Pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, divulgada hoje pela Veja, confirma algumas tendências, já observadas na sondagem anterior, do início de dezembro:
- Bolsonaro está absorvendo todo o voto conservador, deixando cada vez menos espaço para concorrentes do mesmo espectro ideológico. O esvaziamento da candidatura de Sergio Moro, por exemplo, é impressionante. Hoje, Moro tem 12%.
- Lula e Haddad também vem perdendo pontos nos últimos meses. Haddad, apesar de ter ficado com 45% dos votos válidos no segundo turno de 2018, hoje aparece com 9,5% a 11,7% das intenções gerais de voto, no primeiro turno.
- Ciro Gomes ainda não conseguiu atravessar o seu muro psicológico dos 12%, mas sua resiliência é admirável, e de qualquer forma tem hoje bem mais do que no início de sua campanha em 2018, quando aparecia com menos de 5%. O fato de estar à frente de Haddad e estreitando sua diferença com Lula já constitui uma vitória política para o pedetista, porque alimenta a narrativa de que ele poderia ser o nome com mais chances de vencer o presidente.
- Boulos, que havia crescido muito na pesquisa anterior, hoje apresenta uma oscilação para baixo, sinalizando que pode ter encontrado um teto, embora seja importante destacar que o líder sem-teto ganhou um tamanho considerável nas redes sociais, com milhões de seguidores. Mesmo que ainda tenha poucas chances de ir ao segundo turno, tudo indica que Boulos prepara uma grande performance no primeiro turno, caso o partido decida lançá-lo candidato novamente.
- Nos cenários de segundo turno, Bolsonaro ainda ganhar de todos seus adversários, mas sua vantagem caiu muito. Lula e Ciro agora estão apenas 7 a 10 pontos atrás de Bolsonaro.
Na Veja
Bolsonaro lidera em todos os cenários na corrida presidencial para 2022
28 de janeiro
O presidente Jair Bolsonaro lidera com índices superiores a 30% das intenções de voto os três cenários de primeiro turno para a eleição presidencial de 2022 projetados em levantamento exclusivo feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 22 e 26 de janeiro.
Embora o presidente tenha oscilado negativamente em relação à sondagem feita em dezembro, ele ainda segue líder fora da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foi a primeira pesquisa feito pelo instituto após o fim do pagamento do auxílio emergencial e a primeira após o início da vacinação, dois temas que tinham potencial para desgastar Bolsonaro.
No cenário mais provável da disputa, Bolsonaro lidera com 30,5% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Sergio Moro (12%), Ciro Gomes, do PDT (10,6%), Fernando Haddad, do PT (9,5%) e Luciano Huck (8,1%), todos empatados dentro da margem de erro.
O cenário mais favorável a Bolsonaro é aquele em que Moro não disputa, no qual o presidente aparece com 33,7% contra 12,1% de Ciro na segunda colocação – a diferença entre eles é de mais de 20 pontos.
Já a simulação mais apertada de primeiro turno é quando Bolsonaro enfrenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – nesse caso, a vantagem cai para menos de 14 pontos (31% a 17,3%. Vale lembrar que o petista está impedido de concorrer porque foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa após ser condenado em segunda instância em processo da Operação Lava Jato – ele ainda tenta reverter a situação.
Segundo turno
Em um eventual segundo turno, Bolsonaro lidera em quatro dos cenários, mas empata tecnicamente com Moro (39,1% a 37,6%). Os dois se tornaram desafetos depois que o então ministro da Justiça e Segurança Pública deixou o cargo acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. O ex-juiz da Lava Jato, que agora está trabalhando para a iniciativa privada, nunca assumiu ser candidato. Nesse cenário, com dois contendores mais à direita do espectro político, é registrado o maior percentual de pessoas que dizem que irão votar em branco, nenhum ou anular o voto (18,5%).
A simulação mais tranquila para o presidente é quando ele enfrenta João Doria – a distância entre eles é de mais de 15 pontos percentuais (44,9% a 29,4%).
Para baixar a pesquisa completa, clique aqui.