Os gráficos do Datafolha são muito parecidos com os outros institutos.
A avaliação do governo se deteriora dramaticamente a partir de abril de 2020, como resposta às trapalhadas de Bolsonaro no início da pandemia, permanece ruim por alguns meses, melhora após agosto (efeito Auxílio Emergencial), e volta a piorar em janeiro deste ano.
A razão para a recente piora pode ter sido causada, em nossa análise, pelo corte pela metade no auxílio emergencial, a partir de novembro, mas também pelo noticiário fortemente negativo envolvendo o presidente e seu governo, como a crise de falta de oxigênio em Manaus, além das imagens e falas do presidente, que o mostram como alguém sempre hostil à comunidade científica.
Uma tendência se impõe: nota-se uma erosão cada vez maior do prestígio de Bolsonaro junto aos eleitores com melhor nível de instrução. Essa tendência também havia sido pausada, durante os meses em que perdurou o Auxílio Emergencial de R$ 600, mas é retomada agora.
Entre eleitores com ensino médio, a rejeição a Bolsonaro já chega a 40%, e entre eleitores com ensino superior, a 50%. Esses percentuais já foram mais elevados no início da pandemia, em abril e maio de 2020, e estão piorando hoje pelas mesmas razões:.
Uma curiosidade: o grupo no qual Bolsonaro tem maior aprovação é aquele dos eleitores que se autoclassificam como “empresários”. Neste grupo, que corresponde a 3,8% dos eleitores, segundo o próprio Datafolha, Bolsonaro ainda tem 51% de ótimo/bom. Entretanto, mesmo aí ele tem perdido prestígio. A rejeição a Bolsonaro entre os empresários atingiu seu ápice, 37%, na pesquisa de agora, uma alta de 15 pontos sobre dezembro, e o maior índice desde o início do governo.
Bolsonaro inicou o governo com baixa aprovação entre as famílias de baixa renda, e apenas reverteu essa desconfiança quando aprovou o Auxílio Emergencial, no meio do ano passado, e que começou a ser pago em agosto. A aprovação de Bolsonaro cresce imediatamente após os primeiros pagamentos. Mas o efeito já parece ter se diluído, seja porque o valor do Auxílio caiu pela metade a partir de novembro, seja porque ele é “normalizado” pela população.
O principal grupo de apoio a Bolsonaro hoje são famílias com renda entre 2 a 5 salário, entre as quais o governo tem 35% de bom/ótimo. Mesmo entre esses, todavia, há um percentual ainda maior de insatisfeitos: 38% de ruim/péssimo.
Nas camadas médias superiores, que auferem renda familiar entre 5 e 10 salários, e mais de 10 salários, a deterioração de Bolsonaro segue seu curso com bastante intensidade. É interessante notar que o grupo com renda de 5 a 10 salários era aquele que mais apoiava o presidente no início de seu mandato. Em abril de 2019, Bolsonaro tinha 43% de ótimo/bom junto a essas famílias, e apenas 28% de ruim e péssimo. Dois anos depois, esses números se inverteram: hoje Bolsonaro tem 45% de ruim e péssimo e 33% de bom/ótimo entre famílias com renda de 5 a 10 salários.
Já entre famílias com renda mensal acima de 10 salários, Bolsonaro tem hoje rejeição de 52%, e aprovação de 36%. São números iguais ao de seu pior momento, em junho do ano passado.
Paulo
26/01/2021 - 18h39
O importante será convencer o “gado”. Tarefa difícil, dado o grau de comprometimento analítico. Mas não necessitam ser todos. Tirando 1/3 dos bovídeos que o carregam, ele cai para 20% nas intenções de voto e não vai nem para o 2º turno…
Paulo
26/01/2021 - 18h31
O importante será convencer o “gado”. Tirando 1/3 dos bovídeos que o carregam, ele cai para 20% nas intenções de voto e não vai nem para o 2º turno…
Netho
26/01/2021 - 14h53
Nunca houve, nem haverá impeachment, enquanto os sinhozinhos do grande capital e os pretorianos do Forte apache não virarem os polegares para baixo.
O PDT perdeu uma ótima oportunidade de iniciar, tanto na Câmara quanto no Senado, a formação de um bloco de trabalhista, popular e progressista ajuntando as forças de centro-esquerda e esquerda do espectro político.
Não se alinhando, sob hipótese alguma, aos Blocos da Milícia, da Rachadinha e da Propina formados liderados pelos Cartéis do MDB e do PP – os dois partidos mais encalacrados no propinoduto da Petrobrás -, e com maior participação relativa na Planilha das Operações Estruturadas das Empreiteiras.