O resultado das eleições para a presidência da Câmara dos Deputados, que deu vitória maiúscula no primeiro turno ao deputado Arthur Lira (PP-AL), com 302 votos, assustou parte da militância de oposição, criando um clima de derrotismo que, a meu ver, não faz muito sentido.
Na verdade, se fizermos um exercício de imaginação para o pleito presidencial de 2022, as eleições da Câmara podem ter criado uma dinâmica favorável para o campo progressista.
A esquerda agiu certo ao apoiar Baleia Rossi, o adversário do MDB que obteve 145 votos. A estratégia escolhida foi bastante razoável: dividir o centro e a direita, e testar a capacidade de articulação da esquerda com outros partidos externos à sua bolha.
A votação pífia da candidatura pura de esquerda, Luiza Erundina, do PSOL, que recebeu apenas 16 votos, provou que esse seria o pior caminho. Marcelo Freixo, que foi candidato do mesmo PSOL, ao mesmo cargo, em 2019, havia obtido 50 votos.
Ou seja, o caminho não é esse, e se a esquerda tivesse que escolher um candidato, deveria ser alguém com muito mais capacidade de costurar alianças com diversos partidos.
A escolha de Baleia Rossi foi a mais racional, mas a sua vitória não representaria, necessariamente, uma vitória para a esquerda, porque a dinâmica da política nem sempre segue o que é mais racional.
Às vezes, é necessário que algumas crises ocorram para desencadear reações opostas.
Não fosse o esforço dos ingleses para remover os espaços de autonomia e soberania que tinham cedido aos americanos, ao longo do século XVIII, a Revolução Americana não teria acontecido, e sobretudo não viria acompanhada com o espírito de rebelião que a caracterizou.
A mesma coisa aconteceu no Brasil. A nossa independência de 1822 foi acelerada em resposta aos movimentos de Portugal para asfixiar os esforços de nossas classes produtivas para ganhar mais autonomia política e tributária.
No primeiro livro de sua famosa série, Fundação, Isaac Asimov cria um personagem Hari Seldon, um especialista em “psico-história”, que prevê o declínio e extinção do Império Galáctico, e a chegada de uma idade das trevas que poderia durar até 30 mil anos. A única maneira de encurtar esse período de obscurantismo, durante o qual a civilização seria consumida pelo barbarismo, longe das conquistas científicas e culturais que fizeram a glória da humanidade por dezenas de milhares de anos, seria a deflagração de algumas crises específicas. Se essas crises ocorressem no momento certo, o período de trevas seria abreviado para menos de mil anos, após o qual, uma nova e pujante civilização iria florescer.
Estamos diante de situação semelhante. Caso Baleia Rossi fosse eleito para a presidência da Câmara, não teriamos, por exemplo, a indicação de Bia Kicis à frente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Essa indicação já produziu uma crise muito útil, politicamente, para a oposição, porque ajuda a sujar ainda mais a imagem do bolsonarismo, especialmente junto aos formadores de opinião.
Além disso, muitos perceberam que o resultado da eleição na Câmara significou sobretudo a derrota da direita não-bolsonarista, e foi ruim especialmente para os planos de João Doria e Luciano Huck.
Se Baleia Rossi obteve 145 votos, e se a esquerda no congresso tem 132 votos, está claro que ele foi completamente abandonado pela direita. Alguns deputados da esquerda podem ter votado também em Arthur Lira, mas não seria irreal estimar que mais da metade dos votos de Rossi vieram dos partidos de esquerda.
A vitória de Lira, portanto, ajuda a criar duas situações úteis à oposição de esquerda a Bolsonaro: enfraquece uma alternativa liberal a Bolsonaro em 2022, e ao mesmo tempo estimula manifestações de arrogância do presidente, embriagado com sua “vitória”. Além disso, obriga o governo a ceder espaços ao centrão fisiológico e corrupto, aumentando a rejeição a Bolsonaro junto às classes médias, o que é um processo fundamental para enfraquecer as chances eleitorais do presidente em 2022.
Quanto às temidas “reformas liberais”, que a esquerda receia que sejam implementadas a partir de agora por Arthur Lira, elas viriam do mesmo jeito com Baleia Rossi, mas embaladas provavelmente com mais elegância e conduzidas com mais eficiência.
