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Para a construção do trabalhismo paulista: um relato do vereador eleito mais jovem da história de Assis

Por Fernando Sirchia Meu nome é Fernando Sirchia, tenho 22 anos, sou estudante de Ciências Sociais na USP e de Direito na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, sou Secretário de Comunicação da Juventude Socialista do PDT do Estado de SP, e acabo de me eleger o vereador mais jovem da história de Assis […]

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Por Fernando Sirchia

Meu nome é Fernando Sirchia, tenho 22 anos, sou estudante de Ciências Sociais na USP e de Direito na Universidade São Judas Tadeu em São Paulo, sou Secretário de Comunicação da Juventude Socialista do PDT do Estado de SP, e acabo de me eleger o vereador mais jovem da história de Assis – SP, sendo o 5° mais votado do pleito, com 770 votos. 

Agora que já me apresentei, quero contar um pouco de como foi nossa campanha. Trabalhamos com um orçamento reduzido, sem um centavo do fundo eleitoral, mas com muita garra e determinação. Foi uma campanha da juventude para a juventude, feita no fundo de quintal com amigos e membros da Juventude Socialista do PDT de Assis.

Investimos na juventude assisense, com participação diária nas redes sociais, gravando stories, vídeos e produzindo artes. Fizemos uma campanha ideológica, trazendo ideias e projetos, muito diferente dos personalismos a que Assis está habituada.

Apesar de só estar no PDT e na luta política por causa de Ciro Gomes (a quem sou muito grato), sou um trabalhista convicto, e entendo que nós somos a única corrente política capaz de tirar esse país da situação de destruição nacional e espoliação colonial, e de recolocar o Brasil como uma nação soberana. Antes de Ciro e Lupi, devemos relembrar a importância de Leonel de Moura Brizola na construção do PDT e aprender com seu legado que ainda permanece vivo. Em meu discurso de vitória, fiz questão de citar o discurso de Brizola à juventude brasileira: “Jovens do meu país, tomem o destino de vocês nas mãos próprias de vocês (…) São dos jovens que surgem os grandes movimentos transformadores”. Foi esse o espírito que impusemos em nossa campanha, trazendo a esperança e a energia de nossa juventude.

As urnas mostraram que não podemos continuar dependendo de Ciro Gomes para construirmos nossa base. É preciso sermos ideológicos, inspiradores, apaixonados no que acreditamos, mas principalmente precisamos acreditar no trabalhismo e não em personalismos.

O discurso acadêmico, burguês e formal não leva à vitória; é preciso resgatar a veia trabalhista do Leão da esquerda brasileira. Nós não só somos de esquerda, mas o trabalhismo é a verdadeira esquerda, aquela que vai libertar o Brasil da vassalagem estrangeira e dar dignidade ao povo brasileiro.

Não temos que ter vergonha de nossa identidade, temos que ter orgulho. O trabalhismo é um velho sábio de 75 anos que precisa de apenas uma gota de orvalho para se manter vivo. Nós somos e seremos resistência.

A juventude é o futuro do PDT no Brasil, especialmente em São Paulo, onde sofremos para construir nosso partido desde o golpe de 1932. Chegou a hora de fazermos nossa autocrítica, avaliarmos nossos erros, nossos quadros e planejar o futuro do trabalhismo paulista. Assim como Brizola, acredito que são os jovens que vão transformar e construir o PDT e o Brasil do futuro.

Mas não basta ser jovem, temos que ter cara e alma de jovem, e dialogar com a juventude com ouvidos atentos à suas demandas e seus sonhos. Precisamos da nossa militância trabalhando na base, construindo cursinhos populares, projetos sociais em áreas carentes e dialogando todos os dias com a população que precisa de nossa atenção.

Nós em Assis construímos o Cursinho Popular Darcy Ribeiro, uma instituição aberta e gratuita para garantirmos a democratização ao acesso ao Ensino Superior. E o cursinho é só o começo da nossa luta por educação pública de qualidade.

A construção do PDT no estado de São Paulo não pode se restringir apenas à capital. Nosso partido deve ter um olhar especial ao interior de São Paulo, onde o PDT elegeu prefeitos em 5 cidades – Mogi Mirim, Barão de Antonina, Canas, Oriente e Assis – sendo Assis a maior delas. Assis é uma cidade de 105 mil habitantes próxima à Marília e Ourinhos, capital do Paranapanema, uma microrregião de mais de 250 mil habitantes com sub-representação histórica.

Assis, assim como o Brasil, sofre com a desindustrialização crescente, sendo aqui agravada pela emancipação de Tarumã (onde estavam alocadas as nossas principais indústrias) na década de 1990. Dessa forma acabamos nos tornando uma cidade do terceiro setor, servindo como pólo de comércios e serviços para as cidades de nossa região, além de reféns dos ciclos de consumo; quando a economia vai bem, conseguimos gerar empregos devido à demanda, porém quando estamos em um momento de crise como o atual, acabamos sofrendo com a dificuldade crônica de gerar postos de trabalho. 

Entretanto, nosso município é conhecido como Cidade Fraternal devido à grande quantidade de cursos e faculdades que aqui estão instalados. A UNESP, a FEMA, a UNIP, a FATEC, a UNIESP, entre outras instituições, garantem mão de obra qualificada. Portanto com os incentivos corretos, temos tudo para nos desenvolvermos através da atração de indústrias e dando suporte aos nossos profissionais recém formados para que não percamos nossos talentos para outras regiões. Assis tem todo o potencial para se tornar um laboratório do nosso projeto desenvolvimentista no interior do tucanistão.

Aqui na região do Paranapanema os outros partidos de esquerda estão agonizando, e portanto temos uma oportunidade única de sair na frente. Nosso prefeito José Fernandes foi reeleito com mais de 50% dos votos, temos a maior bancada da Câmara Municipal e muito espaço para fazermos de nossa cidade uma vitrine para todo estado. Farei do meu mandato uma vitrine para as bandeiras do trabalhismo, em especial para a juventude e para a educação. Para mim não basta ser o vereador mais jovem da história de minha cidade. Trabalharei incessantemente para ser o melhor também. 

Vamos aprender com o exemplo sobralense, capacitar nossos servidores e importar talentos para trabalhar ombro a ombro conosco na construção da nossa educação. É preciso honrar o legado de Darcy Ribeiro, e aqui temos uma oportunidade ímpar de dar um salto no IDEB. Com mudanças administrativas, seguindo o exemplo de Sobral, podemos dar um salto significativo e colocar Assis no mapa.

Clamo para que as lideranças de nosso partido enxerguem a oportunidade de construirmos em Assis a Sobral paulista, a fim de que possamos transformar nossa cidade em um pólo do trabalhismo em nosso estado.


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