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A disputa pela hegemonia na esquerda: primeira análise pós-segundo turno

Finalmente, pudemos ouvir a voz rouca das urnas. Agora todas as especulações abstratas, pesquisas, análises de conjuntura, narrativas, precisam ser varridas para debaixo do tapete, porque não valem mais nada. Tornaram-se como que títulos podres, sem lastro, perante a moeda fundamental do regime democrático: o voto. Entretanto, mesmo diante de um conjunto tão sólido de […]

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Finalmente, pudemos ouvir a voz rouca das urnas.

Agora todas as especulações abstratas, pesquisas, análises de conjuntura, narrativas, precisam ser varridas para debaixo do tapete, porque não valem mais nada. Tornaram-se como que títulos podres, sem lastro, perante a moeda fundamental do regime democrático: o voto.

Entretanto, mesmo diante de um conjunto tão sólido de dados, vemos que, ainda assim, há uma disputa de narrativa para identificar quem ganhou e quem perdeu, sobretudo porque se pode observar os números sob ângulos diferentes.

Pode-se olhar para os números, a partir dos números de prefeituras e vagas de vereador conquistadas, pela votação dos diferentes partidos, independente das vitórias obtidas, nas eleições proporcionais ou majoritárias – e para a magnitude das populações a serem administradas. Deve-se levar em conta ainda o tamanho relativo dos partidos em cada grande cidade, estado ou região. Podemos também avaliar o desempenho dos partidos segundo o tamanho das cidades: com menos de 50 mil habitantes, entre 50 e 150 mil, entre 150 mil e 500 mil, e mais de 500 mil habitantes. Há, por fim, uma “taxa de sucesso” de cada partido, que deve ser considerada: qual o percentual de eleitos no total de candidatos?

Evitemos olhar a realidade a partir de apenas um desses ângulos, e vamos considerá-los a todos, para depois tirarmos nossa conclusão com base naquilo que é ao mesmo tempo a ferramenta e o método mais poderosos da inteligência humana: o bom senso.

Vamos olhar a evolução da quantidade de prefeitos eleitos por partido. Neste tipo de avaliação, os pontos que merecem destaque são:

  • Declínio do PSDB: o que é um declínio apenas relativo, visto que conservou São Paulo, e se mantém como um partido bem maior do que qualquer outro de direita ou de esquerda; está abaixo apenas das legendas de “centro”, como MDB, PP e PSD.
  • Recuperação do DEM, depois de passar por inúmeras crises, que o levaram a mudanças de nome, o partido hoje mostra bastante vigor: experimentou um forte aumento no número de prefeituras, incluindo aí capitais estratégicas, como Rio, Salvador, Curitiba e Florianópolis.
  • Tombo do PT: o partido que chegou a ter 630 prefeituras em 2012, incluindo a de São Paulo, que ganhou 4 eleições presidenciais sucessivamente, sai dessas eleições municipais governando apenas 183 cidades, entre as quais, nenhuma capital.
  • O PDT obteve um bom desempenho relativo: se em 2016, havia se tornando o segundo maior partido da esquerda em número de prefeituras, hoje é o primeiro. Mas não porque cresceu, e sim porque o PSB caiu muito, perdendo a posição de primeiro do ranking, e o PT caiu ainda mais.  Se considerarmos que o PDT obteve a vice-prefeitura em inúmeras cidades importantes, como Salvador, Recife e Maceió, sua performance ganha mais pontos.
  • Apesar da queda, o PSB não teve um desempenho tão ruim. O partido havia inchado  entre 2012 e 2016 com muitos membros estranhos a seu programa. Com seu movimento de “volta às origens” a partir de 2017 e 2018, muitos prefeitos migraram de volta para legendas conservadoras. Além disso, o partido obteve uma vitória muito emblemática em Recife, que é a sede histórica do partido, ganhou em Maceió (deslocando o poder da família Calheiros), e obteve um respeitável terceiro lugar em São Paulo.
  • O PCdoB sofreu um recuo expressivo, saindo de 80 para 46 prefeituras. O auge do partido foi em 2016, ainda na esteira da vitória de Flavio Dino em 2014, no Maranhão. O PCdoB chegou a ter 46 prefeituras apenas no Maranhão, a partir de 2016; nas eleições deste ano, o partido ganhou apenas 22 prefeituras. O PDT, por sua vez, que tinha 30 prefeituras no estado, agora tem 41, habilitando-se para pleitear o governo do estado em 2022, num projeto liderado pelo senador Weverton Rocha.
  • O PSOL experimentou um forte aumento no número de prefeitos, mas ainda é uma legenda nanica, neste quesito, com apenas 5 administrações. No entanto, ganhou uma capital importante, Belém, e chegou ao segundo turno de São Paulo, com Guilherme Boulos, e isso já é mais do que o PT conseguiu.

