Mensagens obtidas pela Operação Spoofing da Polícia Federal, que tiveram o sigilo levantado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mostram que o ex-presidente Lula (PT) foi ridicularizado por integrantes da Operação Lava Jato em um grupo no Telegram.
As mensagens ofensivas contra o petista aconteceram em 4 de março de 2016, data que o então juiz Sérgio Moro autorizou mandados de busca e apreensão no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (SP) e no sítio em Atibaia (SP).
Enquanto os imóveis eram vasculhados, Lula prestava depoimento no Aeroporto de Congonhas em São Paulo.
No momento que os agentes cumpriam as ordens no sítio, o procurador Januário Paludo compartilhava no grupo possíveis evidências do suposto crime de Lula.
“Sem dúvida, o sítio é do Lula, porque a roupa de mulher era muito brega. Decoração horrorosa. Muitos tipos de aguardente. Vinhos de boa qualidade, mas mal conservados. Achei o sítio deprimente. Local para pouso de helicóptero confirmado à esquerda da entrada em campo de futebol, para helicóptero pequeno”
Já o procurador Roberson Pozzobon elogiou a atuação descabida de Paludo e falou em “renovação de contrato” do procurador com a Lava-Jato.
“Excelentes informações, Januario!! Nada disso teria ocorrido sem a sua direção, perseverança e criatividade. Então, que tal aproveitarmos esse momento de ótimas notícias, para combinarmos a ‘renovação do seu contrato na Lava Jato’ por mais dois ou três anos?! Hein?! Hein?! Hein?!”
Já Deltan Dallagnol afirmou ter entrado em contato com a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
“Liguei e falei com ela, dentro da política do grupo de estreitar relacionamento com lideranças internas”
Na sequência, Dodge encaminha uma mensagem para o grupo.
Mensagem da Raquel Dodge para todos: ‘Liguei para cumprimentá-lo e a todos os excepcionais colegas desta equipe pelo primoroso trabalho. Vocês transformaram a justiça penal e a tornaram melhor. Estão mudando o Brasil. Muito obrigada!'”