A prova disso foi o discurso de Bolsonaro na abertura dos trabalhos legislativos, apostando na aprovação de suas pautas mais ideológicas, como a liberação de armas e o homeschooling (ensino em casa). Essa postura de Bolsonaro irá contaminar todas as pautas que interessem ao governo.
Por outro lado, é um erro infantil da esquerda usar a vitória de Lira para emplacar o argumento de que a “frente ampla” nunca foi uma boa ideia.
O resultado diz exatamente o oposto.
Como a votação de Baleia Rossi e, mais ainda, de Erundina, deixaram evidente, sem um grande esforço para dividir o centro e a direita, vai ser muito mais difícil vencer Bolsonaro.
O resultado questiona, em verdade, a tese da frente de esquerda. É claro que é importante que toda candidatura reúna o máximo possível de forças. Mas é preciso avaliar em que extensão o famigerado “antipetismo” ainda é uma força com poder de contaminar e isolar uma candidatura, beneficiando seus adversários.
Esse é um assunto que temos de discutir abertamente, com vistas a construir uma candidatura progressista sólida para 2022.
Recentemente, manifestações de Lula e Haddad, por exemplo, sinalizaram que o ex-ministro deverá novamente ser candidato. Haddad disse que está disposto. Lula, por outro lado, continua não ajudando muito, ao insistir que Haddad apenas seria candidato em caso dele mesmo, Lula, continuar impedido juridicamente. A fala de Lula reforça a imagem de “poste” de Haddad.
O universo petista está entusiasmado com a derrocada da Lava Jato, em especial após decisão de Lewandowski que liberou o conteúdo da operação Spoofing, com boa parte dos diálogos captados pelo hacker, com procuradores falando entre si, ou com o então juiz Sergio Moro.
Entende-se o entusiasmo porque estamos testemunhando, de maneira emocionante, a materialização de uma Justiça histórica. A Lava Jato foi uma operação contaminada, desde seu início, por motivações político-ideológicas, parcialidade, ódio, soberba, desejo de destruir e humilhar, e isso faz com que a sua falência moral tenha um significado político de grandes proporções. Isso beneficia Lula, o PT e, sobretudo, a democracia.
Mas também é um ingenuidade e autoilusão achar que o jogo terminou. Se o STF vier a anular as sentenças de Moro, por achar que ele agiu com parcialidade, não haverá propriamente absolvição de Lula, mas o reinício do processo. E agora já está bem claro que o problema judicial do Brasil não está concentrado em Sergio Moro, mas no coração do Judiciário. Ou seja, novos juízes podem retomar as acusações contra Lula com gosto de vingança na boca. Por essa mesma razão, me parece arriscado apostar as fichas na candidatura de Lula. Ele deveria concentrar energias em seus processos, evitando politizá-los excessivamente.
Enfrentar esse problema é um dos grandes desafios da nossa geração, e isso deverá ser feito através da política, ou seja, da eleição de novos presidentes, que tenham condição de desmontar as armadilhas golpistas e autoritárias montadas na burocracia estatal. É impossível desmontar essas armadilhas até 2022, e as apostas que se fazem num novo embate entre Bolsonaro e PT, nas próximas eleições presidenciais, não me parece promissor.
Bolsonaro tem perdido apoio na classe média, na mídia e em setores políticos importantes. Muitos governadores e prefeitos ficaram decepcionados com a maneira delirante e conspiratória com que Bolsonaro lidou com a crise sanitária e econômica provocada pela Covid-19, um tema que trouxe profunda angústia aos prefeitos e governadores de todos os credos políticos. O presidente procurou, o tempo inteiro, jogar a população contra os admistradores locais, que eram forçados, pelo bom senso, a adotar medidas impopulares, com vistas a salvar vidas. O comportamento de Bolsonaro, covarde, divisivo, oportunista, certamente não será esquecido por nenhum prefeito ou governador. No entanto, eles precisam ainda fazer um jogo duplo até pelos menos meados de 2022, porque a crise da Covid aprofundou mais ainda a dependência de recursos do governo federal.
Em 2022, devemos ter uma oposição fragmentada, com PT vindo mais uma vez com um Haddad como alterego de Lula. Muito provavelmente o PSOL terá seu próprio candidato. Boulos tornou-se um campeão das redes sociais, e pode surpreender numa eleição presidencial, e, embora sem chances reais de ganhar, pode ajudar o PSOL a ampliar sua bancada de deputados, e o partido precisará, mais que nunca, fazer isso, para superar a cláusula de barreira da nova legislação eleitoral e continuar recebendo verba partidária.
