No último dia 22, o Ibope em parceria com a TV Cabo Branco divulgou uma pesquisa eleitoral para Prefeitura de João Pessoa, capital da Paraíba. O levantamento mostra uma disputa acirrada entre os candidatos Cícero Lucena (PP), Nilvan Ferreira (MDB) e Ricardo Coutinho (PSB).
O candidato do Progressistas aparece na liderança com 21% das intenções de voto, seguido pelo emedebista com 15% e o socialista com 10%. Apesar da indefinição no cenário, o levantamento mostrou que Lucena cresceu três pontos, passando de 18% para 21%, Nilvan se manteve estável com 15% e Coutinho caiu dois pontos, passando de 12% para 10%.
Nos votos válidos, quando se exclui os votos brancos e nulos do levantamento, Cícero Lucena abre vantagem de sete pontos para o segundo colocado, Nilvan Ferreira, que por sua vez também larga sete pontos a frente de Ricardo Coutinho.
Já no quesito rejeição, o candidato Ricardo Coutinho lidera disparado em todas as faixas de idade e sexo do eleitorado levantados pela pesquisa.
O saldo negativo da candidatura de Coutinho também se revela entre o eleitorado de classe média (mais de 5 salários mínimos) onde registra 72% de rejeição. Ao todo, o candidato do PSB têm 53% de rejeição na capital paraibana.
O Ibope ouviu 602 eleitores de João Pessoa entre os dias 20 a 22 de Outubro, com margem de erro de quatro pontos porcentuais para mais ou para menos e nível de confiança de 95%.
A candidatura do ex-governador da Paraíba foi motivo de uma queda de braço entre as cúpulas nacionais do PT e do PSB. No início de Outubro, a presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, interviu na decisão do diretório municipal que lançou a candidatura de Anízio Maia para apoiar a candidatura do PSB. Sem ter recebido o aval dos socialistas para um acordo, o presidente Nacional do PSB, Carlos Siqueira, classificou a atitude da petista como “impertinente” e uma violência com a decisão do PT local.
No fim de 2019, Ricardo Coutinho foi preso pela Operação Calvário (Lava-Jato) por suposto desvio de R$134 milhões da pasta da Saúde e Educação enquanto governador da Paraíba pelo PSB. Em julho deste ano, Coutinho afirmou em entrevista a Carta Capital que está sendo vítima de lawfare e que até o momento, não foram encontradas as provas das acusações.
“Na Paraíba, a Operação Calvário seguiu os mesmos padrões da Lava Jato, a começar pelas prisões por tempo indeterminado. Os detidos só eram ouvidos se mostrassem disposição de fazer delações premiadas. A intenção não era investigar nada, mas chegar a mim. As palavras mágicas eram Ricardo Coutinho. Conseguiram cinco delações. Todos estão soltos, ninguém usa tornozeleira eletrônica. Um desses delatores, que nunca teve uma reunião comigo, nunca me viu pessoalmente, acabou por dizer: Ricardo Vieira Coutinho era chefe da organização criminosa. Ninguém me chama pelo nome inteiro. Tudo convergiu para sepultar um projeto político”