Por Gabriel Barbosa
O clima de “pré-campanha” nos corredores da Câmara dos Deputados têm deixado a disputa pela presidência da Casa cada vez mais acirrada. Do lado governista, o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro vêm apostando alto na oferta de cargos para garantir os votos necessários.
O parlamentar alagoano também têm sido beneficiado pela atuação do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, que recebeu diversos parlamentares no seu gabinete no 4° andar do Palácio do Planalto para oferecer emendas parlamentares “extras”.
Até o momento, a empreitada de Lira gerou o apoio do PP, PL, PSD, Solidariedade, PROS, PSC, Avante, Patriota, PTB e recentemente do Republicanos, totalizando 204 deputados.
Por outro lado, o grupo de Maia vive um dilema digno das tragédias gregas. Além de não ter batido o martelo sobre a candidatura, o demista presencia constantes rachas dentro do próprio núcleo.
Legendas como MDB, DEM, PSDB, PSL, Cidadania e PV – 159 parlamentares – estão, até o momento, fechados com Maia. Mas o conflito de interesses entre os partidos têm deixado o presidente da Câmara com um impasse que pode lhe custar caro. Enquanto MDB e PSDB defendem arduamente a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), DEM e PSL optam por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Estrategicamente falando, a candidatura do emedebista é o ideal. Além do perfil moderado, Baleia é o único parlamentar que pode abarcar o maior número de parlamentares, incluindo deputados da oposição, onde mantém uma boa relação.
Apesar de ter a preferência de Maia, Aguinaldo não possui essas características para entrar no jogo contra Lira, pois não têm a maioria nem dentro do próprio partido.
Além disso, o parlamentar paraibano é do PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI) e sua eventual vitória poderia reforçar o cacife da legenda para apoiar a reeleição de Bolsonaro.
Porém, conhecendo os meandros de Brasília, Maia deve se acertar com os ‘russos’ – partidos do seu núcleo e da oposição – antes de oficializar a candidatura de Baleia.
Com os 133 votos da esquerda, a candidatura do emedebista ficaria com 292 votos frente aos 257 necessários para garantir a vitória.
Claro que não existe almoço grátis e as legendas de oposição, em especial PT, PDT e PSB, devem cobrar caro a Maia pelo apoio como exigir lugar de destaque nas comissões e principalmente na Mesa Diretora da Casa. Por fim, fazer com que Baleia possa fechar compromisso nas pautas defendidas pela oposição. A conferir!