No acumulado deste ano até setembro, a balança comercial do petróleo registrou um superávit recorde de US$ 11,2 bilhões.
Em outras palavras, considerando tudo que exportamos em petróleo bruto e derivados, menos tudo que importamos, este é o nosso saldo.
Nos últimos cem anos, o Brasil tem sido um país fortemente deficitário em petróleo. Desde o início da nossa industrialização, dependíamos do petróleo, bruto ou derivado, que chegava dos Estados Unidos, e mais tarde, do Oriente Médio, da Rússia e da Venezuela.
Esta situação perdurou até 2016.
Infelizmente, foi o ano em que o país se viu imerso numa agônica crise política, com o impeachment da presidente Dilma.
Quando finalmente chegamos a um momento sonhado há mais de 100 anos, e nos tornamos independentes em matéria de petróleo, obtendo expressivo saldos comerciais, esta riqueza vem sendo entregue a multinacionais estrangeiras.
Os atuais saldos comerciais do petróleo poderiam estar sendo usados para financiar investimentos maciços num processo de modernização do nosso parque industrial, com foco no desenvolvimento de novas tecnologias e formação de mão-de-obra especializada.
Apesar do aumento expressivo das exportações líquidas de petróleo bruto, ainda somos deficitários em derivados.
Estamos exportando grandes quantidades de petróleo bruto, com baixo valor agregado, e importando quantidades recordes de derivados, como diesel, gasolina, nafta e querosene.
Nos últimos 12 meses, o Brasil importou mais de 11 milhões de toneladas de diesel, recorde histórico, gastando mais de US$ 5 bilhões de dólares.