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O “mercado” era contra a abolição dos escravos

Não se trata de uma notícia recente. Na verdade, é de setembro de 1884, há exatamente 137 anos. Mas como é atual! O “mercado” não escondia o desconforto e o medo da abolição da escravatura, medida defendida por setores crescentes da sociedade brasileira. A notícia foi publicada pelo Diario do Brazil, sediado na Rua do […]

8 comentários
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Não se trata de uma notícia recente. Na verdade, é de setembro de 1884, há exatamente 137 anos. Mas como é atual!

O “mercado” não escondia o desconforto e o medo da abolição da escravatura, medida defendida por setores crescentes da sociedade brasileira.

A notícia foi publicada pelo Diario do Brazil, sediado na Rua do Ouvidor 143, Rio de Janeiro.

A notícia foi descoberta no site da Biblioteca Nacional por um pesquisador atento, e está viralizando rapidamente pela internet.

Algumas frases da coluna que estão fazendo sucesso:

“A desconfiança é geral. O capital se retrahe. O espirito de empreza desaparece”.

“A situação financeira do paiz dos abolicionistas é tal que ninguem póde em boa fé dizel-a prospera. (…)

“Só os abolicionistas, cégos pela paixão, não querem ver a real e verdadeira situação do paiz”.

Abaixo, o print da coluna em questão. Em seguida, o print da página completa.

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LUPE

12/03/2021 - 22h56

“Mercado brasileiro sempre idiota, sempre fruto da ignorância, sempre fruto do atraso. Como infelizmente é este Brasil sem melhores estudos.
Nos Estados Unidos foi o “mercado” que atacou o segregacionismo do Sul dos EEUU, que mantinha os negros na escravidão, no ostracismo e à margem do…………………………………………………………………. MERCADO.
Não eram consumidores.
Foi o “mercado” que aboliu a escravatura, e, em um segundo estágio, aboliu o segregacionismo nos anos 60.
Resultado: milhões de negros se tornaram consumidores……………
Par gáudio do……………………………………”mercado”!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Paulo

    13/03/2021 - 11h30

    Lupe, você voltou? Onde esteve esse tempo todo? Sua ausência foi sentida. Gosto de você. Você me lembra muito Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança. Sempre gentil, mesmo para com aqueles que o tripudiaram e até torturaram, em vista da missão que acreditava desempenhar. Não xinga nem ofende. Não concordo em quase nada com você, mas louvo seu sentido de missão…Seja bem-vindo de regresso!

EdsonLuiz.

12/03/2021 - 20h09

A titulação da matéria foi perfeita:
O
” MERCADO ”
ERA CONTRA A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS.

Na época, a ideologia do mercado de fato, com centro irradiador na Inglaterra e ainda em formação e ganho de escala, tinha como prioridade em relação à força de trabalho a conversão de servos e escravos em trabalhadores assalariados, assim incorporando ao mercado de trabalho mão de obra que vendesse a sua força como mercadoria e adquirisse no mercado o trabalho de outros produtores, trabalho esse materializado sob a forma de mercadoria, levando a que o valor criado pelo trabalho fosse realizado no mercado no momento da comercialização. Com isto, o sistema capitalista mudava a forma social, passando de relações baseadas na propriedade da terra, a Forma Social do Sistema Medieval, para relações baseadas em trabalho assalariado, a Forma Social sob o Capitalismo.

Karl Marx, partindo de elaborações anteriores de outros formuladores sobre o Capitalismo, especialmente os economistas clássicos e tendo a versão da teoria do valor de David Ricardo em destaque, acrescentou sociologia à elaboração econômica e, ao analisar o capitalismo, definiu o capital como relações sociais.

O capital de fato tinha como ideologia a liberação de mão de obra servil para constituir um mercado capitalista baseado em trabalho assalariado e acumulação sob a forma de mercadorias; já o ideologismo dos proprietários de terras e escravos, que nenhum interesse tinham na mudança da Forma Social de então, não representavam o Mercado, representavam, sim, um “Mercado” entre aspas, reacionário, resistindo às transformações revolucionárias que se implantavam e que constituiu o capitalismo.