A presença de Ciro Gomes como candidato também é certa. O potencial do pedetista é uma incógnita. Mas as previsões (e preces) petistas sobre sua morte política parecem ter sido um pouco exageradas. Ciro está mais forte hoje do que antes, e dessa vez poderá voltar a se apresentar como uma alternativa tanto ao bolsonarismo quanto ao petismo. É possível que receba votos tanto daqueles que considerem que ele é o que tem melhores condições de derrotar Bolsonaro, como daqueles que acham que é o único capaz de derrotar o PT. Com essas duas forças, vindos de lados diferentes, Ciro pode ter uma performance melhor do que em 2018. Se chegar ao segundo turno, possivelmente teria mais chances de derrotar Bolsonaro do que um candidato do PT, e não apenas por causa de pesquisas eleitorais, mas porque teria condições melhores para conquistar o voto de centro, enquanto um candidato do PT acabaria por empurrar novamente a classe média e o centro na direção de Bolsonaro.
Enfim, tudo isso são as melhores especulações que podemos fazer diante dos fatos que conhecemos hoje. Muitas águas ainda rolarão por baixo dessa ponte, e tentaremos atualizar nossa análise conforme os fatos evoluam.
Finalizando, deixamos aqui alguns prints da mais recente pesquisa eleitoral para 2022, feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, seguido de alguns comentários.
Nesse cenário 1, com Sergio Moro e Haddad, o que chama atenção é a força de Moro na região Sul, onde ele pontua 15%. É onde Ciro Gomes tem apenas 7,9%, e onde Bolsonaro tem sua maior força, 34,8%. Uma eventual derrota de Bolsonaro em 2022 passa, necessariamente, pelo enfraquecimento do presidente nessa região. Como o presidente vem perdendo muito apoio das classes médias, e a região Sul tem a características de ser uma região mais de classe média, há espaço para a oposição crescer nos estados sulistas.
No cenário dois, com Lula e Marina, o destaque novamente vai para a região Sul, onde Lula tem apenas 10,7%, contra 17,6% de Moro. Com Lula no páreo, com 17,3%, Ciro tem 9,1% das intenções de voto. Importante notar que, segundo essa pesquisa, Bolsonaro tem 26% no Nordeste, contra 25% de Lula. A diferença entre Lula e Ciro, por sua vez, é maior no Nordeste, onde o petista tem uma vantagem de 12 pontos, mas cai no Sudeste para 7 pontos, no Sul para 2,8 pontos, e no Norte para 7 pontos.
No cenário 3, com Haddad, Luciano Huck e Dino, o destaque vai para o segundo lugar de Ciro Gomes, com 12,1%, com uma força expressiva entre eleitores com ensino médio, entre os quais ele pontua 13,5%, contra 9,7% de Fernando Haddad, e 8,8% de Luciano Huck. O eleitorado com ensino médio constitui não apenas a maioria quantitativa do eleitorado, como também a maioria em termos de hegemonia cultural, por razões óbvias: não é a elite que tem ensino superior, mas também está acima da população semianalfabeta com dificuldades de exercer influência nas redes sociais.
Francisco*
06/02/2021 - 02h05
“A ELEIÇÃO NA CÂMARA, A DERROCADA DA LAVA JATO E AS ELEIÇÕES DE 2022”
A ELEIÇÃO NA CÂMARA varreu a direita preferencial da classe dominante da eleição de 2022, de tal forma que a dita já se ajusta em renovar apoio ao terceirizado Bolsonaro, repetindo 2018, agora já no primeiro turno, sequer apresentando candidatos próprios.
A DERROCADA DA LAVA JATO, pelas revelações das ações bandidas praticadas, é a ascensão anunciada do PT e Lula, de forma continuada, exatamente pelas consequências cantadas por Lula que ‘ao contarem uma mentira, teriam que inventar uma segunda para sustentarem a primeira e assim sucessivamente, até um dia a verdade não mais permitir continuarem mentindo.’
E AS ELEIÇÕES DE 2022 serão como ‘os omissos de 2018’ pedem e Lula ontem aceitou: Repetir a Cristina na Argentina.
