O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), foi eleito no segundo turno das eleições de 2018 com 71% dos votos válidos.
Inflado pelo bolsonarismo, o ex-bombeiro militar e novato político surfou na onda da negação da política.
Ele chegou a ter o apoio de 28 dos 40 deputados na Assembleia Legislativa, sendo 6 de seu partido e do presidente, Jair Bolsonaro, o PSL.
Rompido com os adeptos do presidente, o governador isolou-se diante de articulações frágeis e denúncias de fraude no combate à pandemia do novo coronavírus.
A situação chegou a um ponto no qual uma deputada da oposição, Paulinha (PDT), assumiu a liderança do Governo em fevereiro.
O rompimento começou já em junho de 2019, quando o governador alfinetou o presidente cobrando-o a “se preocupar com coisas mais importantes”.
Na época, o PSL era palco de uma disputa entre o presidente nacional do partido, Luciano Bivar, e Bolsonaro.
Em agosto, Moisés também fez sinalizações a grupos tradicionalmente hostilizados pelo presidente Bolsonaro.
Acenando ao MST, a grupos indígenas e à comunidade LGBT, o governador disse, em entrevista à Folha, que “quem tem preconceito tem que trabalhar a cabeça para se livrar deles”.
Esse posicionamento e o descolamento de sua base de eleitores, que elegeu o presidente com esmagadora maioria dos votos, levou os parlamentares de seu próprio partido à oposição.
Rompida com Moisés, a vice-governadora Daniela Reinehr deixou o PSL para ser a principal liderança do Aliança pelo Brasil (partido que Bolsonaro tenta fundar) no estado de Santa Catarina.
Nesta quarta-feira, 23, a Assembleia e o Tribunal de Justiça do Estado definem os cinco representantes de cada Casa que farão parte da comissão que julgará o processo de Moisés.
Estabelecida, a comissão de deputados e desembargadores tem até 10 dias para analisar a denúncia contra o governador e a vice.
Se a acusação for aceita, ambos são afastados dos cargos por 180 dias.
O governador e a vice são denunciados por terem reajustado o salário dos procuradores do Estado sem aprovação dos deputados.
carlos
24/09/2020 - 07h20
Qualquer, um pretendente ao Palácio do Planalto em 2022, seu primeiro compromisso, é fazer uma fiscalização independente nas contas de Bolsonaro, em todos os ministros e autarquias, é assim que funciona com uma auditoria total, pra passar a limpo pra só depois assumir.
Paulo
23/09/2020 - 19h33
Isso é que dá fazer pacto com o demônio…Sempre tem um preço alto a pagar. Witzel que o diga!