Outro ponto que merece atenção é a taxa de sucesso dos candidatos eleitos, porque ela nos ajuda a medir o grau de aceitação ou rejeição de cada partido.

No campo progressista, as maiores taxas de sucesso foram obtidas por PDT e PSB, que elegeram 35% e 30%, respectivamente, de seus candidatos a prefeito.

PCdoB, PT e PSOL tiveram taxas de sucesso de 18%, 15% e 1%, respectivamente.

O desempenho no segundo turno também nos permite avaliar taxas de sucesso. No campo progressista, o melhor índice foi do PDT, que elegeu três de seus quatro candidatos, registrando uma taxa de sucesso de 75%. E ainda tem chance de levar Campos de Goytacazes, caso o TSE referende decisões da justiça eleitoral fluminense, que cassou a chapa de Wladimir Garotinho. O PSB disputou oito eleições no segundo turno, e ganhou duas, taxa de sucesso de 25%. O PT, que conseguiu levar quinze candidatos ao segundo turno, ao cabo ganhou quatro cidades, obtendo uma taxa de sucesso de 27%.

Outro número importante para se entender o tamanho real de cada partido, em se tratando de prefeituras, é contabilizar a população que será governada por cada um, a partir das eleições deste ano. Estes números mudam um pouco o ranking visto numa das tabelas acima. O PSDB, por exemplo, que estava em quinto lugar, no número de prefeituras, salta para o primeiro lugar, no ranking de população administrada. Os partidos progressistas, como PDT, PSB e PT sobem uma posição.

O cientista político Jairo Nicolau olhou para as eleições municipais a partir de um ângulo interessante: as votações dos partidos em quatro tipos de cidades: pequenas, médias, médias-grandes, e grandes.

Ele fez comparações entre alguns partidos emblemáticos. Nessa comparação, podemos identificar algumas tendências que passam despercebidas quando se olha para os números totais de prefeitos ou vagas de vereadores.

Esses números são importantes também porque sinalizam tendências maiores da opinião pública, para além da montagem de “máquinas partidárias”.

Vamos examinar dois gráficos, referentes aos partidos do chamado campo progressista.

No primeiro, vemos as votações de PT e PDT nos quatro grupos de cidades. Nos dois primeiros grupos, cidades pequenas e cidades médias, o PDT segue à frente do PT. No grupo de cidades médias-grandes (150 a 500 mil habitantes), os partidos seguem empatados, e nas cidades grandes (mais de 500 mil habitantes), o PT experimentou uma recuperação, ao passo que o PDT registrou o seu pior desempenho desde 2004. Aliás, o desempenho do PDT, de maneira geral, em termos de votação para campanhas proporcionais de vereador, foi um dos piores de sua história recente.

Vamos aos palpites sobre as causas:

