Mudança na direção nacional do PT é defendida por alas do partido

Após o resultado do 2° turno nas eleições municipais que deixou o Partido dos Trabalhadores sem nenhuma capital pela primeira vez em 35 anos, setores do partido articulam o adiantamento do congresso da legenda para 2021 com o objetivo de trocar a direção nacional que atualmente é ocupada pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR).

“Em função dos problemas que o partido enfrentou na eleição, temos que fazer um balanço, debater a nossa tática e renovar a direção”, disse ao Globo o deputado José Américo.

Além da troca de comando, também há uma defesa de que o ex-presidente Lula precisa se afastar da centralidade do partido em prol de novas lideranças.

“O PT tem várias lideranças: Haddad, Camilo Santana, Jaques Wagner, Rui Costa, Wellington Dias e Fátima Bezerra. Vários senadores. O Lula já deu muito para o partido. É hora de abrir espaço”, defendeu Alberto Cantalice, membro do Diretório Nacional.

Horas depois do resultado negativo nas urnas, Cantalice também se manifestou no Twitter.

Fonte: Reprodução / Twitter

Em entrevista ao programa do jornalista Mário Kertész desta segunda-feira, 30, o senador Jaques Wagner (PT-BA) também defendeu mudanças de conteúdo no partido.

“São pessoas jovens que estão começando a ter reconhecimento público. Acho ótimo, a gente não pode ficar refém. Sou amigo do Lula, mas vou ficar refém dele a vida inteira? Não faz sentido. É minha opinião sincera, parabéns aos jovens que participaram e ganharam”

Fonte: Reprodução / Twitter

Na manhã desta segunda, 30, a cúpula Nacional do PT se reuniu com Lula, Haddad, governadores e os líderes do partido na Câmara e Senado para fazer um balanço do desempenho da legenda no pleito de 2020. Segundo reportagem do O Globo, Gleisi avaliou como positiva a estratégia adotada por Lula em lançar candidaturas “puro sangue” em todas as capitais e usou como justificativa o aumento da votação no partido.

Porém, pessoas próximas a parlamentar discordam e alegam que o resultado foi negativo e não atendeu as expectativas. A explicação é que o PT não conseguiu recuperar os 60% de prefeituras que perdeu na eleição anterior quando conquistou apenas Rio Branco, no Acre.

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