Até hoje existem essas forças reacionárias, sempre seqüestrando o Estado para usá-lo para seus interesses mesquinhos – e muitíssimas vezes espúrios.
Impedir que o Mercado se desenvolva, e com ele se desenvolva as forças produtivas que um dia irão levar a nova revolução, ou dito de outra forma: impedir o estabelecimento e o amadurecimento definitivo do Capitalismo, longe de ser revolucionário, como a ‘esquerda’ atrasada pensa, é impedir o desenvolvimento das forças produtivas que levarão a um novo Sistema em substituição ao Capitalismo, Sistema para o qual eu não sei dar um nome por entender que só posso dar nome ao Sistema que suceder ao Capitalismo depois que esse sistema passar a existir.

Resistir ao amadurecimento do Capitalismo não é ser revolucionário; resistir ao amadurecimento do Capitalismo é atrasar as transformações, atrasando que a história se cumpra.

Não é o MERCADO que impede o Desenvolvimento das Forças Produtivas e sim o ” MERCADO” bem entre aspas, e qualquer espécie de gente política e ideologicamente atrasada, que ainda vive no século 19.

    EdsonLuiz.

    13/03/2021 - 03h32

    Eu me esqueci de colocar a data de hoje:

    Vila Velha, ES, 21 de setembro de 1884.
    EdsonLuiz.

Paulo

12/03/2021 - 18h47

O que é incrível é observar como é louvado e reverenciado esse tal “mercado” pela grande imprensa brasileira. Fico pensando como se formam estranhos consensos sobre assuntos mal debatidos, como, por exemplo, as ditas Reformas, que foram enfiadas goela abaixo da população sem que essa sequer pudesse entender minimamente o que estava acontecendo, embora, por força da propaganda, a maioria até apoiasse, contra seus próprios interesses. A Jovem Pan tem inclusive encaixes diários de entrevistas, ao longo da programação, todas num mesmo sentido, numa nota só (que nem preciso dizer qual é), apresentados por empresários, economistas e políticos, todas num mesmo sentido. Começa com uma voz cavernosa, grave, que abre e fecha a apresentação da “entrevista”: “o Brasil não pode esperar”. Ouço aquilo e mudo de canal…Toda a legislação de comunicações, no Brasil, teria que ser mudada, inclusive prevendo fim de concessões sempre que a emissora não abrisse espaço ao contraditório, nos debates político e econômico) embora, é claro, lhe seja lícito ter uma linha editorial…

    EdsonLuiz.

    12/03/2021 - 20h48

    Paulo,

    Espero ter a sua licença para fazer uma consideração:

    – Existe o “MERCADO” dos oportunistas e especuladores
    (o rentista não especulador não entra aí. Ele nada tem de venal. É xingado por ignorância por quem xinga tudo e todos).

    – Existe o “MERCADO” como concebido por extremistas de esquerda, que no entanto se declaram como ‘de ‘esquerda’.

    – E existe o MERCADO de fato, formado por produtores e consumidores, com seus momentos de Produção, Circulação e Realização de valor.

    E também existe o Estado, cujo papel é regular o funcionamento saudável do mercado e arbitrar prioridades, com atenção radical às necessidades dos mais vulneráveis de forma sustentável (na minha concepção). Mas o Estado, muitas vezes, é capturado, servindo a interesses escusos, como recentemente vimos, com o Estado servindo aos interesses não do mercado, com prioridade aos mais vulneráveis, mas com o uso desses vulneráveis e o favorecimento de Ike Batista, Odebrecht’s, Joeslei Batista, Léo Pinheiro, etc.

      Paulo

      13/03/2021 - 23h00

      Edson Luiz, sempre terá licença. Sinta-se à vontade! Concordo, em geral, com você…Não sou contra o mercado, muito menos contra a regulação bem executada do mercado, pelo Estado. Sou contra o mercado corruptor, que age “vis-à-vis” com os políticos corruptos, para capturar o Estado, como você bem observa……

    Alexandre Neres

    12/03/2021 - 21h35

    Ô Paulo, cê viu que a neotrabalhista Tabata votou a favor de que os servidores públicos não tenham aumento nos próximos 15 anos?


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