  • A melhora do desempenho da votação do PT nas grandes cidades  se dá, em grande parte, pelo mérito e qualificação de seus candidatos. É inegável que o PT sofre um desgaste de sua imagem política, em virtude da midiatização dos escândalos de corrupção, que atingem muito mais em cheio um partido “moral” como o PT,  do que qualquer outro. Mas também está fora de questão que o partido ainda possui quadros de grande excelência intelectual e moral,  tanto da velha guarda, como recém-chegados, que fazem a diferença numa eleição proporcional, onde o que está em jogo é menos a credibilidade do partido e mais a qualidade do candidato.
  • O mau desempenho do PDT, em termos de votação para vereador, nas grandes cidades, pode ser resultado, por sua vez, da intensificação da campanha de “excomunhão ideológica” contra o partido desde que Ciro Gomes, o candidato do PDT à presidência da república, se recusou a entrar na campanha de Haddad no segundo turno. Essa campanha parece ter prosperado em algumas cidades importantes, sobretudo onde o PT ainda mostrou força nas eleições proporcionais, como São Paulo e Rio de Janeiro, e na majoritária, como Recife. Nessas circunstâncias, o PT conseguiu bloquear os esforços trabalhistas de promover seus candidatos junto à classe média de esquerda.
  • O PDT não apenas foi incapaz de reagir a essa campanha, como parece ter lhe ajudado, indiretamente, ao abraçar, em São Paulo e Recife, candidaturas do PSB que eram rejeitadas junto à classe média progressista. França, Martha Rocha (esta do próprio PDT) e João Campos tiveram votos de periferia e conservadores, mas não empolgaram o imaginário da “esquerda”;  ao contrário, foram vistos como ameaças ou obstáculos ao avanço das candidaturas “genuinamente” de esquerda, e por isso foram alvo de agressivas campanhas de descontrução política e ideológica, que contaminaram e prejudicaram as candidaturas do PDT nessas cidades. Como essas candidaturas ideológicas transitam num espaço comum, em virtude das redes sociais e da internet, o que aconteceu nessas três capitais, puxou para baixo a votação do PDT em todas as grandes cidades.
  • Além disso, as candidaturas ideológicas do PDT se mostram ainda, em sua maioria, muito verdes: foram muitos nomes jovens disputando eleição pela primeira vez, num ambiente inóspito, expulsos dos clubinhos da direita, do centro e da esquerda.
  • O PT, por sua vez, conseguiu uma proeza: através de uma operação de proximidade cada vez maior com o PSOL e suas pautas identitárias, conseguiu “limpar” um pouco o seu nome junto ao eleitorado de classe média. Isso também lhe ajudou a obter bons resultados em algumas capitais estratégicas.
  • Além disso, o PT teve um puxador de votos extraordinário, Eduardo Suplicy, que teve um papel fundamental nesse gráfico: com 167,55 mil votos, o vereador obteve sozinho três vezes mais votos que todos os candidatos do PDT na cidade de São Paulo, somados. Essa montanha de votos arrastou o ponteiro do gráfico para cima.
  • O outro gráfico, com o desempenho de PSB, PCdoB e PSOL mostra que o PSB experimentou um movimento parecido ao do PDT, obtendo inclusive os mesmos 4% dos votos para vereador nas cidades médias-grandes e grandes registrados pelos trabalhistas, também o pior desempenho do PSB na história recente. Nas grandes cidades, o destaque vai para o crescimento incrível do PSOL a cada eleição, ultrapassando o PSB.
  • Nas cidades pequenas e médias, o desempenho do PSB ficou estável. Nas cidades médias-grandes, o PSB caiu muito, de 6% dos votos totais para vereador, para 4%. Mesmo assim, a votação do PSB no cômputo geral ainda é muito superior que a do PSOL e PCdoB.
  • O PCdoB perdeu eleitores em 2020, retornando mais ou menos ao nível registrado em 2008.

Entretanto, é naturalmente importante ficar atento ao número de vereadores eleitos, porque eles correspondem a máquinas políticas, e se as legendas souberem integrar esses gabinetes às suas redes sociais, eles podem se tornar importantes ativos para futuras campanhas majoritárias, para governador e presidente.

Neste quesito, os principais partidos progressistas são PDT, PSB, PT. Os três partidos registraram queda, de 9%, 17%, e 5%, respectivamente. Assim como se viu no número de prefeituras, o PDT agora também lidera no ranking de vereadores, com 3.441 eleitores, seguido de PSB, 3.029 e PT, com 2.665.

O PSOL ainda tem pouca penetração nas cidades menores, e por isso, o seu número total de vereadores é bastante reduzido, 89 eleitos, ainda assim um aumento de quase 60% sobre a eleição anterior.

