Por Nelson Marconi
Ter aberto o capital da Petrobras para negociá-lo em bolsa foi um erro histórico. A Petrobras produz insumos estratégicos ao país e sua atuação deve estar alinhada a um projeto de desenvolvimento.
Ouvi várias vezes dos diretores na gestão Temer que ela deveria produzir apenas óleo bruto porque é mais rentável. Simplista assim. E seguir os preços no mercado internacional.
Não, os preços da Petrobras devem seguir seus custos e prever uma margem que garanta a rentabilidade necessária para fazer seus investimentos, modernizar-se e produzir bens de maior valor agregado. E não atuar como uma empresa que só pensa na remuneração dos acionistas.
Foi um erro histórico. Não é à toa que os presidentes da empresa caem por causa dessa política de preços maluca que acompanha as oscilações internacionais.
E, por favor, não venham dizer que a empresa tem que atuar da forma como vem fazendo devido as falcatruas anteriores. Falcatruas são falcatruas em qualquer modelo de empresa e devem ser sempre punidas. Não misturemos as coisas.
Nelson Marconi é graduado em economia pela PUC-SP e mestre e doutor em economia pela FGV-SP, tendo realizado bolsa sanduíche no MIT. É professor adjunto dos cursos de graduação, mestrado e doutorado acadêmico e mestrado profissional em Administração Pública e Governo, na FGV-SP, pertencendo ao núcleo docente permanente em ambos programas. Também é professor associado (licenciado) no curso de Economia na PUC-SP. É Coordenador do Fórum de Economia da FGV e do CND – Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo, vinculado à EAESP-FGV. Foi coordenador do curso de graduação em economia da EESP-FGV entre 2010 e 2013, presidente da Associação Keynesiana Brasileira entre 2015 e 2017