao centro, em uma aliança entre a Centro-Esquerda e a Centro-direita, é possível vislumbrar a possibilidade de termos esse projeto, com essa competência e essa prioridade com os mais pobres, sem usá-los.
Sebastião
14/03/2021 - 11h59
E no Brasil isso nunca vai mudar. Muda o executivo, mas o centrão e seus nome ficam. Marina, Ciro, Lula, Hulck e Bolsonaro, todos esses eleitos, o centrão manteria poder e cargos. Jucá participou de todas as últimas administrações, e gente dele tem cargos em Roraima. Como você diz, que os bons permanecem no cargo. Levy, foi ministro de Dilma, Bolsonaro de início aproveitou logo ele. Ciro, falou tanto do balcão de negócios do PT, mas a ladroagem está aí, no balcão de negócios por apoios – Temer que Ciro critica, manda no MDB, que também estará no balcão de negócios. Isso nunca vai mudar no Brasil. Fala -se tanto de corrupção do PT, mas votam sempre em gente do MDB no Sul/Sudeste e no PT, não. E aí, você olha quantos poderosos do PT e do MDB estão presos. E eles só chamam o PT de corrupto. E chega a conclusão, que eles nunca foram contra a corrupção.
EdsonLuiz.
14/03/2021 - 15h29
Eu concordo, sim, com coisas que você vem colocando, como alianças fora do sabor ideológico da força política serem do jogo e sobre a carga de denúncias sobre corrupção incidirem muito sobre o PT, embora seja muito mais generalizada. Ocorre que o PT se vendia como a Santa Monalisa: pura, bonita, gostosa, limpa, divina e perfeita. E sobre os impuros, o PT era um Deus todo poderoso ainda mais poderoso que o Deus todo poderoso que iria queimar em óleo quente todos os corruptos e ladrões. Era tática, os eleitores viram, e a corrupção do PT apareceu em dimensões industriais. O contraste entre a Santa e o Impuro foi e é de impacto impossível de ser apagado no imaginário do eleitor. A vantagem que as outras forças políticas perniciosas e corruptas têm quanto à corrupção em relação ao PT é que elas nunca fizeram nem fazem voto de pureza, praticam sua corrupçãozinha e vão levando, sem aparecer como corruptas. Quando contam com a cumplicidade do poder maior, aproveitam e praticam corrupçãozona.
Você algumas vezes sugere que o eleitor não se importa com corrupção, que caso se importasse não continuariam votando no PMDB, no PP, etc. Está certo nisso também! O grosso do eleitor não se importa com corrupção, com honestidade. Quando fingem se importar, é apenas para atingir aqueles de quem não gostam. Eu atuei durante quase 30 anos em uma categoria extremamente sensível à corrupção. Se eu tentar desenhar um quadro do que é, e estou falando de pessoas com uma formação profissional razoável (embora seja gente de cultura de almanaque) e salário na lua para padrões brasileiros (e até europeus), e no entanto se corrompe de um modo que quem está de fora não imagina. E não tem etnia, gênero, opção ideológica, nada, se corrompem e pronto. Se fizer pesquisa sobre importância da honestidade, 70% não declaram que honestidade importa. O político sabe disso. Daí compra mansão de 6 milhões e esfrega na cara do eleitor, aceita presentes de 500.000 mil, 1, 5 milhão, e esfrega na cara do eleitor. E, incrível, conseguem convencer seus apoiadores a denunciaram quem informa os seus malfeitos como perseguição e em vez de se submeterem à justiça, se puderem até usam esta justiça, e a parte dela que não puderem usar, procuram desmoralizá-la. Quando se vai a sério olhar as denúncias, tem alguma coisa, mas não é o que dizem e fazem parecer o fim do mundo com o tamanho do barulho. Esse barulho contra as instituições é mais venal do que as inadequações cometidas. Ninguém pede que sejam saneados is procedimentos; pedem que as provas contra seus Mitos sejam apagadas. Eu acho que isso é abusar da minha paciência e da minha inteligência.
Mas eles não se importam, vão com o Congresso, com o Senado, com o STF, vão com tudo. E para isso fazem as alianças mais inimagináveis.
É do jogo.
Do jogo sujo e que precisa ser combatido.
Combater corrupção não é moralismo; moralismo é prender os negrinhos miseráveis e mal nutridos por fazerem um aviãozinho por vários motivos e serem abandonados na cadeia sem julgamento, sem advogado, sem assistência, quando já não tinham alimento, casa, educação de qualidade, emprego, saúde, não tinham nada. Isso é punitivismo e não denunciar e punir político e empresário corrupto.
Eu escrevi correndo no supermercado enquanto esperava compras (vou comer, os negros pobres do morros, não. Muitos deles serão presos pelo punitivismo que vigora, mas não contra os poderosos) e com medo da carga da bateria acabar. Não vou revisar. Se tiver cometido alguma deselegância com você, vou me corrigir.
Abraço!
Paulo
13/03/2021 - 20h03
Tá complicado o tabuleiro político depois do fator Lula. A única coisa que eu arrisco afirmar é que Lula não tem a menor chance de levar no 1º turno, e, dependendo do candidato adversário, no 2º turno, entra cabeça-à-cabeça ou em inferioridade…Há, inclusive, a possibilidade dele não querer se candidatar ou não poder fazê-lo, por decisão judicial…