Por Gabriel Barbosa
Nesta segunda-feira, 21, o Instituto Fiscal Independente do Senado Federal (IFI) publicou o Relatório de Acompanhamento Fiscal. De acordo com o levantamento, a dívida pública deve atingir 96,1% do Produto Interno Bruto (PIB) até o final de 2020.
Ainda segundo o levantamento, em Agosto, o passivo do estado brasileiro extrapolou para 88,8% do PIB, um aumento de 13 pontos percentuais em comparação com Dezembro de 2019.
Já no acumulado entre Janeiro e Agosto de 2020, o déficit primário do Governo Bolsonaro alcançou R$601,3 bilhões.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando se registrou déficit de R$52,1 milhões, houve um aumento de R$549,2 bilhões.
Juros
O IFI também constatou que houve um aumento na taxa de juros paga pelo Governo Bolsonaro em negociações de títulos públicos.
Segundo o relatório, no mês de Setembro, houve um “deslocamento para cima” na curva de juros, passando de 2,9% em fevereiro, para 3,4% em Setembro e 3,7% em meados de Outubro.
“Apesar da taxa básica em patamar historicamente baixo, a percepção do mercado em relação à evolução da dívida pública e ao equilíbrio fiscal no pós-crise tem contribuído para elevar o prêmio embutido na curva futura de juros”, diz o relatório.
Taxa de câmbio
Entre Janeiro e Setembro de 2020, houve uma depreciação de 32,1% na taxa de câmbio. Esse fenômeno fez com que o preço real/dólar saísse de R$4,27 para R$5,64 no intervalo de nove meses.
Como a taxa de câmbio têm influência direta no preço dos produtos importados ao Brasil como medicamentos, bens duráveis, matéria-prima para alimentos como o trigo e até mesmo no aluguel de imóveis, a expectativa de inflação, por parte do Banco Central, subiu de 1,9% para 2,4%.
De Agosto para Setembro, a inflação subiu 0,2%, passando de 1,9% para 2,1%.
Para 2021, o Banco Central fixou a estimativa de 3,0% para a inflação, índice abaixo da meta de 3,75%.