O “eu garanto a vocês que não tem qualquer possibilidade de impeachment” que Eduardo Bolsonaro fala logo no início deste vídeo lembra aqueles momentos em que o técnico do time está sob alta pressão e o dirigente do clube dá uma entrevista dizendo que o cidadão está prestigiado e que não há perigo de demissão. E então, poucos jogos depois, o técnico cai.
Ainda mais quando o filho do presidente tenta justificar sua afirmativa: Bolsonaro não cai porque “tem apoio popular” e porque “dentro do Congresso Nacional isso daí é motivo de chacota”. O apoio popular é fragorosamente desmentido pela última rodada de pesquisas de avaliação do governo: todas os institutos apuraram uma deterioração importante na popularidade do presidente e da sua administração.
Quanto ao impeachment ser chacota dentro do Congresso, bem, quando o presidente da Câmara e um dos candidatos ao cargo falam sobre o tema, quando começam a se espalhar “placares do impeachment” para contabilizar os votos dos parlamentares, quando os jornalões e grupos de direita passam a considerar ou mesmo defender o impeachment e quando o governo tenta desesperadamente garantir a eleição de um aliado para a presidência da Câmara para não correr risco de cair, é porque o impeachment já passou do estágio chacota faz algum tempo.
Há outros sinais de que o impeachment de Bolsonaro não deve ser um hit fugaz nas paradas de sucesso, mas um clássico que ficará marcado na história.
Um deles é o tradicional “vice-prontinho-para puxar-o-tapete”. Bem no dia em que explodiu o escândalo do leite condesado, Hamilton Mourão deu uma entrevista para a CNN falando de sua relação com o presidente Bolsonaro:
Não há conversas seguidas entre nós. As conversas são bem esporádicas.
E, indagado se sente falta do diálogo:
Faz falta, sim. Faz falta até para eu entender em determinados momentos o que eu preciso fazer.
Alguém aí lembrou da famigerada cartinha de Michel Temer a Dilma Rousseff? Faltaram a carga dramático-patética e as mesóclises, mas o sentido é o mesmo: há um fosso intransponível entre mim e o presidente, portanto se derrubarem-no, podem confiar no papai aqui.
A verborragia de Bolsonaro, apesar de habitual, não exatamente baixa a temperatura do caldeirão do impeachment – pelo contrário.
Apesar das justas ponderações que se vem fazendo sobre a fragilidade do escândalo da compra de alimentos nos aspectos contábil e orçamentário – é, de fato, um debate pequeno diante do sequestro do orçamento perpetrado por Paulo Guedes e turma –, o estrago político que pode ser provocado pelos milhões gastos em chicelete e leite condensado é tectônico.
E, de todo modo, os contratos milionários do governo com empresas aparentemente modestíssimas (e que ainda negam a venda) são evidentes causas para uma investigação rigorosa, pois é possível, senão bastante provável, que haja desvio de recurso público na história. Quem se surpreenderia com os especialistas em rachadinha escalando seu negócio para um rachadão?
Uma CPI que investigue e encontre roubo de dinheiro público pode ser a pá de cal no governo Bolsonaro.
O céu fechado que começou a se armar para o presidente por conta da tragédia da falta de oxigênio em Manaus toma ares, agora, de tempestade perfeita – aquele momento da política em que uma miríade de fatos e condições adversas acontecem simultaneamente e jogam o governante nas cordas. Em um cenário desses, a garantia do glorioso Dudu Bananinha (vocês lembram quem inventou esse apelido, né?) vale tanto quanto uma nota de três reais.
Ana Maria dos Santos
10/03/2021 - 12h01
Pra quem ama o inferno , o Brasil está prato cheio com esses demônios nos governando, população armada a vontade até os dentes, pra se matarem uns aos outros, Direitos retirados ,
fome miséria, nos isolando dos outros países, viramos chacota mundial, Só Deus pra ter misericórdia desse pobre povo
Ventura Efrem
28/01/2021 - 19h08
Governo ridículo tá engraçado de ver… kkkkkkkkkkkkkkkk
Luan
29/01/2021 - 09h03
Vai se divertir por um tempo ainda….
Tony
28/01/2021 - 18h57
Bolsonaro pinta e borda com essa oposiçào patetica que vive de idiotices.
Valeriana
29/01/2021 - 09h04
Isso é bom para as esquerdetes aprender um pouco a viver na democracia, coisa que até 2 anos atras nao conheciam….vai fazer bem para todo mundo.
Efrem Ventura
28/01/2021 - 10h31
Esperneiem mais que tà engraçado de ver…kkkkkkkkkkkkkkkk
Paulo César Cabelo
29/01/2021 - 07h09
Deve estar muito engraçado ver o povo morrendo sufocado em Manaus.
Você é só um capacho de bandidos genocidas.