Outro ponto que merece ser considerado é o custo relativo das campanhas. Alguns candidatos receberam muitos recursos, e não apresentaram bons resultados.

Primeiramente, vamos lembrar quanto cada partido ganhou. A notícia abaixo, publicada em setembro de 2020 no site do TSE, traz uma relação atualizada.

Os 10 partidos que mais receberam recursos foram:

Clique aqui para visualizar a tabela completa.

A tabela mostra que o PT, por exemplo, recebeu R$ 201 milhões de Fundo Partidário, o equivalente aos recursos destinados ao PDT e PSB, somados. O PSL recebeu quase R$ 200 milhões e apresentou resultados medíocres.

O G1 fez ainda uma relação entre os gastos contratados e os votos alcançados no segundo turno, de todos os candidatos de capital.

Eu chamo a atenção para algumas campanhas emblemáticas.

A de Boulos (Psol), por exemplo, custou R$ 1,58 por voto, contra R$ 6,14 de Bruno Covas (PSDB).

A de Manuela D’Ávila (PCdoB) custou R$ 6,17 por voto, contra R$ 4,40 de Sebastião Melo (MDB).

A campanha de Marília Arraes (PT) custou R$ 13,23 por voto, contra R$ 18,44 de João Campos.

A campanha de João Coser (PT) custou R$ 25,99 por voto, contra R$ 15,39 do delegado Pazolini.

Conclusão

Esses números mostram que o PT ainda carrega um fardo negativo muito pesado. Mesmo sendo o partido progressista com mais recursos financeiros, teve um desempenho ruim, perdendo prefeitos, e não vencendo em nenhuma capital. As campanhas petistas foram caras. Marília Arraes e João Coser tiveram recursos abundantes e mesmo assim perderam.

O PSOL cresce muito nas grandes cidades, e tem um futuro promissor, mas talvez ainda demore umas duas ou três eleições para ter maior capilaridade nos municípios. Por enquanto, ainda é um partido pequeno, e, no longo prazo, como dizia Lord Keynes, estaremos todos mortos.

O PDT precisa superar sua própria crise de imagem, que afeta a legenda nas grandes cidades. Ao decidir oferecer uma alternativa ao PT e ao PSOL, o PDT entrou na mira de um campo com muito mais enraizamento ideológico no voto de opinião, e que tratou de usar esse capital político para expulsar tanto o PDT como o PSB do clube. Mas esse é um eleitorado estreito demais. Cabe ao PDT e PSB procurarem se consolidar nas periferias; de posse desse voto de periferia, essas legendas não precisarão mais de autorização para obter suas respectivas carteirinhas de esquerda.

***

Atualização: tive acesso a esses dois gráficos, recentemente, e a uma ótima matéria de Carlos Ranulfo Melo, no Observatório das Eleições, no UOL.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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carlos

02/12/2020 - 10h34

A lição que nós devemos tirar dessas eleições, é a de que a nossa constituição Federal, conhecida como constituição cidadã qualquer bicho de orelha, elabora uma pec defendendo seus próprios interesses, ou interesses de corporações, e se beneficia, lamentável os guardiões dela , não estão nem aí, o resultado é que ela nunca foi tão vilipendiada, mais parece uma coxa de retalhos, e mais ao se votar a reeleição do presidente da Câmara e do senado , vai se abrir um precedente para que o presidente da República possa se assim o quiser concorrer a reeleição por pelo menos 3 vezes, o precedente estará aberto para governadores e prefeitos.

Garrincha

02/12/2020 - 09h28

Acabando o dinheiro dos outros e o monopólio nas narrativas e das mentiras da esquerda sobram só as asneiras de Marx que não interessam a ninguém.

    Bozo & Andrade Animações para Festas Infantis

    03/12/2020 - 14h23

    De asneiras Vossa Jumência entende à exaustão…

Alexandre B M Santos

02/12/2020 - 08h37

Em tempo, Voto no Ciro se ele passar para o 2º Turno e não tenho problema com isso.

