Por Gabriel Barbosa
O levantamento divulgado na noite desta quarta-feira, 11, pelo Datafolha em parceria com o Jornal O Povo mostra o que já vinha sendo desenhado nas pesquisas anteriores e nas análises feitas até aqui, a polarização entre o candidato Sarto Nogueira (PDT) – apoiado pelo prefeito Roberto Cláudio e indiretamente pelo governador Camilo Santana – e Capitão Wagner (Pros), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Desta vez, uma novidade. Tanto Sarto quanto Wagner apresentaram bruscas oscilações entre os mais jovens e os mais ricos. Enquanto Sarto perdeu apoio entre os mais ricos (mais de cinco salários mínimos) e ganhou entre os mais jovens (16 a 24 anos), Wagner ganhou entre os mais ricos e perdeu entre os mais jovens.
O Datafolha também mostra o derretimento da candidatura de Luizianne Lins (PT) nesses dois segmentos, em especial no eleitorado jovem de 16 a 24 anos. Além disso, a petista também apresentou queda de dez pontos no eleitorado de base histórica do PT nas capitais, aqueles que recebem até dois salários mínimos.
Ao longo das últimas semanas, a campanha de Luizianne na TV e nas redes sociais foi reservada de forma considerável para a defesa diante do arsenal pedetista e do fogo amigo de Capitão Wagner. A quase nula participação do ex-presidente Lula na sua campanha e a neutralidade do governador Camilo Santana deu ares de solidão a candidatura da ex-prefeita que a preço de hoje, tem poucas chances de chegar ao 2° turno devido aos 43% de rejeição obtido na pesquisa do Datafolha.
Com a desidratação de Luizianne, a disputa entre Sarto e Wagner fica cada vez mais polarizada em outros segmentos como os evangélicos e católicos. No primeiro caso, a candidatura de Capitão Wagner têm amplo apoio de 48% contra 19% de Sarto. Já entre os católicos, Sarto é apoiado por 32% ante 25% de Wagner. Nessas duas fatias do eleitorado, Luizianne se sai melhor entre os católicos com 19% das intenções de voto, mas entre os evangélicos sua aceitação é de apenas 8%.
Segundo turno
As simulações de segundo turno feitas pelo Datafolha também confirmam a temperatura máxima entre as campanhas de Sarto e Wagner. Na primeira simulação, o pedetista aparece com 47% contra 41% de Wagner. Na segunda, o pedetista ganha com bastante folga da candidata Luizianne Lins. Na terceira, Wagner vence a petista. Porém, um detalhe a ser observado, nas duas simulações em que sai vitorioso, Wagner vence com margens apertadas, o que faz jus aos 40% de rejeição da sua candidatura no Datafolha.
Com os dados da penúltima pesquisa do Datafolha expostos, é correto analisar que a partir de agora, o voto começa a ser conquistado pela rejeição, quando o eleitor começa a fazer aquele processo excludente contra o candidato que esteja distante do seu agrado.
E nesse sentido, a candidatura de Wagner têm seguido uma trajetória de crescimento no índice de rejeição, desde o início da campanha, quando lhe foi atribuído a liderança e o envolvimento, de fato, no motim da Polícia Militar do Ceará em Fevereiro deste ano. O candidato do Pros também viu sua rejeição aumentar, com mais força, quando o apoio do presidente Jair Bolsonaro foi tornado público.
Já no caso de Sarto, sua estratégia ofensiva contra as candidaturas de Capitão Wagner – assimilando ao presidente Jair Bolsonaro e ao motim da PM – e Luizianne Lins – fazendo um paralelo crítico entre a gestão da petista e de Roberto Cláudio (PDT) – de fato, parece ter funcionado. Resta saber se essas ações vão fazer com que o eleitorado de Luizianne faça uma adesão a sua candidatura no eventual segundo turno. A conferir!
Ronei
13/11/2020 - 00h11
…o que significa polarização ?
Há duas partes que brigam para ganhar, é assim desde sempre e em qualquer lugar do mundo. Eu nunca vi dois candidatos se unir e o eleitor votar para os dois juntos ganhar.
O que significa polarização ? É possível saber…?
Netho
12/11/2020 - 18h20
Assinalamos o mês passado que a entrada de Lula na campanha em Fortaleza seria a pá de cal na candidatura da petista que se elegera, exatamente, na contramão do lulismo em 2004, quando se contrapôs à Executiva Nacional e também votou contrariamente à reforma da previdência no Ceará. A então candidata à prefeita venceu por apenas um voto na convenção municipal, porque se posicionou contra a Carta aos Banqueiros e à conversão do Lulismo ao neoliberalismo de esquerda. A entrada de Lula na campanha da candidata, como se constatou, a empurrou para baixo nas sondagens eleitorais. A ex-prefeita sairá menor da campanha do que entrou. Aliás, não será diferente nas grandes capitais do país, porque Lula e o PT seguiram na política o que se chama de “o rumo da ladeira escorregadia”. A tática de Lula e do PT de perseguir a “polarização nacional’ nas eleições municipais deu com os burros na água e terminou com as vacas no brejo. A pá de cal virá caso Lula e o PT não mudem sua estratégia que se mostrou suicida. Desde que Lula começou a ver o sol nascer quadrado, em vez de seguir o exemplo de Morales que não se rendeu e partiu para o asilo político no México e Argentina, Lula não pode mais acreditar que um ex-operário e ex-retirante será tratado com os mesmos privilégios que gozam os safardanas endinheirados e picaretas de sangue azul. A realidade de Lula e do PT é que não são mais capazes de anunciar a primavera da esperança. Atualmente, dia sim dia não, os próceres do PT são obrigados a lidar com a polícia, a carceragem e os alcaguetas.
Alan C
13/11/2020 - 01h07
E parece que o antibolsonarismo chegou pra fazer companhia ao antipetismo.
Que fase!!!….
Batista
13/11/2020 - 10h07
‘Eis aqui este sambinha…’