Por Gabriel Barbosa
Sim, a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) chegou no dia da votação completamente destruída pelo naco fisiológico representado pelo líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL).
Praticamente, a maioria dos votos ao emedebista será do bloco de oposição formado por PT, PDT, PC do B, Rede e menos da metade do PSB. As chances de Baleia reverter a decisão em poucas horas é praticamente nula, correndo o risco de ser despachado logo no 1° turno.
O vexame da postulação vendida como ‘democrática’ e formada por uma ‘frente ampla’ teve erros básicos de articulação política. Enquanto Baleia entrou na disputa nos 45 do segundo tempo, Lira já estava com sua base de deputados formada e ampliada proporcionalmente com o auxílio da máquina do Governo Federal.
Outro fator básico que ganha pontos na corrida, Lira de fato dialogou com cada parlamentar, fez uma romaria de porta em porta para ouvir as demandas dos deputados com suas bases e fechou acordos.
Enquanto isso, Baleia fez o oposto, recorreu primeiramente aos núcleos partidários, de cima pra baixo, sem compreender os colegas parlamentares.
É um erro crasso, pois a desobediência das bancadas com a orientação partidária é uma dura realidade no Congresso Nacional, vide o Solidariedade, PSL e o próprio PSB.
Praticamente, o arco de alianças em torno da candidatura de Lira não tem relação com identidade partidária. Na sua base, o líder do Centrão tem parlamentares das bancadas temáticas como ‘bala’, ‘bíblia’, ‘boi’, ‘antiaborto’ etc. É uma federação de interesses!
Por fim, a vitória de Lira será exclusivamente, de Lira. Os cargos e as emendas liberadas por Bolsonaro são variáveis poderosas, mas que não proporcionam ao governo os ‘louros da vitória’, pois o fisiologismo na Câmara sempre teve vida própria para embarcar ou desembarcar de qualquer gestão.
O Centrão venceu mais uma vez!