Especializada em pesquisas sobre democracia e sustentabilidade, a TNI (Transnational Institute) é sediada na Holanda e divulgou um levantamento mostrando que entre os anos de 2000 e 2017 a reestatização de serviços essenciais cresceu exponencialmente no mundo.
De acordo com a pesquisa, foram 835 remunicipalizações (serviços municipais) e 49 nacionalizações (sob alçada governo federal). Já nos países de primeiro mundo como EUA e Alemanha, a quantidade beira as 900 reestatizações.
Na maioria das vezes, esse processo é de serviços básicos como distribuição de água, energia, transporte público e coleta de lixo.
De acordo com a geógrafa e coordenadora do TNI, Lavinia Steinfort, o principal motivo desse fenômeno são a péssima qualidade dos serviços prestados pela iniciativa privada.
“Baixar preços, aumentar investimentos e melhorar a qualidade do serviço como um todo são os objetivos mais comuns. Muitas das privatizações falharam, e isso aconteceu à custa da qualidade e acessibilidade dos serviços públicos e do bem-estar da população”, disse ao UOL.
Além disso, a coordenadora ressaltou que os números mostram que a reestatização é uma tendência que tende a ganhar força nos próximos anos.
“Do total de casos que levantamos, 17% aconteceram na primeira metade do período pesquisado, entre 2000 e 2008, enquanto a grande maioria, os 83% restantes, aconteceu de 2009 a 2017”
“Quer dizer, o número de privatizações desfeitas na segunda metade do período foi cinco vezes maior do que na primeira metade”, complementou.