Ciro diz que França é o “único qualificado” em SP: “Boulos é agradável para tomar uma cerveja”
O vice-presidente nacional do PDT, Ciro Gomes, disse em entrevista na Rádio Bandeirantes que Márcio França (PSB) é “o único administrador qualificado” na disputa pela prefeitura de São Paulo, enquanto Guilherme Boulos (Psol) seria “um cabra agradável para tomar uma cerveja”.
“Precisamos criar uma corrente com voto a bons administradores, como é o caso do Márcio França, o único administrador qualificado na disputa. Um voto que, ao a negar a polarização, construa o futuro no Brasil nas grandes cidades”, disse.
“Eleição não é concurso de simpatia, como o eleitorado escolarizado, artistas, intelectuais, pensam. Em São Paulo, o França tem mais chance de derrotar o Doria [referência a Bruno Covas, candidato do PSDB] e é um candidato que tem programa, projeto, experiência. Ele governou São Paulo, foi prefeito reeleito, propõe uma frente de trabalho. E o Boulos é simpático, um cabra que seria agradável para tomar cerveja. Ok, estamos desse lado, mas ele fica atacando o Márcio em vez de atacar o Celso Russomanno (Republicanos) e o Doria. O grande erro desse petismo raiz ou corrompido é só pensar em si, não na sociedade. Eu estou preocupado em tirar o Brasil da confrontação radicalizada”, completou.
A mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na noite de quarta (11), mostrou que Bruno Covas (PSDB) segue na liderança da corrida eleitoral na capital com 32% das intenções de voto. Em seguida, aparecem Guilherme Boulos (PSOL) com 16%, Russomanno com 14% e França com 12%.
A divulgação do levantamento chegou a ser proibida pelo juiz eleitoral Marco Antonio Martin Vargas a pedido da campanha de Russomanno, mas foi autorizada em seguida pelo juiz Afonso Celso da Silva após mandado de segurança do instituto no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.
Ciro e Lula “lavam roupa suja”
Ciro Gomes falou também sobre o encontro que teve recentemente com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem se desentendeu após as eleições presidenciais de 2018. Após a reunião, contou que eles tiveram “uma conversa muito franca” e “lavaram a roupa suja”.
“O governador do Ceará, Camilo Santana, é meu companheiro, meu aliado, um grande sujeito. Aprovado aqui por quase 80% da população. Ele se incomodava muito com essa distância, esse azedume que se estabeleceu entre eu e Lula e a burocracia corrompida do PT. Mas quem pega é catapora. Na política, a gente precisa ter a capacidade de conversar até com o pior adversário, ainda mais com aquele que foi um amigo por muitos anos, embora eu tenha me decepcionado profundamente com a questão econômica. O PT fez um belo trabalho no primeiro momento, mas quebrou o Brasil. Quem produziu essa crise foi a Dilma. O Bolsonaro agravou. Então, o Camilo me fez o apelo e eu disse ‘sim, na hora que quiser’. Fico satisfeito de ter aceitado. Eu e Lula passamos 4 horas conversando, lavamos roupa suja pra valer, eu disse tudo que queria e refletimos. Sem rancor. Com delicadeza e firmeza”, contou.
“Saímos do jeito que entramos. Não mudamos de opinião (…). Não é muito provável que a gente faça qualquer tipo de aliança. Agora o que está em disputa no Brasil é quem vai tirar o país dessa situação. O Bolsonaro vai ser destruído pelo desastre econômico e irresponsabilidade. Me consideram duro, mas um canalha tem que ser chamado de canalha. Ele corrompeu os filhos desde criança, as esposas. Cadeia é pouco. A questão é: quem vai tirar o Brasil desse desastre? A volta do petismo e suas contradições? Quero crer que não e estou fazendo uma força grande para pedir ao povo para construirmos um caminho.”
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