Alexandre B M Santos

02/12/2020 - 08h35

Bom dia Migue!l,a pergunta é: Vc está pronto para se abraçar com Rodrigo Maia e ACM Neto?

carlos

02/12/2020 - 08h10

A meu juízo, essas eleições, serviram, como uma espécie de psicologia do voto, o povo reprovou totalmente, o extremismo e optou por eleger aqueles cujas pesquisas avaliaram minimamente propositivas. E outra coisa ser prefeito de capitais não significa ser eleito presidente da República, se isso fosse uma lógica o Geraldo Alckmin hoje seria o presidente da República, o povo demonstrou que propostas, projetos para o Brasil e não aceita mais esse ou aquele que se aventura!

Francisco*

02/12/2020 - 03h56

Lembrando que eleição municipal não sai do município, mas agora forçam-na sair para reforçar a operação de ‘inimigos e mui amigos’, visando ecumenicamente, juntos e misturados, manterem o ataque ao PT, além de pela “maior corrupção da história da humanidade”, através da tela do JN da Globo, sabe-se lá por que mais, não é mesmo, se o interessante é apreciar o mágico Redação escancarar a ilusão e esconder o que de fato importa, a realidade.

Lépido desfila sacados da manga, sucessos por população governada, por prefeituras, por taxa de sucesso dos candidatos eleitos, por gráficos de votações segmentadas pelo tamanho dos municípios, por custo dos votos, convencendo que ‘progressistas’ (sic), PDT e PSB quase foram um sucesso, enquanto o PT, além de um ‘desastre’, conforme ‘demonstrado’, não elegendo nenhuma capital, “carrega um fardo negativo muito pesado”, levando-se em conta que é o partido com mais recursos do fundo eleitoral, “o equivalente aos recursos destinados ao PDT e PSB, somados.”

O problema de todo mágico é a realidade de volta ao acender das luzes, com parte da plateia desconfiada por não ter visto mostrado o sucesso dos partidos por votos, o essencial em uma eleição, que mostraria o PT crescendo para 7 milhões de votos, o MDB perdendo 5 milhões e mantendo-se como o mais votado com 10,9 milhões, e os ‘progressistas’ PDT e PSB perdendo 4,2 milhões de votos.

Não explicar por que eleição municipal não sai do município, demonstrando a razão pela qual o PT tornou-se o partido com mais recursos do fundo eleitoral, através do fato que, apesar do massacre municipal nas eleições de 2016, nas eleições nacionais de 2018 foi o partido que elegeu a maior bancada federal, além de disputar o segundo turno da eleição presidencial, só não a vencendo democraticamente, pela quinta vez consecutiva, mesmo tendo o candidato favorito a vence-la preso para não poder se candidatar, pelo jogo sujo dos inimigos e pela omissão dos ‘mui amigos’ que preferiram eleito Bolsonaro, além de eleger o maior número de governadores e o segundo maior número de deputados estaduais pelo Brasil, como agora em relação a vereadores eleitos nas 95 maiores cidades do país, inclusas as capitais.

E fechando a conta, partidos ideológicos como, PT, PSOL, PC do B, PSTU, PCO, UP, PCB, por razões mais que óbvias não são negociados, a cada quatro anos, no mercadão de legendas das eleições municipais, portanto para se obter “carteirinhas de esquerda” e os votos desejados, necessário é ser de esquerda, não apenas aparentar ser.

NeoTupi

01/12/2020 - 22h26

Só mais uma coisa: com a fragmentação partidária (30 partidos com representação no Congresso), seria bom para o cidadão ser melhor representado se houvesse uma consolidação partidária, mais ou menos assim:

Um grande partido de esquerda: PT+PSOL+PCdoB (pois votam nas mesmas pautas no Congresso).
Um grande partido de centro-esquerda: partes dos partidos PDT+PSB+Rede
Um grande partido de direita mais liberal: partes dos partidos PSDB+PMDB+DEM+Novo
Um grande partido de direita: o CENTRÃO: PP+PSD+PTB+PL+PR, etc.

E sobraria partidos menores de extrema-direita e extrema-esquerda.

Os projetos ficariam bem mais claros para o eleitor.