Haddad concorre a presidente, com Lula de vice, ambos do PT, como Fernández e Cristina, ambos do PJ.
sem esquecer de perguntar ao RETRO-BABACA, enquanto revela-se como agiam no puteiro jurídico-midiático armado para destruir o PT e seus líderes, se Lula esteve mesmo ‘preso’, no mundo paralelo, ou sequestrado e mantido em cárcere seletivo e privado por um bando de delinquentes, conforme o mundo real?
O Demolidor
05/02/2021 - 20h20
O pós-lavajatismo deixou a quinta coluna meio alta………estão tão desesperados com a suspeição do Moro quanto o MPF e o PIG…..
A expressão ” O Lula tá livre Babaca!” está quase madura…..
Falaremos isso pro Coronézinho e pro Capitão Bunda Suja que usou a expressão cretina do PDT na campanha….
Alan C
05/02/2021 - 19h33
Boa análise e de certa forma tenho dito o mesmo por aqui.
Lira ou Rossi, seria direita de qq forma, então nada mudou tanto assim visto que quem estava lá era o Maia. Um pode ser mais educadinho, o outro mais grosseiro, e o terceiro mais espertalhão, mas todos frequentaram a mesma escola.
Quanto ao asno que senta na cadeira de presidente querer aprovar pautas ideológicas, por mim tá lindo, pois isos não irá beneficiá-lo. Enquanto não tiver projeto pra nada vai continuar sangrando, simples assim. Um ano e 11 meses vai ser uma bela hemorragia.
O problema do progressismo é que PT não ganha do bozo no 2º turno. Ciro sim, mas não tem voto pra chegar lá. O trunfo da direita é esse racha da esquerda. Uma coisa é certa, onde o PT estiver, a derrota tb estará, ainda mais agora que o poste foi confirmado. Em 2018 ainda dava pra justificar, mas em 2022 não. Dá pra ouvir o pensamento do Lula falando “que droga, não tem outro então vai ele mesmo”.
Frente ampla pra 22 é praticamente impossível. PDT e PT jamais estarão na mesma chapa, esqueçam isso. O PSOL vai sozinho de olho nas cadeiras do congresso, e é assim que a esquerda vai.
Essa segunda metade do circo da bozolândia vai definir muita coisa, aguardemos.
ANGELO MARCIO SANTOS SILVA
05/02/2021 - 18h16
Ahh…esta obvio que a vitoria tanto do Lira quantodo Pacheco foi do Centrao mais uma vez e nao de bozo…tal como as eleicoes municipais…afirmocom certezao bozo deu tiro no pe…agora tem rezar e ajoelhar…o centraoo nao aceita migalhas e vai sim chategear o bozo como fez Dilma,sem lealdade alguma…como fez em 2019 e 2020 votando que queria e como queria …
ANGELO MARCIO SANTOS SILVA
05/02/2021 - 18h13
Sem muitos comentarios…fazendo uma conta simples claro cartesiano …compo progressita apresenta 25% votos com ciro haddad e cia…e 32,8 % com lula ciro boulos cia…vimos isso na eeicaomunicipal do RJ, SP …..ou seja,mostra que ha sim muitas chances , mas o candidato com menos rejeicao disparado e o Ciro…inclusive com potencial cncreto de atrair votos da direita, dividindo a….
Tadeu
05/02/2021 - 17h01
Quem lê o texto chega à conclusão de que sofrer uma derrota acachapante (mais uma!) nas eleições do congresso foi a melhor coisa que aconteceu para a esquerda. Num passe de mágica, essa derrota vai criar as condições para a esquerda finalmente começar a ganhar em 22, quando fará quase uma década da sua última vitória significativa, por 3% dos votos e construída em cima do estelionato eleitoral que a Mandioca praticou em 2014. Não importa que todas as derrotas acachapantes de lá para cá não tenham operado esse milagre, ao contrário, apenas abriram caminho para mais derrotas.
NeoTupi
05/02/2021 - 16h49
2022 é muito diferente de 2018. Bozo é vidraça e não pedra.
A maior prova da expectiva de poder à esquerda inclinar-se para Haddad, é Flávio Dino inclinar-se para o PT e não para Ciro.
