O número que mais chama atenção na pesquisa do Paraná Pesquisas divulgada hoje, com entrevistas feitas entre os dias 26 a 30 de setembro, é a liderança de dois nomes: não sabe e ninguém.
Na pesquisa espontânea, aquela em que não se apresentam nomes ao entrevistado, 64,5% responderam que ainda não sabem; outros 16,5% responderam “não sei”. Somados, as duas opções totalizam 81% dos entrevistados da pesquisa. Esses números sinalizam que muitas surpresas e reviravoltas poderão ocorrer – inclusive a surpresa de não haver reviravolta.
Em seguida, num terceiro lugar distante, temos o prefeito Bruno Covas, com 7,2% dos votos espontâneos.
A avaliação do prefeito não é lá das melhores. Ele tem apenas 5,8% de ótimo e 16% de péssimo.
O governador de São Paulo, João Doria, padrinho de Bruno Covas, tem péssima imagem na capital: 3% de ótimo e 29% de péssimo!
O presidente Bolsonaro, por sua vez, tem 12,9% de ótimo e 33,4% de péssimo. Entre eleitores com ensino superior completo ou incompleto, o percentual de entrevistados que avaliou a administração do presidente como “péssima” chega a 40%.
Agora vamos à pesquisa estimulada, que é a mais emocionante. Quer dizer, no caso, ela ainda não é nada emocionante, por causa da presença deste elemento estranho, Celso Russomano. Em outras eleições, Russomano sempre desinflou ao longo da campanha.
Além de Russomano, temos outros três candidatos no jogo: o prefeito Bruno Covas (PSDB), Marcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL).
Os outros candidatos ainda não conseguiram chegar aos 3%.
Os dados estratificados mostram que o grande desafio dos candidatos de oposição a Covas é conquistar o voto do eleitor de baixa renda. Embora o Paraná Pesquisas não faça um recorte por renda, podemos inferir esse voto pelos dados relativos à instrução, que constam na pesquisa. Entre eleitores com instrução até o ensino fundamental, Russomano tem 33% das intenções de voto, contra 23% de Covas, 6% de França e 3,8% de Boulos.
Já entre eleitores com ensino superior, completo ou incompleto, Russomano tem 15%, contra 21% de Covas, 10% de França e 16% de Boulos.
França tem mais eleitores na faixa dos 35 a 59 anos, ao passo que Boulos é mais forte entre jovens abaixo dessa idade.
O Paraná Pesquisas também apurou o potencial eleitoral dos quatro principais candidatos. O destaque vai para a rejeição de Boulos: 60% dos entrevistados responderam que não votariam nele “de jeito nenhum”.
Fizemos um gráfico com o “saldo” potencial dos candidatos, subtraindo o potencial negativo do potencial positivo: o saldo de Russomano é de 4,5 pontos, positivo; o de Covas é 2,8 pontos também positivos. França tem saldo negativo de 7,1 pontos. O saldo negativo de Boulos é de 34,5 pontos, porque 60% dos entrevistados repudiaram sua candidatura, e 25% disseram que poderiam votar nele.
Paulo
01/10/2020 - 19h57
Espero que França vá para o 2º turno para ter ao menos a possibilidade de submeter seu nome ao eleitorado paulistano. Um homem que sai de um mandato de prefeito com 98% de aprovação da população é quase um fenômeno. Merecia essa chance!