NeoTupi

01/12/2020 - 22h14

Faltou dizer que eleição municipal não elege presidente. Em 2016 Flavio Bolsonaro foi candidato a prefeito do Rio e não chegou ao 2o. turno. Dória ganhou em Sampa. Em 2018, Bozo ganhou e Alckmin nem chegou ao 2o. turno. E basta olhar os gráficos para ver que o PMDB ganharia todas as eleições presidenciais deste século até hoje, se prefeitos elegessem presidente.

E se elegesse o resultado seria ruim para Ciro, pois se o PDT não conquistou nas municipais nem perto dos 12% que Ciro teve na eleição presidencial.

Netho

01/12/2020 - 22h12

Millôr Fernandes dizia que “o pior cego é aquele que quer ver”.
A burocracia partidária petista está ganindo em arrancos de cachorros atropelados, como diria Nelson Rodrigues, mas insistem que estão melhores do que antes e estarão muito melhores em 2022.
Não é só quanto ao numero de capitais que as vacas foram para o brejo em 2020 e zeradas com zerésima e tudo. Os vereadores petistas deram com os burros na água também nas Câmaras Municipais.
Não há alívio nem com a água fresca do fundo partidário e a sombra para o fundo eleitoral dos petistas. Embora montados em mais de R$ 200 milhões de reais, com o maior fundo eleitoral entre todos os partidos, o PT também morde a maior bufunfa do fundo partidário; algo em torno de R$ 159 milhões. Mesmo assim, insistimos em que seja observado o fiasco das 5.185 cadeiras em Câmaras Municipais conquistadas em 2012 terem sido reduzidas a 2.813 em 2016 e agora minguaram para 2.658, quando o PT dispôs de mais bufunfa eleitoral no bolso partidário. A estrela que subiu nos anos 2000, agora desce ladeira escorregadia abaixo. Falta fundo à fundura do poço do PT e sobra palavrório justificatório do fracasso da tese lulista delirante da “polarização nacional” que levou dois filhotes da ditadura ao Planalto e o PT à berlinda.

    carlos

    02/12/2020 - 07h50

    Lá no meu interior, se ouviu falar que, o pior cego é aquele que não quer ver, será que o Netho não está sofrendo de algum distúrbio mental? Ou é uma análise pra inglês ver!

    Batista

    02/12/2020 - 11h54

    Pensando em Millor, “Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.”

    Como o ‘não humano’ em questão, que no afã de atropelar fatos com narrativas, tentando provar que ‘as vacas do PT foram mesmo para o brejo em 2020’, faz prova contra e é apanhado em flagrante ao ressaltar que mesmo “montado em mais de R$ 200 milhões de reais, com o maior fundo eleitoral entre todos os partidos…, o PT foi um fiasco, sem dar-se conta que o referido “maior fundo eleitoral entre todos os partidos”, é resultado legítimo da eleição de 2018, onde após ser massacrado na eleição municipal de 2016 (sem que tivesse havido qualquer tipo de persecução jurídica-midiática contra, né mesmo, sócio-diretor Moro da Alvarez & Marsal?), elegeu a maior bancada federal entre todos os partidos, foi ao segundo turno para presidente e elegeu ainda o maior número de governadores e o segundo maior número de deputados estaduais em todo o Brasil.

    Esclarecida a origem do tal “maior fundo”, fechando com Millor, “Antigamente os animais falavam. Hoje escrevem” e a persistirem Xucros, … & Medíocres, “O Brasil tem um enorme passado pela frente.”

NeoTupi

01/12/2020 - 22h08

Boa parte do crescimento dos partidos se dá pela “aquisição” de políticos por partidos. Eduardo Paes era do PMDB de 2008 a 2015, agora é do DEM. Rafael Greca (Curitiba) foi eleito pelo PMN em 2016 e releeito agora pelo DEM. Só esses dois dá um crescimento enorme do DEM no eleitorado. E não tem nada a ver com identidade do eleitor com o DEM.
Kalil (BH) foi eleito pelo PHS (hoje PODEMOS) e reeleito pelo PSD. Rodrigo Neves chegou à prefeitura de Niterói pelo PT em 2012, migrou para o PDT onde se reelegeu e fez o sucessor por ter uma gestão bem avaliada (note que o PT também perdeu quadros para outros partidos, não foi só o PSB).

