Eduardo Bolsonaro, o Bananinha, atacou novamente e demonstrou todo seu talento para o cargo de embaixador, do qual foi injustamente afastado – antes mesmo de tomar posse! – por aqueles que não percebem a genialidade diplomática do filho do presidente.
O deputado federal compartilhou em seu Twitter uma análise primorosa do exímio pensador olavista Bernardo Kuster, que aponta, por meio de um detalhado estudo de quatro tweets, para uma fraude na apuração nas eleições dos EUA.
“Se isto não é fraude, eu não sei o que é”, decretou Kuster, além de, magnânimo, deixar uma orientação para Donald Trump, que certamente está atento a este proeminente intelectual brasileiro: “Trump TEM DE judicializar Michigan”.
Mas Eduardo Bolsonaro, um ex-quase embaixador, deputado federal e influente conselheiro do presidente da República (certamente por conta de sua elevada capacidade de análise) não cairia no erro infantil de simplesmente reproduzir a análise de Kuster. Bananinha (apelido de Eduardo inventado por ninguém menos que o vice-presidente da República) compartilhou os posts de Kuster acompanhados de uma palavra, uma palavra apenas, que demonstra toda sua capacidade diplomática.
“Estranho…”, escreveu Eduardo Bolsonaro.
Um comentário sensato, uma singela manifestação de estranheza que, ao mesmo tempo em que se alinha ao seu chefe, quer dizer, ao seu parceiro Donald Trump, mantém certa compostura e neutralidade, aquela compostura e aquela neutralidade que só embaixadores natos como Bananinha possuem.
Quanto ao alinhamento com Trump, poucos percebem a sofisticação desta estratégia da família Bolsonaro.
Isso de manter pontes abertas com governos e forças políticas variadas ao redor do Globo é obviamente uma besteira. E o motivo é simples: dá muito trabalho tratar tanta gente com boas maneiras. Especialmente para os Bolsonaro, que não são muito conhecidos por sua gentileza ou capacidade de diálogo.
Muito melhor é aderir incondicionalmente a Trump, pois este, sendo uma figura quase tão heróica quanto Jair, entende muito bem as agruras de viver e mandar em países infestados de comunistas e de tantos outros seres das trevas.
Caso Trump perca mesmo as eleições, como se desenha, não há problema: o importante mesmo são as afinidades de alma, estar sempre junto dos amigos, daqueles que têm uma visão de mundo semelhante à nossa. O que são política externa, soberania ou interesses econômicos do Brasil diante de uma boa amizade (e de alguns BigMacs na conta do mr. Trump)?
Ademais, Trump já imitou seu pupilo Jair e gritou “Fraude!” antes mesmo da apuração, e agora ameaça judicializar a coisa toda. No que está corretíssimos: se expoentes mundiais como Bolsonaro e Trump perdem uma eleição, só pode haver algum problema nas urnas.
Tem toda razão, afinal, o presidente do Brasil ao comentar pateticamente, quer dizer, sagazmente a iminente derrota do seu comandante, quer dizer, do seu camarada: “A esperança é a última que morre“.
Ainda bem, presidente, ainda bem.