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Boulos: “Não sou candidato a prefeito de Caracas”

Na CBN: ‘Não sou candidato a prefeito de Caracas’, diz Boulos, após crítica de Covas Em sabatina ao CBN São Paulo, o candidato do PSOL à prefeitura da cidade respondeu aos ataques feitos na entrevista do adversário ao programa. Boulos classificou a atitude do adversário de desesperada e disse que não vê Cuba e Venezuela […]

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Na CBN:

‘Não sou candidato a prefeito de Caracas’, diz Boulos, após crítica de Covas

Em sabatina ao CBN São Paulo, o candidato do PSOL à prefeitura da cidade respondeu aos ataques feitos na entrevista do adversário ao programa. Boulos classificou a atitude do adversário de desesperada e disse que não vê Cuba e Venezuela como ‘modelos de democracia’. O candidato também voltou a criticar a gestão de Bruno Covas, dizendo que ele não tem independência em relação ao governador e correligionário João Doria.

O candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou que não é candidato a prefeito de Caracas ao ser perguntado se acha que Cuba e Venezuela são exemplos de regime democrático. A resposta foi dada após uma declaração do adversário, o prefeito Bruno Covas (PSDB), na sabatina desta terça-feira ao CBN São Paulo. O tucano chamou Boulos de radical porque, segundo ele, o candidato do PSOL defendeu que os dois países vivem uma democracia “porque tem eleição”. Boulos se mostrou surpreso com a atitude do adversário, que ele vê como uma pessoa “mais ponderada”, e classificou a fala de desesperada.

“Eu sou candidato a prefeito de São Paulo, não a prefeito de Caracas. Eu acho que não tem o menor sentido, num debate como esse, vir trazer questão da Venezuela, de Cuba. Nem sou candidato a ministro das Relações Exteriores. Quando o Bruno Covas faz isso, me parece que é um certo desespero. (…) Eu não vi, aliás, o Bruno Covas fazer isso a campanha inteira. Não é o perfil dele. Ele sempre foi uma pessoa mais ponderada, mais razoável. Nunca foi uma pessoa que foi para os extremismos bolsonaristas. (…) Ele achou que a eleição estava ganha, ele percebeu que a eleição não está ganha, e desceu do salto”, disse Boulos, acrescentando que não tem “como modelo de democracia nem Cuba nem Venezuela.”

As declarações foram dadas em sabatina ao CBN São Paulo nesta quarta-feira. Como vem fazendo ao longo da campanha, Boulos criticou a gestão de Bruno Covas e afirmou que o prefeito não tem independência em relação ao governador e correligionário João Doria. Questionado sobre as alianças que formou no segundo turno, Boulos disse que apoios como o do ex-presidente Lula “agregam e ajudam” e aproveitou para atacar a campanha do adversário.

“Uma das minhas diferenças para o meu adversário é que eu não escondo apoio. Eu não tenho vergonha dos meus apoios. O Bruno Covas esconde o Doria a sete chaves. (…) Eu não escondo vice. Aliás, tenho grande orgulho da minha vice, que é a Luiza Erundina. Uma grande prefeita (…) um exemplo de ética. Ao contrário do meu adversário, que ontem até aqui na CBN se irritou porque foi questionado sobre as suspeitas sérias que existem sobre o vice dele.”

Boulos ainda acusou adversários de espalhar notícias falsas sobre a ocupação de imóveis e movimentos sociais que atuam na cidade e afirmou que, se eleito, vai oferecer prédios em situação irregular, que devem impostos e estão abandonados, para as pessoas que não têm casa.

“Como prefeito, vou pegar alguns desses prédios que não dependem mais de questão judicial, que já são da própria prefeitura, e fazer o que o prefeito deveria ter feito e não fez: reformar, requalificar e dar moradia digna para as pessoas. Fazer, inclusive, área comercial no térreo”, garantindo que não haverá invasão de prédios. “Se eu como prefeito de São Paulo pegar as pessoas para colocar num prédio de forma irregular, o Ministério Público me derruba no dia seguinte. Isso não existe.”

Ele disse que “existe um tremendo preconceito” em relação à atuação do movimento sem-teto e ressaltou que alguém que vai para ocupação é por uma “completa falta de alternativa”.

“As ocupações, elas acontecem por falta de política habitacional. E não por vontade das pessoas. No meu governo, o que nós vamos fazer é com que a lei seja cumprida. Só na sub da Sé, existem 25 mil imóveis abandonados. (…) Esses imóveis estão em situação ilegal. Essa não é a minha opinião, não é estatuto do MTST. É o estatuto da cidade.”

Na visão do candidato do PSOL, o poder público não investe em moradia para os mais pobres por causa de “rabo preso”, “porque tem campanha financiada por especulação imobiliária e por empreiteiros”.

Perguntado sobre como pretende governar sem maioria na Câmara, Boulos prometeu dialogar com vereadores para conseguir aprovar propostas como a que estabelece uma renda solidária para as famílias mais pobres e o passe livre para desempregados e mulheres com crianças de colo e ampliar a gratuidade para estudantes.

“Democracia significa ter capacidade de dialogar com quem pensa diferente, não só com quem pensa igual. Eu vou construir um diálogo com a Câmara Municipal para poder aprovar esses projetos que são de benefício da cidade”, prometeu ele, acrescentando que não vai trocar voto na Câmara Municipal por cargo em subprefeitura. “O que eu não topo é o ‘toma lá, dá cá’ que existe hoje.”

Participaram da sabatina os âncoras Fabíola Cidral e Fernando Andrade e o comentarista Bernardo Mello Franco.

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Comentários

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Cesar

26/11/2020 - 20h19

Até sábado o Datafolha vai colocar o Boulos na frente. Os Paulistanos são especialistas em eleger péssimos prefeitos.

Netho

26/11/2020 - 18h53

Boulos começa a marchar na linha do desastre que foi o itinerário do PT. Fora do poder, a retórica e narrativa eram as inversões de prioridades e o comprometimento com as classes subalternas. Embora sem a menor chance de vitória, em face do anti-petismo e anti-lulismo da capital paulistana, já dá sinais de inflexão no rumo do ‘esquerdismo neoliberal’ adotado pelo PT, Lula e Dilma que seguiram as pegadas de FHC e queimaram as últimas conexões do Estado de Bem Estar da Carta de 88 quando abriram o caminho à privatização da previdência e à privatização das estatais.
Boulos é um Lula com diploma universitário, porém com as mesmas afinidades que o ex-metalúrgico cultivava com a Casa Grande.
Boulos perdeu a oportunidade de demarcar o campo divisório com o PT, que se tornou um partido de centro, às vezes até de centro-direita, em troca de votos que não logrará obter.
Boulos nem bem chegou à ribalta e já perdeu o eixo original do PSOL.
Lamentável, mas compreensível, desde que Boulos usava seus magérrimos segundos na TV em 2018 para dizer “Boa Noite, presidente Lula”.

Sebastião

25/11/2020 - 13h21

É isso que difere o PSOL do PT. O PT sempre fica em cima do muro em relação à Cuba e a Venezuela, enquanto o PSOL sempre se posicionou contra o regime deles. Embora Lula, tenha falado que o “erro” de Chavez, Maduro e Morales, foi o fato deles terem feito mudanças na constituição, pra se perpeturarem no poder. FHC fez algo parecido no Brasil, ao buscar se reeleger e a mídia nada falou.


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