Na madrugada desta quinta-feira, 17, a cúpula Nacional do PT se reuniu para debater a eleição para presidência da Câmara e decidiu que não vai apoiar a candidatura do líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Além do veto a candidatura bolsonarista, o núcleo petista também defendeu a elaboração de uma pauta para ser apresentada a nova mesa diretora da Câmara e a articulação para lançar uma candidatura alternativa do bloco de oposição.
A presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, defendeu publicamente a construção de uma candidatura com uma agenda para “derrotar Bolsonaro e tirar o país da crise”.
Já o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR), disse que a cúpula do partido deve se reunir novamente para bater o martelo sobre a posição definitiva da legenda.
“A bancada vai se reunir novamente nos próximos dias para tomar uma atitude mais definitiva, sobre se vai haver candidatura própria da esquerda ou se apoiaremos o nome que vier a ser indicado pelo (atual presidente da Câmara) Rodrigo Maia (DEM-RJ). Esperamos que essa definição saia antes do Natal, mas nunca se sabe”
Já o vice-presidente Nacional do PT, Washington Quaquá, rechaçou a tese defendida por Gleisi sobre lançar uma candidatura de esquerda.
“Isso vai acabar restringindo o espaço da esquerda no parlamento, porque, mesmo que a esquerda se una totalmente, não tem como vencer a eleição com (apenas) 130 deputados. Nem se chamar o mago Merlin. Por não compor (com outro candidato com mais chances), vamos acabar ficando fora de comissões e relatorias importantes, que poderiam barrar retrocessos contra o povo – avaliou Quaquá, que, longe de ser maioria no partido, defende o apoio a Lira. Em contraponto, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, que participou da reunião, tem uma das posturas mais críticas a Lira dentro do PT”