Por Gabriel Barbosa
Nesta quinta-feira, 19, o almoço entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), o vice-presidente Nacional do PDT, Ciro Gomes, e outras lideranças do PT, PDT e DEM teve um peso simbólico e político considerável.
Evidente que o desembarque de Maia em Fortaleza não foi apenas de cortesia ou institucional, mas também político. Com a proximidade da eleição para presidência da Câmara, Maia deseja o apoio em peso da bancada cearense para sua eventual reeleição ou de seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP). E claro, a disputa de 2° turno na capital cearense também entrou na pauta do encontro.
Porém, a conjuntura política que se desenhou com o resultado das eleições municipais confirmou que os partidos de Centro foram os grandes vencedores e o bolsonarismo, enfraquecido.
No campo da esquerda, PDT e PSB foram as legendas que conquistaram mais prefeituras, 561 no total. Com isso, o diálogo entre forças políticas moderadas e experientes como de Maia, Camilo e Ciro deve se tornar cada vez mais comum a partir desse almoço, tendo o Palácio da Abolição (sede do Governo cearense) como ponto de partida.
Com as bençãos de Lula e Ciro, Camilo vai transitar livremente nos bastidores para ampliar o diálogo com outras forças políticas e tentar construir um grande entendimento nacional em 2021, preparando o terreno para uma alternativa em 2022.
Esse cenário não é nada animador para o presidente Jair Bolsonaro, que além de ter sofrido uma grande derrota nas eleições municipais, está vendo sua situação política ficar cada vez mais íngreme.