Isso explica melhor o crescimento do Centrão nestas eleições. Como bons partidos fisiológicos, sempre estão de portas abertas para “aquisição” de candidatos bons de voto, sem se preocupar com fidelidade aos estatutos partidários. Aqueles partidos com maior tempo de TV e fundo partidário são mais atraentes. Isso explica o crescimento dos partidos maiores do centrão PP, PSD, DEM. Mas outros também cresceram porque quem quer ser candidato e não encontra legenda em um partido maior, procura um menor (caso do Mamãe Falei, eleito deputado pelo DEM, ingressou no Podemos para sair candidato).

Difícil o eleitor não ideológico olhar para siglas. Na prática, vota no candidato “avulso”. Onde o prefeito era bem avaliado foi reeleito ou fez o sucessor, independente de partido. Onde era mal avaliado venceu quem foi oposição mais convincente de que poderia fazer melhor gestão, independente de partido.

Parte das derrotas da esquerda em eleições municipais se devem a nacionalização dos temas (ex: derrotar o bolsonarismo). O eleitor não ideológico, vota agora no que ele acha que será o melhor “gestor” da cidade e deixa os temas nacionais para 2022.

Outro agravante: quanto mais partidos, a tendência é diminuir a fatia do eleitorado de cada um. Isso explica em parte a queda do eleitorado no PSDB, PMDB, no PDT, estagnação do PT em relação a 2016, etc.

Entre 1994 e 2010 (FHC e Lula) haviam entre 19 e 22 partidos com representação na Câmara Federal (e portanto com direito a mais tempo TV, presença em debates e entrevistas e fundo partidário). De 2014 para cá subiu para 28 e 30. Pior: de 2010 para 2018 subiu de 8 para 11 os partidos com bancada maior que 25 deputados (5% das cadeiras) e 13 para 15 com bancada maior que 9.

Luan

01/12/2020 - 19h17

Tà muito mais facil a analise…

– Bolsonaro està levando o Brasil para a direita que é o lugar que pertence naturalmente a maioria dos brasileiros.

– A esquerda sem os bilhoes roubados para financiar o aparato tà lascada e em 2022 perderà ainda mais espaço nos Estados…além das eleiçoes Presidenciais.

– Fim

    Ronei

    01/12/2020 - 21h51

    Maranhão e Ceará estão com os dias contados.

    H. Upmann

    01/12/2020 - 22h04

    Concordo, basta um mínimo de vivência para enteder que o Brasil está finalmente se democratizando e saíndo da imposição esquerdista construída nos anos …todo o poder emana do povo e a maioria do povo brasileiro não é de esquerda.

    Monza 87

    01/12/2020 - 22h13

    E a derrota histórica da capenga extrema direita tupiniquim ainda dói…rsrsr

      Hilux12

      02/12/2020 - 09h17

      Ministra Damares processa Ciro Gomes por te la chamada de “bandida nazifascista”.

      Quem mora em Fortaleza e precisa comprar um carro ou quem sabe um apartamento já já vai ter leilão….kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Netho

01/12/2020 - 18h31

Nas Câmaras Municipais também não há alívio para os petistas.
A curva do encolhimento é parecida.
Das 5.185 cadeiras em Câmaras Municipais conquistadas em 2012, a legenda foi a 2.813 em 2016 e agora a 2.658.
A estrela segue em queda livre.

Maurício

01/12/2020 - 18h06

Rosário, gosto do seu trabalho. Mas cumé q se faz pra tirar essa porcaria de propaganda que fica pulando na frente dos textos?
Outra coisa, vc está enviando duas três vezes seguidas o pop up no canto direito.
Essa experiência está me repelindo do cafezin…
Cordialmente.Mauricio

    Walkiria

    02/12/2020 - 14h57

    Eu só venho aqui pq nao há NENHUMA propaganda enchendo o saco.


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