As razões para Haddad ser a expectiva mais viável para vencer em 2022:
1) Serão 7 anos de crise contínua para o trabalhador inclusive de classe média, com mais de 230 mil mortes por Covid (sabe-se lá onde vai parar), cujo morto deixou só metade da pensão para a(o) conjugue graças a reforma da previdência do Bozo. Some a isso apagão de vacinas (sim, vacinas estão e continuarão racionadas por um bom tempo, fato mais impopular do que apagão elétrico do FHC). Desemprego alto, queda na renda das famílias e no consumo, custo alto do gás, alimentos, gasolina, dólar, diesel, inadimplência, perda de direitos sem nada compensatório. Ninguém aguenta, nem classe média reacionária que odeia mais dividir rodoviária do que aeroporto com pobre. Quando empobrece nunca fica feliz com o governo de plantão, incluindo aí pequenos empresários. Bozo não se reelege, seja quem for o adversário. E se a crise agravar (o q tem boa chance de ocorrer) pode nem chegar ao segundo turno.
2) Em linha com o 1, a pauta econômica popular (bolso e prato vazios), sobrepõe a qualquer tentativa de querer vencer/desconstruir com discurso de costumes, que já está ficando desgastado (um exemplo é Crivella no Rio, q nem o eleitorado evangélico votou totalmente nele porque seu governo foi ruim)
3) Some-se a isso a falta de resultados práticos na segurança pública (um dos pontos fortes do Bozo em 2018), e decepção com militares (muito privilégio, de aposentadorias especiais a leite condensado, para pouco trabalho), q muitos eleitores do Bozo queriam para fazer policiamento ostensivo.
4) Não vai ter facada para se vítimizar, nem para fugir de debate.
5) Bozo se queimou com o eleitor moralista. Primeiro quando demitiu Moro, agora se amasiando com o Centrão sem o menor pudor.
Tudo acima favorece todas as candidaturas de oposição que não sejam neoliberais. Abaixo o que favorece mais Haddad e o torna mais competitivo:
6) Haddad não será uma candidatura de última hora como em 2018, com pouco tempo de campanha. Ele já foi apresentado ao grande público nacionalmente e 47 milhões de eleitores já votaram nele. Pelo menos no segundo turno repetirão esse voto se ele for contra Bozo de novo. Os 5 milhões que faltaram virar, vem em muito maior quantidade dos eleitores arrependidos do Bozo que aprenderam pela dor.
7) Antipetismo estará em baixa, sem lava jato como cabo eleitoral, com Lula reabilitado em parte pela comprovação da perseguição sórdida. Antibolsonarismo estará em alta (explicado em 1,2 e 3).
8) Lula estará livre e poderá fazer campanha, dar entrevistas, etc. Outra possibilidade é ele decidir ser vice de Haddad como fez Cristina Kirchner, se quiser.
9) Ciro perde o discurso do voto útil para vencer no segundo turno, porque todos vencerão, devido ao desgaste do governo Bozo. Lembre-se q Bozo será vidraça em 2022 e não a pedra de 2018.
10) Ciro tem teto difícil de superar para chegar ao segundo turno, porque não terá o voto do eleitor lulista devido às pontes q queimou por sua estratégia política para 2022. E se fizer campanha antipetista, não ganha votos para ele, porque além da biografia que não dá para apagar, a direita usará o enorme acervo na internet de Ciro ministro de Lula, aliado de Dilma, etc num passado recente para desconstruir sua imagem.
Victor
05/02/2021 - 16h19
Miguel, admiro muito suas análises ponderadas, são muito mais profundas que os textos corriqueiros da grande mídia e mais independentes e menos comprometidas que as dos blogs que costumam repetir as palavras da cúpula petista.
Me assombrou ver a notícia hoje de que Haddad “aceitou” ser candidato após Lula conversar com ele, e desde que o próprio Lula não possa ser candidato. A passividade do homem é espantosa.
Assim como vc, também me incomodou ver o chororô em torno da vitória de Lira. Me parece que as pessoas que se identificam como sendo “de esquerda” estão um pouco esquizofrênicas. Foram anos pedindo a tal da frente ampla e quando há o primeiro ensaio para isso, passaram a criticar ferozmente a iniciativa, só pq o Baleia Rossi perdeu.
Teve quem enxergasse um plano de mestre na direita, que fingiu tudo apenas para derrotar ainda mais a esquerda.