A nova pesquisa XP/Ipespe para as eleições em São Paulo, divulgada hoje, não traz boas notícias para a esquerda.
Os dois candidatos progressistas permanecem estacionados, muito longe do segundo turno, ao passo que os dois líderes demonstram resiliência: Celso Russomano, o candidato apoiado por Bolsonaro, experimentou uma alta de 3 pontos e agora tem 27% das intenções de voto; Bruno Covas, por sua vez, oscilou positivamente um ponto e agora tem 22%.
Boulos, Marcio França, Jilmar Tato, ficaram estagnados.
Outro gráfico, que não oferece muita perspectiva aqueles que pretendem nacionalizar a campanha em São Paulo, informa que para 51% dos paulistanos, “não faz diferença” se o candidato é aliado ou adversário de Bolsonaro. Outros 18% dizem preferir que seja aliado. Somados, temos quase 70% dos eleitores para os quais a posição política em favor de Bolsonaro é indiferente ou favorável.
Na relação com o governador João Doria, para 74% dos eleitores o fato do candidato ser aliado não faz diferença (61%) ou é favorável (13%).
Outro fator que dificulta a vida dos candidatos de oposição é que o prefeito Bruno Covas ampliou sua aprovação: o percentual de eleitores que gostam de sua administração cresceu para 31%. A rejeição a Covas (notas péssimo/ruim) é de 27%.
Bolsonaro perdeu dois pontos de aprovação, mas também perdeu 2 pontos de rejeição; houve aumento dos eleitores que consideram seu governo como “regular”, o que também não é um bom sinal para os candidatos que contavam com a polarização nacional da campanha paulistana.
Sobre o apoio de lideranças políticas aos candidatos, elas parecem mais diminuir do que aumentar as chances do eleitor votar. Lula, Bolsonaro e Doria tem rejeição em torno de 40% do eleitorado paulistano. Lula tem a vantagem de que 25% dos eleitores responderam que seu apoio aumentar sua vontade de votar no candidato.
Nos dados estratificados da mesma pesquisa, identifica-se que tanto Lula como Bolsonaro tem maior rejeição na classe média. Entre famílias com renda superior a 5 salários, 46% responderam que sua vontade de votar num determinado candidato diminuiria se ele recebesse apoio de Lula; neste mesmo segmento, 51% responderam que sua vontade também diminuiria se o candidato tivesse apoio de Bolsonaro.
O Ipespe voltou a fazer cenários de segundo turno. O cenário mais provável, entre Covas e Russomano, mostra uma disputa apertada, com os dois empatados.
Os outros cenários seguem abaixo. Os dois principais candidatos de esquerda, Boulos e Marcio França, perdem de Russomano e Covas num eventual segundo turno.
Boulos perde de Covas com diferença de 25 pontos; e também perde de Russomano, com diferença de 22 pontos.
França perde de Covas com diferença de 17 pontos e de Russomano por 13 pontos.
A campanha ainda está no início e muitas águas ainda rolarão nas próximas semanas, mas o cancelamento de debates e a estagnação dos candidatos progressistas nas pesquisas não ajudam a criar grandes expectativas de mudança.